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Research Report

The Tenth Classis of Schola Aquitanica (1583): renaissance humanistic education in the light of Missionary Linguistics

Leonardo Ferreira Kaltner

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https://orcid.org/0000-0003-3690-3132

Melyssa Cardozo Silva dos Santos

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https://orcid.org/0000-0003-0279-1611


Keywords

Missionary Linguistics
Linguistics Historiography
Renaissance grammaticography
Renaissance humanism
Schola Aquitanica

Abstract

The present article, derived from the presentation at the 2021 Interab/Abralin congress, aims to analyze, through the Historiography of Linguistics and Missionary Linguistics theory, the tenth class of the document known as Schola Aquitanica (1583), written in classical Latin, in French Renaissance humanistic neo-Latin. The educational document is the study plan of the Renaissance college in Guiena, in absolutist France, which was administered by the Portuguese humanist André de Gouveia (1497-1548). His linguistic education was inspired by the intellectual circle of Erasmus in Rotterdam and the development of the current of thought of Renaissance humanism, guided by the teaching of classical languages, in the model of trilingual collegium. The tenth class was the initial educational class, and the document records Latin-French literacy at the time. Finally, the document is the subject of studies in Missionary Linguistics, considering that the literacy content was related to catechetical material, as part of Christian indoctrination, in the 16th century climate of opinion. Humanist André de Gouveia was also the founder of the Royal College of Arts in Coimbra (1548), in Portugal, and the document would thus have an influence on the reception of Renaissance humanism in this context. In the article we present the Latin text, translation and comments, about the linguistic thought of the time, in addition to the contextualization of the work.

Introdução: Linguística Missionária e Historiografia da Linguística

A pesquisa atual na área de Linguística Missionária, no Brasil, embasa-se na fundamentação teórico-metodológica da Historiografia da Linguística (HL) de Konrad Koerner e de Pierre Swiggers, disciplina implantada ao longo de décadas de pesquisa no cenário acadêmico brasileiro (KOERNER, 1974, 1996; SWIGGERS, 2013). Esse modelo teórico foi traduzido e adaptado ao vernáculo português, ao longo de décadas, desde os esforços pioneiros do CEDOCH da Universidade de São Paulo, com a implantação posterior do GT da Anpoll de Historiografia da Linguística Brasileira, até pesquisas mais recentes em meta-historiografia, como as obras de Ronaldo Batista, e o desenvolvimento da área na comissão de HL da Abralin (BATISTA, 2019).

O presente artigo é oriundo também das pesquisas desenvolvidas pelo grupo de pesquisas Filologia, línguas clássicas e línguas formadoras da cultura nacional (CNPq/UFF). O grupo, sediado na Universidade Federal Fluminense, atua nos campos de Historiografia da Linguística, Linguística Missionária e Gramaticografia renascentista, tendo por objeto de investigação e análise a corrente intelectual do humanismo renascentista português, em sua recepção na América portuguesa, durante o período colonial e missionário (KALTNER, 2019a, KALTNER et al., 2019b; KALTNER, 2019c, KALTNER, 2020a, 2020b, 2020c, 2020d, KALTNER, SANTOS, 2020e, KALTNER, 2020f). Esse contexto histórico e cultural está relacionado às navegações quinhentistas e ao movimento humanístico e missionário de cunho renascentista, período em que a colonização da América portuguesa se desenvolveu, assim como a obra de S. José de Anchieta, SJ (1534-1597).

Apresentam-se, no artigo, resultados de pesquisa, na área de Linguística Missionária, derivando o tema de investigação acadêmica desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal Fluminense, que culminou na dissertação de mestrado intitulada: Schola Aquitanica (1583): edição bilíngue e comentários à luz da Historiografia da Linguística, defendida em 2021 (SANTOS, 2021). Trata-se o documento Schola Aquitanica do plano de estudos quinhentista do Colégio de Guiena, instituição humanística francesa, administrada pelo humanista português André de Gouveia. A dissertação apresentou uma tradução inédita para o vernáculo português do documento Schola Aquitanica (VINET, 1583), fundamental para se compreender o desenvolvimento da educação humanística na primeira fase da história institucional do Real Colégio das Artes de Coimbra, em 1548, o que o vincula, indiretamente, à América portuguesa quinhentista, a partir da política missionária.

