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Research Report

Dominance Shift in Different Communicative Situations in Libras

Lorianny Andrade Gabardo

Federal University of Paraná image/svg+xml

https://orcid.org/0000-0002-9106-6421

André Xavier

Federal University of Paraná image/svg+xml

https://orcid.org/0000-0002-8464-1977


Keywords

Dominance Shift
Libras
Communicative Situations

Abstract

According to Battison (1978), signers are observed, in some situations, to use their non-dominant hand to perform the functions normally performed by the dominant hand in signing. The goal of this work is to advance Gabardo and Xavier’s (2019) study on this phenomenon in libras, referred as to dominance shift. In addition, we aim to verify whether its frequency varies in different communicative situations, namely, free conversation, narrative and sign lists. To do so, we analyzed data from ten deaf signers from Santa Catarina, five men and five women, who are part of the National libras Inventory (Quadros et al., 2018). The results indicate that, similarly to Gabardo and Xavier (2019), dominance shift can be motivated (1) by spatial referentiality, (2) by simultaneity, that is, the production of two signs at the same time, (3) by a combination of these two factors and (4) by the phonological environment. Additionally, it was observed that (5) the unavailability of the dominant hand and (6) contrast can also motivate dominance shift. Regarding the different communicative situations in which the data were produced, a higher frequency of dominance shift was observed in narration.

Resumo para não especialistas

Segundo Battison (1978), observa-se na sinalização corrente que os sinalizantes usam, certas vezes, sua mão não-dominante, ou seja, a mão não preferida para desempenhar ações como escovar os dentes, cortar com a tesoura, etc, para realizar as funções normalmente desempenhadas pela mão dominante, ou seja, a mão preferida para desempenhar as ações anteriormente mencionadas, entre outras. O objetivo deste trabalho é aprofundar o estudo preliminar de Gabardo e Xavier (2019) sobre esse fenômeno, designado como troca de dominância. Além disso, objetivamos verificar se sua frequência varia em diferentes situações comunicativas, a saber, na conversação livre, na narrativa e na listagem de sinais. Para isso, foram analisados dados de dez sinalizantes surdos catarinenses, cinco homens e cinco mulheres, que integram o “Inventário Nacional de libras” (Quadros et al., 2018). Os resultados indicam que, assim como Gabardo e Xavier (2019), a troca de dominância pode ser motivada (1) pela referencialidade espacial, ou seja, pela associação do espaço em frente ou ao lado da mão não-dominante a referentes do discurso, (2) pela simultaneidade, ou seja, produção de dois sinais ao mesmo tempo, (3) por uma combinação desses dois fatores e (4) pelo ambiente fonológico, isto é, pela influência do sinal produzido antes ou depois de um dado sinal. Adicionalmente, foi observado que (5) a indisponibilidade da mão dominante e (6) a realização de contrastes também podem motivar a troca de dominância. Em relação às diferentes situações comunicativas em que as sinalizações analisadas foram produzidas, observamos maior ocorrência de troca de dominância durante a narração.

Introdução

Conforme explica Battison (1978), os sinalizantes tendem a preferir sua mão dominante, direita ou esquerda, para produção de sinais canonicamente monomanuais, ou seja, realizados com uma mão, também para iniciar o movimento em sinais bimanuais equilibrados, isto é, articulados com duas mãos em movimento, e para desempenhar o papel ativo em sinais bimanuais não-equilibrados, ou seja, em sinais realizados com uma mão em movimento, portanto ativa, e com a outra parada, logo, passiva. Apesar disso, Battison (1978) menciona que, em certas circunstâncias, sinalizantes invertem o uso das mãos. Esses casos são por ele designados como troca de dominância e, basicamente, consistem no uso da mão não-dominante para desempenhar papéis típicos da mão dominante.