O Schola Aquitanica é um documento educacional, apresentando-se como plano de estudos e da organização escolar do Colégio de Guiena, sob a administração do humanista português André de Gouveia (1497-1548). O contexto da época do Schola Aquitanica é a França absolutista, e o modelo educacional ao qual o documento se vincula é aquele que foi desenvolvido por Erasmo de Roterdã, o collegium trilingue, sobretudo graças ao uso da gramática de Despauterius, para o ensino humanístico de gramática latina. Dessa forma, no artigo analisamos como se processava o início desse processo educacional no período renascentista francês, selecionando para tal intento a decima classis, isto é, a classe de alfabetização latino-francesa, conforme o documento. Nosso objetivo é analisar o modelo humanístico e o método de alfabetização em latim da época.

O documento educacional configura-se também como objeto de estudos da Linguística Missionária, por seu caráter catequético, ao apresentar a doutrina cristã como matéria para alfabetização, o que caracteriza também o clima intelectual europeu quinhentista. Para desenvolver nossa análise, apresentamos o original latino, transcrito de duas fontes, com tradução e comentários sobre o pensamento linguístico, para a crítica interpretativa e historiográfica do conhecimento da época. A exegese auxilia-nos a compreender a gramaticografia humanística, isto é, a história da gramática no período do Renascimento.

A educação humanística renascentista europeia era centrada no estudo das humanitates, sobretudo da latinitas, isto é, da gramática latina, sendo o grego e o hebraico, desenvolvidos como estudos posteriores ao aprendizado da língua de Roma. O plano de estudos do Colégio de Guiena propõe o ensino de latim a partir da gramática latina, de diversos livros e autores da época, sobretudo da obra do humanista Jan Van Spauter (ca. 1480-1520), mais conhecido como Despauterius, e integrante do círculo intelectual de Erasmo de Roterdã. Despauterius atuou no Colégio de Lovaina. A obra gramatical de Despauterius é prescrita no plano de estudos do Colégio de Guiena, a partir das primeiras classes gramaticais, após a alfabetização. Um outro dado pertinente, para apresentar o documento, é evidenciar que foi editado pelo humanista francês Élie Vinet (1509-1587), um dos professores do gymnasium.

O título completo do documento é Docendi ratio in ludo Burdigalensi (A ordem de estudos no Colégio de Bordeaux), e sua editio princeps é de 1583. Houve uma nova edição bilíngue no século XIX, latim-francês, organizada pelo teólogo Louis Massebieau (1840-1904). A tradução para o vernáculo português permaneceu inédita, desde então, e foi realizada na pesquisa de dissertação supracitada. Massebiaeu, em sua edição oitocentista, ressalta o valor historiográfico e linguístico do documento, como um registro da educação linguística humanística da época do Renascimento, na França:

Tout le monde sait que le programme du collège de Guyenne fait partie d’un des plus brillants épisodes du développement des études en France au XVIe siècle. Par son étendue, par les détails curieux dont il est plein, par la rareté de ce genre de documents avant les réformes des protestants et des jésuites, par son caractere de transition entre ces réformes et l’usage de l’Université de Paris, ce programme est certainement une des pièces les plus importantes pour l’histoire de l’instruction publique dans notre pays.(MASSEBIEAU, 1886, p.V).

(Todo mundo sabe que o programa do colégio de Guiena faz parte de um dos mais brilhantes episódios no desenvolvimento de estudos na França no século XVI. Por sua extensão, pelos detalhes curiosos, cujo está repleto, pela raridade deste tipo de documento, antes das reformas dos protestantes e dos jesuítas, por seu caráter de transição entre estas reformas e o uso da Universidade de Paris, esse programa é certamente uma das peças mais importantes para a história da instrução pública em nosso país).

Massebieau ressalta o fato de que o Schola Aquitanica antecipa as reformas educacionais e teológicas europeias, tanto protestantes quanto jesuíticas, na passagem do ensino medieval para o ensino humanístico renascentista no contexto da França absolutista. O documento, derivado das inovações do círculo intelectual de Erasmo de Roterdã, teria como principal mentor o humanista português André de Gouveia, que teria sido fundador do Real Colégio das Artes de Coimbra, em 1548, e grande opositor do ensino teológico da época, representado por Diogo de Gouveia. Élie Vinet, autor do Schola Aquitanica, atuou como um dos professores do Colégio de Guiena à época de Gouveia, e seu relato descreve toda a organização da comunidade escolar da época, além dos conteúdos linguísticos, que eram centrados no ensino de gramática latina e no uso do método natural para o ensino da língua, em paralelo com o ensino do vernáculo francês. O latim era ensinado em uma prática linguística ativa.

O curso, constituído como um gymnasium, era dividido em dez classes, ou ordines, com um caráter de educação básica, que poderia se estender entre dez e doze anos, cujo foco era o estudo do latim, como língua de cultura e acadêmica da educação linguística renascentista. As competências linguísticas a serem ensinadas eram voltadas ao domínio da língua latina na escrita e na fala, além da leitura e da compreensão, como veremos mais a seguir. A décima classe, inicial, que apresentamos no artigo, era o primeiro degrau da educação humanística, pautada nas artes liberais, de base doutrinária cristã, que caracterizaria a época.

1. Schola Aquitanica e a obra de Despauterius

O modelo de análise historiográfica, para a exegese do Schola Aquitanica, a partir dos conceitos elencados por Swigges, nos fornece um aparato preciso para uma leitura atual e interpretação crítica do documento renascentista. As dimensões externa e interna, respectivamente, o contexto e a estrutura do documento, podem ser analisadas em uma perspectiva que nos permita entrever o processo de alfabetização latino-francesa da época. Os alunos do Colégio de Guiena que ingressavam na décima classe eram crianças francesas, notadamente meninos, com cerca de sete anos de idade. Eram falantes do vernáculo francês, como membros de sua comunidade linguística, e passariam a aprender a língua latina como língua adicional. A partir do texto, podemos inferir os saberes de linguagem da época humanística:

tanto em sua dimensão interna (o que os textos dizem, como dizem e por que dizem), quanto em sua dimensão externa (o contexto histórico-social em que esses textos são legitimados como parte de um processo científico e/ou intelectual) (BATISTA, 2019, p.10).

Nossa leitura divide-se nas dimensões externa e interna, sendo a primeira a contextualização na parte inicial do artigo e a análise interna apresentada nos comentários após o texto original e à tradução. O plano de estudos oferece ao leitor uma descrição do processo de ensino, sua organização e do uso de materiais didáticos, que eram a grande inovação da época no ensino de latim. A sequência de temas estudados, de autores a serem lidos, e o método para a sistematização das aulas era o que caracterizava a educação humanística renascentista, que tinha por elemento central o uso da gramática latina humanística, época em que dicionários também são editados com finalidade de aplicação no ensino:

As gramáticas e os dicionários ‘instrumentalizam as línguas’; elas também representam, aos olhos de uma comunidade falante, a capacidade – as competências – que, de um lado, os locutores fixam (estandardização, “redução” das práticas linguageiras) e, de outro, estendem (o desenvolvimento de um dicionário unilíngue das informações sobre os usos variados e classificados que esse dicionário fixa e lhe dá acesso). (COLOMBAT, FOURNIER, PUECH, 2017, p. 60).

A obra gramatical de Despauterius constitui-se de um conjunto didático de livros com a descrição da língua latina, editada em um conjunto intitulado Commentarii Grammatici (DESPAUTERIUS, 1537). Os Commentarii Grammatici compõem-se das seguintes obras: Rudimenta, Prima pars, Syntaxis, Ars versificatoria, De accentibus, De carminum generibus, De figuris, Ars epistolica e Orthographia. A sequência de ensino no Colégio de Guiena seguia a obra de Despauterius, acompanhada de outros livros didáticos. Na décima classe, cuja temática central era a alfabetização, a obra gramatical do humanista ainda não era estudada, mas o contato com a língua latina já se iniciava no processo de alfabetização. A gramática latina era paulatinamente apresentada, de acordo com a descrição da língua por Despauterius. Inicialmente, eram ensinados os rudimentos gramaticais, seguidos da sintaxe e da interpretação dos autores literários, até a produção textual.

A seguir apresentamos o texto latino, que foi fixado a partir da editio princeps em colação com a edição oitocentista de Massebiau. Sobre o método para a edição do documento, seguimos os critérios de edição crítica (BASSETO, 2013). Optamos pela ortografia latina do século XIX, que apresenta maior facilidade de leitura para classicistas contemporâneos, assim como acadêmicos não tão familizarizados com a língua latina. A tradução, de base hermenêutica, buscou interpretar criticamente o documento, a fim de cumprir o princípio de adequação teórica, teorizado por Konrad Koerner.