O presente artigo tem como objetivo geral analisar a troca de dominância em três situações comunicativas: conversação, narrativa e lista de sinais. Precisamente, com base em Gabardo e Xavier (2019), pretendemos determinar se a troca de mãos se deu em função (1) da referencialidade espacial, (2) da simultaneidade, (3) de uma combinação de (1) e (2) ou (4) do ambiente fonológico. Diferentemente de Gabardo e Xavier (2019), que analisaram duas sinalizantes surdas em apenas uma situação comunicativa: narração da “História da Pera”[1], nesta pesquisa pretendemos investigar se uma mesma pessoa apresentará troca de dominância da mesma forma ou não em diferentes situações comunicativas.

Este artigo está organizado da seguinte forma: na seção 1, apresentamos a revisão de literatura a respeito da troca de dominância na língua de sinais americana, ASL (do inglês American Sign Language) e na libras. Na seção 2, descrevemos a metodologia utilizada para a coleta de dados, com seus critérios de inclusão e exclusão, sua categorização e o procedimento de análise dos dados. Na seção 3, apresentamos os resultados dos dados levantados, mostrando a mão preferida dos sinalizantes para a sinalização, os motivos que influenciaram a troca de dominância e a frequência desse processo nas três situações comunicativas aqui consideradas. Por fim, na seção 4, apresentamos a conclusão deste trabalho, fazendo uma comparação com os resultados de Gabardo e Xavier (2019).

1. A troca de dominância

1.1. A troca de dominância na ASL

Frishberg (1985) realizou o primeiro estudo sobre troca de dominância na ASL. A autora analisou narrativas e observou que o uso da mão não-dominante para realizar ações típicas da mão dominante, a saber, produzir sinais monomanuais, iniciar o movimento de sinais bimanuais equilibrados e desempenhar o papel ativo de sinais não-equilibrados, tem o propósito de criar conexões semânticas ou contrastes entre elementos.

Zimmer (1989), em um estudo que objetivou analisar a variação no registro da ASL com base em diferentes situações comunicativas, precisamente, aula universitária, conversa informal e entrevista, além de variações fonológicas, lexicais e morfossintáticas, investigou também a troca de dominância. De acordo com a autora, esse processo foi mais frequente na aula universitária, do que nas outras situações comunicativas.

A referida autora cita um exemplo observado na conversação informal, no qual o sinalizante explica como foi formado o nome de seu filho. Como se pode ver na Figura 1, o enunciado começa com o sinalizante dizendo “meu nome” (Figura 1a) “é Perry” (Figura 1b). Esse fragmento é produzido com sua mão dominante. Na sequência, para se referir à sua esposa, o sinalizante faz uma troca de dominância e com sua mão não-dominante sinaliza “minha esposa” (Figura 1c-d) “se chama Ann” (Figura 1e). Depois, ele sinaliza com as duas mãos que “metade de cada nome” (Figura 1f) “foi combinada” (Figura 1g). Por fim, com sua mão dominante soletra o nome de seu filho, “Peran” (Figura 1h). Esse é um exemplo em que claramente a troca de dominância foi motivada por razões semânticas e/ou pragmáticas, uma vez que o sinalizante, por meio do uso de mãos diferentes, diferencia cada nome que foi utilizado para formar um terceiro.

Figure 1. Figura 1. Exemplo de troca de dominância na ASL Fonte: Reproduzido de Zimmer (1989, p. 436)

Como exemplo de troca de dominância na aula universitária, Zimmer (1989) cita um excerto em que, segundo ela, esse processo deve ocorrer, diferentemente do caso anterior, por razões estilísticas. Como se pode ver na transcrição a seguir, o sinalizante alterna a produção de sinais monomanuais entre a sua mão dominante e não-dominante (Zimmer, 1989, p. 435). Nesse exemplo, Zimmer (1989) mostra um segmento da aula universitária, registro em que a troca de mãos é frequente. O professor está falando sobre a questão de sinalizantes nativos versus não nativos da ASL e indicando que os sinalizantes que adquiriram o idioma de seus pais são sinalizantes nativos dessa língua.

Figure 2.