Figure 1. Figura 1. Frontispício do Schola Aquitanica (VINET, 1583).

2. Decimus ordo (a décima classe): texto latino

Decima classis in schola Aquitanica, est eorum, quos a duabus litteris Graecis Alpha et Beta, Alphabetarios: vel a quattuor Latinis ABCD, Abecedarios vulgo vocitamus. Pueruli sunt, et minores etiam septem annis pueruli, ut Fabio placuit: qui a parentibus, et propinquis in Ludum, prima litterarum Latinarum; ut Latino sermoni cognoscendo haec schola in primis destinata est, elementa cognituri ex his duobus libellis, mittuntur: quorum alter et prior, unde nomen habent, Alphabetum inscribitur: qui libellus eorum causa impressus, nullis syllabarum compendiis, viginti trium litterarum contextum et formas, Orationem Dominicam, septem psalmos, et quaedam alia exhibet. Alter vero, qui ut parvus et parvorum est, ita Libellus Puerulorum quoque dicitur et qui continet primas nominum et verborum declinationes. Ita mature iis instituuntur, quae prima sunt in Latina arte Grammatica.

In hac igitur classe decima ordines sunt et scamna multa, ut scamna scholae nostrae appellant oblonga sedilia, in quibus sedent pueri, primum, secundum, tertium, quartum, quinctum. Primusque ordo numeratur et scamnum, in quo qui insident, doctissimi sunt: et in septem psalmis, qui vulgo dicuntur, lectionem suam habent.

Hi statim ut praeceptor ingressus est, surgunt omnes, quotquot in eo scamno sunt: et juxta sedem suam stantes, ac libros suos apertos inspicientes, ad suam lectionem primi aggrediuntur. Ex iis duo primi incipiunt (sic bini, ternive pro numero instituuntur) aut saltem praeceptor, qui solet omnia praefari, quaecunque in hac classe docentur. Ut, verbi gratia si lectio sit ex principio quarti illorum psalmorum, praeceptor dicit primum vocabulum Miserere: quem pueri subsequentes, Miserere. Deinde praeceptor appellat litteras, syllabasque conjungit ejusdem vocabuli M, i, Mi: & discipuli M, i, Mi. Ille, s, e, se, Mise: Discipuli, s, e, se, Mise. Ille, r, e, re, Misere: Discipuli, r, e, re, Misere. Praeceptor, denique, r, e, re, Miserere et discipuli, r, e, re, Miserere. Sequuntur secundi totidem numero: qui secundum psalmi verbum mei, eodem modo experiunt: et tertii tertium Deus, ac similiter alii deinceps, dum cunctos lectionis versiculos absolverint. Qui versus si forte breviores fuerint, quam qui vocabula contineant toti sic turbae sufficientia, illi repetuntur, ut nemo non dicat, et discat. Postremo ubi ad eum modum suam quisque portionem absolverit, eosdem versus cuncti simul una voce pueri, praefante semper praeceptore, recitant, Miserere mei Deus, secundum magnam misericordiam.

Secundus ordo et scamnum est eorum, qui principium primi illlorum septem psalmorum, Domine ne in furore tuo, legunt. Quos docendi ratio eadem est prorsus: nisi quod, quia sunt rudiores, et timet praeceptor, ne quid errent ab iis, quae praefatur, accersit, quos novit in primo ordine doctissimos: qui praetenta festuca, litteras, syllabas, dictiones, illis monstrent, quas praeceptor praefatur. Tertius ordo habet canticum Mariae pro lectione, et Quartus Orationem Dominicam: in quibus duobus scamnis docetur, ut in secundo. Quinctus vero ordo, est Abecedariorum, qui juxta suum et ipsi scamnum stantes doctioribus etiam iis festucam praetendentibus, praeceptoreque praeeunte, viginti tria elementa bis terve pronuntiant. Postquam autem haec ita per singula scamna sunt peracta, siquid restat temporis, singula repetuntur singulis ordinibus, vel saltem inferioribus rudioribusque, ut prudens praeceptor diligensque judicat: quoad disputationum signum datum sit. Tunc enim primus ordo, Nominum et Verborum declinationes ex libro suo recitat: quemadmodum illic praescriptum est: ac tum demum idem ordo, reliquis attendentibus, Orationem Dominicam, Salutationem Angelicam, et Symbolum Fidei memoriter dicit clare et distincte ut et alii inde ediscant.

Hora Meridiana, ac post Meridiem tertia eadem eodem ordine docentur, nisi quod Meridiana, intermittitur oratio propter angustiam temporis. Tunc enim docetur horam unam duntaxat, nec sunt in aliis classibus disputationes.

Pueri autem quum primum ex cognitis viginti tribus elementis syllabas et dictiones conficere posse coeperint, scriptorio, ut vulgo appellatur, illis opus est. Tunc enim scribere mature discunt. Litteram unam, syllabam, dictionem, sententiam aliquam non otiosam praeceptor illis praescribit, quam imitentur: nomina et verba inflectunt: quae praeceptori sua manu scripta, exigua chartula, continuo reddunt, quicquid scripserint: quod ipse inspicit: et monet, siquis error est, siqua inscribendo incuria. Sicui autem eorurm in mentem venit, ut fere fit, hominis figuram, canis, equi, arboris, aut aliqua alia, sua in charta pingere, non propterea caeditur puer, modo praeceptoris praecepta non neglexerit. Est enim ea via ad graphicen: quae omni hominum generi est perquam utilis, et quam in tota quondam Graecia pueri ingenui ante omnia docebantur, ut Plinius scribit libro XXXV.

Aetati vero huic tam tenerae, non esse protinus acerbe instandum, nec statim exigendam ab ea plenam operam, jampridem monuit Fabius. Ideoque pueri hujus classis nihil ediscere coguntur: sed sponte haerent memoriae quae saepius repetuntur. Repetuntur autem quum alia, tum nominum et verborum declinationes, illaque non solum dum ab ipsis pueris recitantur, sed etiam dum scribuntur, praeceptori reddenda.

Ceterum ex primo scamno pueri digni habentur, qui ad nonam classem conscendant, quod ter quaterve fit per annum, quum legere expedite possunt quaecunque sui continent libelli, et simul declinare aliquid scribereque noverunt: alioqui manendum diutius tardioribus in eodem scamno, aut descendendum ad inferius. Accitus a praeceptore Ludimagister, ascensuros accipit: et hortatos, ut in litteras diligentius etiam quam antea, incumbere, et discere pergant, ad superiorem ducit praeceptorem. Eos illi tradit: ejusque fidei et diligentiae quantum potest, commendat. In horum autem locum succedunt, qui proximi erant: et sic alii, pro eruditione locum illic mutant.

3. A décima classe do Colégio de Guiena: tradução

A décima classe do colégio da Aquitânia é composta pelos chamados alfabetários, de duas letras gregas alfa e beta, ou geralmente abecedários, das quatro letras latinas A, B, C, D. São criancinhas, com menos de sete anos, como quer Quintiliano. Seus pais e tutores os enviam ao colégio para aprender os primeiros elementos das letras latinas, já que o principal objetivo deste estabelecimento é o conhecimento da língua latina. Nós ensinamos esses elementos por meio de dois livretos. O título do primeiro é o Alphabetum (Alfabeto), de onde eles tiram seus próprios nomes. O impresso é direcionado a eles, sem abreviaturas, ele contém a sequência e as figuras de vinte e três letras, a Oratio dominica (Oração dominical), os sete Salmos penitenciais etc.

O segundo livreto também se chama Libellus Puerulorum (Livreto das Crianças), porque ele é reduzido, e para os pequenos. O livreto contém as primeiras flexões dos nomes e verbos. É assim que eles são ensinados, desde cedo, sobre os elementos da gramática latina.

Nesta décima classe, portanto, há muitas fileiras e bancos. Nós chamamos de bancos em nosso colégio os assentos longos, em que as crianças se sentam: há a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta fileiras. Os alunos da primeira fileira, ou do primeiro banco, são os mais instruídos: os sete salmos penitenciais, como costumamos dizer, são o objeto das lições deles.

Assim que o mestre entra, esses alunos se levantam, tantos quantos estiverem em seus bancos. Em seguida, cada um, em frente ao seu lugar, olhando para os livros abertos, começa as primeiras lições.