1.2. A troca de dominância em Libras

Como explicado na seção anterior, a troca de dominância consiste no uso da mão não-dominante para desempenhar papéis típicos da mão dominante durante a sinalização. Precisamente, realizar sinais monomanuais (Figura 2a), iniciar o movimento em sinais bimanuais equilibrados (Figura 2b) e atuar como mão ativa em sinais bimanuais não-equilibrados (Figura 2c).

Figure 3. Figura 2. Exemplos de troca de dominância na libras Fonte: Reproduzido de Gabardo e Xavier (2019, p. 77)

Gabardo e Xavier (2019) analisaram duas contações da “História da Pera” por duas sinalizantes surdas do estado de São Paulo. Um dos passos de sua análise consistiu em um levantamento de todos os sinais monomanuais, bimanuais equilibrados e bimanuais não-equilibrados produzidos por cada uma das sinalizantes, objetivando, com isso, determinar a mão preferida para a sinalização de ambas, logo, a dominante. Esse passo, de acordo com os autores, foi fundamental para que pudessem identificar os casos de troca de dominância, já que não tinham informações quanto à destralidade ou sinistralidade das sinalizantes.

Precisamente, Gabardo e Xavier (2019) classificaram os sinais produzidos em relação ao seu número de mãos e à mão usada em sua produção. Os resultados desse levantamento sugerem que ambas as sinalizantes têm dominância à esquerda, uma vez que preferem a mão direita para articular sinais monomanuais, para iniciar o movimento em sinais bimanuais equilibrados e para desempenhar o papel ativo em sinais não-equilibrados (Figura 3).

Figure 4. Figura 3. Frequência do uso das mãos na contação da história da pêra por duas sinalizantes surdas do estado de São Paulo Fonte: Reproduzida de Gabardo e Xavier (2019, p. 80-81)

Diante desses resultados, os autores entenderam que a troca de dominância ocorreu justamente quando as funções típicas da mão dominante foram desempenhadas pela mão esquerda. Do ponto de vista quantitativo, as sinalizantes não diferiram muito entre si em relação à ocorrência do fenômeno em questão.

1.2.1. Movimentações para a troca de dominância

Conforme Gabardo e Xavier (2019) explicam, a análise dos 56 casos de troca de dominância identificados sugeriu quatro motivações para sua ocorrência: (1) a referencialidade espacial, (2) a simultaneidade, (3) uma combinação de (1) e (2) e (4) o ambiente fonológico.

A referencialidade espacial diz respeito à disposição de eventos e referentes no espaço de sinalização e à consequente partição do corpo, refletida no uso das mãos direita e esquerda para referência a espaços contíguos. Segundo Johnston e Schembri (2007), os sinalizantes fazem uso de três espaços em sua sinalização, a saber, o espaço real, o espaço topográfico (que se subdivide em espaço diagramático ou depictivo e espaço do observador ou subrogado) e o espaço abstrato, também chamado de espaço token (Figura 4).

Figure 5. Figura 4. Usos do espaço Fonte: Traduzido de Johnston e Schembri (2007, p. 166)

O espaço real corresponde ao espaço onde se dá a sinalização. O espaço topográfico será diagramático ou depictivo, quando o sinalizante usar o espaço em frente ao seu corpo para construir cenários em escala menor. Nesse caso, as entidades aí localizadas são representadas por meio das mãos e braços. Por outro lado, o espaço topográfico será espaço do observador ou subrogado quando o sinalizante representar entidades, em geral humanas, em escala maior por meio de seu corpo. Nesse caso, os cenários serão representados no espaço em volta do corpo do sinalizante. Por fim, o espaço abstrato ou token, por sua vez, corresponde ao espaço em frente ao corpo do sinalizante em que, diferentemente do espaço real, localizações são atribuídas a referentes não presentes no momento da enunciação.