Dois dentre eles começam primeiro (nós os emparelhamos, assim, dois a dois ou três a três, conforme o número deles); ou melhor, é o mestre que começa. Como de costume, ele é o primeiro a dizer tudo o que se aprende nessa classe. Por exemplo, se a lição tem como objetivo o começo do quarto desses salmos penitenciais, o mestre diz a primeira palavra Miserêre: e as crianças repetem Miserêre. Em seguida, o mestre soletra esta palavra, primeiro pronunciando as letras e, em seguida, reunindo em sílabas, m, i, mi. O mestre s, e, se, mise. Os estudantes s, e, se, mise. O mestre r, e, re: misere. Os estudantes r, e, re: misere. O mestre, enfim r, e, re: miserêre; e os estudantes r, e, re: miserêre.

Então é a vez dos próximos dois ou três que recitam da mesma maneira a palavra mei: depois é a vez do terceiro grupo e assim por diante, até acabarem todas os versículos da lição. Caso estes versículos não contenham palavras suficientes para todo o grupo, recomeçamos para que não haja ninguém que não fale e não aprenda. Enfim, depois que dessa maneira cada um fez a sua parte, todas as crianças, juntas de uma única voz, pronunciam sempre após o mestre, miserêre mei Deus, secundum magnam misericordiam.

A segunda fileira, que é ao mesmo tempo o segundo banco, é composta daqueles que leem o início do primeiro dos sete Salmos (Domine ne in furore tuo...). Nós os ensinamos exatamente da mesma maneira. Mas, como eles são mais principiantes, o professor teme que eles não sigam sempre bem o que é dito antes deles, assim, ele chama os alunos da primeira fileira, que sabe ser os mais instruídos: estes aqui devem, com uma vareta, mostrar-lhes as letras, as sílabas, as palavras que o mestre primeiro nomeia.

A terceira fileira tem como tarefa o cântico de Maria, e a quarta a Oração dominical; para estes dois bancos a forma de ensinar é a mesma que para a segunda. Quanto à quinta fileira são os abecedários. Como os outros, eles se mantêm de frente para seus bancos, os mais instruídos também os guiam com uma vareta. Eles pronunciam, duas ou três vezes, as vinte e três letras do alfabeto que primeiro diz o mestre. Quando esses exercícios estiverem finalizados em todos os bancos, se ainda restar tempo, nós os recomeçamos por cada fileira, ou pelo menos pelos últimos e os mais principiantes, conforme a escolha que um mestre sábio e zeloso sabe fazer: continuaremos assim até que o sinal de “disputa” tenha sido dado.

Então, a primeira fileira lê, em voz alta, no segundo livro as flexões dos nomes e dos verbos, de acordo com as indicações nela encontradas, e para terminar, a mesma fileira faz a pronúncia de cor da Oratio Dominica (Oração dominical, ou Pai Nosso), da Salutatio Angelica (Saudação angélica, ou Ave Maria) e do Symbolum Fidei (Símbolo da Fé, ou Creio), enquanto todos os outros prestam atenção. Convêm fazê-lo em um tom claro e distinto para que os outros aprendam dessa maneira.

Ao meio-dia e às três horas da tarde, nós ensinamos as mesmas coisas na mesma ordem, apenas ao meio-dia omitimos a Oração dominical, por causa da falta de tempo, então a atividade não dura mais do que uma hora, e não há disputa nas outras turmas.

Logo que as crianças, tendo aprendido as vinte e três letras, começaram a poder formar as sílabas e as palavras, eles precisam, como nós costumamos dizer, de uma escrivaninha. Pois então já é tempo de ensiná-los a escrever. O mestre lhes dá para copiar uma letra, uma sílaba, uma palavra, um pensamento útil. Eles declinam os nomes e conjugam os verbos, eles escrevem com suas próprias mãos em um pequeno papel, e o que quer que tenham escrito, apresentam de imediato ao mestre.

Ele mesmo faz a avaliação, ele os sinaliza sobre as faltas e as negligências na escrita.

Se ele passa à frente de uma criança, como é habitual, e a vê fazer em seu papel um homem, um cachorro, um cavalo, uma árvore, et caetera, não deve punir a criança por isso, desde que a criança não tenha negligenciado os preceitos do mestre. Pois esta é uma preparação à arte do desenho, que é muito útil aos homens de todas as classes, e que foi a primeira coisa ensinada na Grécia para crianças de condição livre, como Plinio escreveu no livro XXXV.

Esta idade é tão tenra que o mestre não deve pressioná-los rigorosamente, nem exigir toda a sequência de um trabalho completo; faz bastante tempo que Quintiliano deu este conselho. É porque as crianças desta turma não são obrigadas a aprender de cor, mas o que repetimos frequentemente a eles é gravado naturalmente em suas memórias. Ora, repetimos para eles, entre outras coisas, as flexões dos nomes e dos verbos, e isso, não somente quando as crianças as pronunciam em voz alta, mas também quando eles os escrevem para apresentar ao mestre.

Além disso, as crianças do primeiro banco são avaliadas dignas de subir para a nona classe, o que ocorre três ou quatro vezes por ano, quando eles podem ler facilmente tudo o que está em seus pequenos livros e quando eles começam a saber declinar, conjugar e escrever. De outra maneira, os mais atrasados devem ficar por mais tempo no mesmo banco, ou descer para um banco mais baixo. O diretor do colégio, chamado pelo mestre, recebe de suas mãos aqueles que irão subir de classe. Eles os aconselham a aplicar-se ao estudo das letras com cuidado ainda maior que antes, e a continuar a aprender, depois ele os conduz para o mestre da classe superior. Ele os entrega e os recomenda com todas as suas forças para seu zelo e seus cuidados, para a próxima classe. Aqueles que estavam atrás dele tomam seu lugar, e assim são os outros alunos da décima classe que trocam de lugar de acordo com o grau de seu conhecimento.

4. Comentários

A descrição da décima classe inicia-se com a rotulagem dos discentes dessas turmas, os alfabetários ou abecedários, crianças menores de sete anos que iriam se alfabetizar, conforme a prescrição educacional de Quintiliano, que influiu no modelo educacional humanístico. A alfabetização seria o primeiro passo para um contato com a tradição letrada, e o conceito de elementos de letras latinas representa em síntese o conteúdo dessa classe de estudos. Dois livros são adotados nessa fase inicial de letramento em latim: o Alphabetum e o Libellus Puerulorum.

O primeiro livro apresenta o alfabeto latino em série, com vinte e três letras, e os textos iniciais para alfabetização, as orações cristãs em latim, seguidas dos sete salmos penitenciais. Na França renascentista, encontramos o registro de dois livros editados com esse propósito: o Alphabetum Latinum cum plerisque aliis ad christianam iuuentutem pie sancteque instituendam apprime utilibus (DOLET, 1540) e Alphabetum puerorum (MORPAIN, 1542-1552). As cartilhas de alfabetização eram muito comuns na tradição europeia humanística, sendo um morfótipo textual para a descrição dos chamados elementos da língua. Em Portugal, destaca-se nesse sentido a obra de João de Barros: Grammatica da Língua Portuguesa com os Mandamentos da Santa Madre Igreja, de 1540, uma cartilha de alfabetização latino-portuguesa.

Os textos catequéticos iniciais, como as orações cristãs em latim, faziam parte da rotina social e espiritual do período renascentista, logo seriam os primeiros textos a serem utilizados no processo de alfabetização em língua latina, na educação humanística. O segundo livro, o Libellus Puerulorum, continha as tabelas das declinações nominais, de substantivos e adjetivos latinos, assim como as tabelas dos tempos verbais. Eram recitados e memorizados, juntamente com as orações cristãs, nessa primeira fase de alfabetização.

A organização do espaço escolar é descrita pelo humanista. Em um grande salão, com fileiras e bancos, os alunos são divididos conforme o seu grau de aprendizado, estando mais à frente os mais adiantados. O conteúdo é dividido conforme a dificuldade e, ordenadamente, as lições de leitura são repetidas. Devem assistir às aulas sentados, com seus livros individuais abertos. O preceptor inicia a leitura e na sequência eles repetem. Vinet descreve o processo de ensino da leitura do vocábulo latino miserere (tem piedade), retirado de um dos salmos bíblicos. O professor lê a palavra, integralmente, depois a decompõe em letras e sílabas, imitando-o os alunos, na sequência. Todos os alunos fazem a leitura individual, e, em seguida, leem em uníssono.

Quando aprendem a recitar as orações, os salmos e já conseguem ler os textos latinos, é iniciada a leitura do Libellus Puerulorum, com as declinações nominais e as conjugações verbais. O libreto continha as tabelas da gramática latina, como as tabuadas de números, e a sua repetição e memorização eram considerados a etapa posterior do letramento na concepção humanística de educação no século XVI.

Após a competência linguística da leitura em língua latina ter se desenvolvido, a segunda etapa é o aprendizado da escrita. A escrita aprendida por imitação, se dava na cópia e através de ditados, inicialmente com letras, sílabas, palavras, orações e, por fim, a cópia dos textos. A tradição medieval copista ainda era nitidamente influente na técnica de aprendizado da escrita. Caso o preceptor notasse que a criança estava desenhando ao invés de cumprir sua tarefa, não lhe punia com severidade, pois o desenho era considerado parte do processo educacional no humanismo, que se embasava na visão de mundo de Plínio, ao falar sobre a educação infantil.

De acordo com o desenvolvimento dos alunos, eram transferidos de fileiras e poderiam estar aptos para prosseguirem à nona classe, após comprovar sua alfabetização, na leitura do sistema latino de escrita, na compreensão das orações cristãs e salmos penitenciais, e no domínio do sistema de declinação nominal latino e de conjugação verbal. Esses seriam, por fim, os elementos das letras latinas que os tornariam aptos para o ingresso na disciplina de gramática.

5. Considerações finais: por uma edição crítica do Schola Aquitanica

Pudemos notar que o processo de letramento no humanismo renascentista se iniciava com o aprendizado da língua latina. Esse processo, que se desenvolvia por toda a Europa quinhentista, influiu na política missionária, à época das navegações, servindo a língua de Roma como instrumento de gramatização vernacular. O humanista francês Vinet demonstra como o processo funcionava, apoiando-se em dois livros específicos, como materiais didáticos, e na organização do sistema escolar em salas e bancos dispostos em fileiras. A educação serial agrupava crianças da mesma idade, com o mesmo conteúdo.

Os materiais didáticos dividiam-se em uma cartilha de alfabetização com orações cristãs, como textos iniciais, e em um livreto, com a tabela de declinações nominais e conjugações verbais. Os nomes e os verbos seriam as primeiras partes da gramática latina, dividida nas oito partes da oração, a serem estudadas. Dessa forma, as crianças deveriam aprender a ler, progressivamente, letras, sílabas, palavras, orações e o texto, declinando nomes substantivos e adjetivos e conjugando verbos. Além da competência linguística da leitura latina, a escrita era o conteúdo sequencial, com a cópia do texto impresso e por ditados.

O professor deveria permitir desenhos, sendo teolerante e paciente com os meninos de cerca de sete anos, que estavam aprendendo a ler e escrever. A memorização das tabelas de declinação nominal e de conjugação verbal eram uma herança da educação medieval, mesmo no período humanístico, e a memorização das orações cristãs e dos salmos penitenciais teriam finalidade doutrinária catequética, além da função didática de ensino da língua latina. As repetições feitas, coletivamente, criavam um sentido comunitário, de uma comunidade escolar, não sendo a educação feita de maneira apenas individual. Porém, era um sistema educacional restrito a meninos, não havendo a educação feminina.

A justificativa das práticas educacionais tinha como fonte e modelo dois autores clássicos latinos: Quintiliano e Plínio, mas possuíam influência grega, indiretamente, no modelo platônico e aristotélico de educação. Quanto às disputas públicas, que se constituíam como verdadeiros eventos acadêmicos na educação humanística renascentista, os alunos da décima classe poderiam assistir a alunos mais adiantados, de classes posteriores, debaterem em latim publicamente, nesse sentido, já vislumbravam seu próximo estágio de desenvolvimento intelectual.

Buscamos demonstrar o processo de alfabetização em latim no período renascentista, conforme a corrente de pensamento humanística, a partir do Schola Aquitanica. O documento, que carece de uma edição crítica em língua vernácula, é também objeto de estudos da Linguística Missionária, além da Historiografia Linguística. O documento apresenta as etapas de formação gramatical no gymansium renascentista francês, que influiria na implantação da educação humanística em Portugal e no início da política missionária na América portuguesa. Guardadas as devidas proporções, a educação e a alfabetização de crianças indígenas na América portuguesa quinhentista, contexto de atuação de missionários como Anchieta, seguiriam, em certa medida, o padrão educacional renascentista, alinhados à corrente de pensamento humanística.

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How to Cite

KALTNER, L. F.; SANTOS, M. C. S. dos. The Tenth Classis of Schola Aquitanica (1583): renaissance humanistic education in the light of Missionary Linguistics. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 2, n. 4, p. e501, 2021. DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id501. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/501. Acesso em: 20 apr. 2024.

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