Para tornar a diferenciação entre os dois tipos de espaço, topográfico e abstrato ou token, mais clara, reproduzimos ilustrações empregadas para o mesmo fim por Perniss (2012). As Figuras 5a-b representam, respectivamente, os espaços diagramático e do observador, enquanto a figura 5c representa o espaço abstrato ou token. Nesse último, indicam-se dois pontos no espaço em frente ao sinalizante atribuídos a pessoas não presentes no momento da enunciação e duas realizações do verbo ASK ‘perguntar’ da ASL partindo de um desses pontos na direção do outro e vice-versa.

Figure 6. Figura 5. Espaços (a) diagramático, (b) do observador e (c) abstrato Fonte: Reproduzido de Perniss (2012, p. 414 e 419)

A referencialidade em todos esses espaços pode motivar a troca de dominância. Em outras palavras, o sinalizante pode usar sua mão não-dominante para desempenhar funções típicas da mão dominante, porque o referente está espacialmente contíguo a ela no espaço real ou porque foi alocado no espaço topográfico ou no espaço abstrato do lado ou em frente a ela.

Isso pode ser ilustrado com um dado reportado por Gabardo e Xavier (2019) e reproduzido na Figura 6a. Nela, vemos a sinalizante estabelecer para a referência da menina da “História da Pera” uma localização à sua esquerda, por meio de um apontamento também realizado com a mão esquerda. Após isso, ela reporta o que aconteceu com a personagem em discussão, sinalizando com a mão esquerda. Algo muito parecido acontece no exemplo apresentado na Figura 6b. Como mostram as imagens, a sinalizante emprega sua mão esquerda para referir-se tanto ao menino da bicicleta quanto à localização, também à esquerda, e às ações, relacionadas a ele no espaço de sinalização.

Figure 7. Figura 6. Exemplos de troca de dominância motivada pela referência espacial Fonte: Reproduzido de Gabardo e Xavier (2019, p. 82)

A simultaneidade, por sua vez, se refere à produção de dois sinais ao mesmo tempo, um em cada mão (Tang; Sze; Lam, 2007). Em seu trabalho sobre a aquisição de construções simultâneas na língua de sinais de Hong Kong, Tang, Sze e Lam (2007) exemplificam esse processo com o exemplo retratado na Figura 7.

Figure 8. Figura 7. Construção simultânea na língua de sinais de Hong Kong Fonte: Reproduzido e traduzido de Tang, Sze e Lam (2007, p. 290)

No exemplo da Figura 7, vemos que o sinalizante produziu com sua mão direita, provavelmente sua mão dominante, o sinal AVIÃO-VOAR e na sequência produz simultaneamente com sua mão esquerda, provavelmente sua mão não-dominante, uma série de outros sinais.

Gabardo e Xavier (2019) ressaltam que os casos em que a simultaneidade atua na troca de dominância são aqueles em que a mão não-dominante desempenha o papel de mão ativa, enquanto a mão dominante se mantém estacionária realizando outro sinal ou parte de outro sinal. Esse parece ser o caso do dado da língua de sinais de Hong Kong, bem como o do dado da libras reportado por Gabardo e Xavier (2019) e reproduzido na Figura 8. Como indicam as imagens, a sinalizante mantém a articulação do sinal SEGURAR-PERA na mão direita, sua mão dominante, e produz, com a mão esquerda, sua mão não-dominante, o sinal LIMPAR.

Figure 9. Figura 8. Exemplo de troca de dominância motivada pela simultaneidade Fonte: Reproduzido de Gabardo e Xavier (2019, p. 83)

Gabardo e Xavier (2019) reportam ainda que há casos de troca de dominância na libras resultantes da combinação da referencialidade espacial com a simultaneidade. Segundo os autores, nessas situações a mão dominante articula um dado sinal e mantém sua articulação, enquanto a mão não-dominante produz outros sinais. Porém, diferentemente do caso retratado na Figura 8, isso ocorre porque a localização no espaço de sinalização do sinal articulado com a mão dominante parece ser relevante para a sua referenciação e, por essa razão, o sinalizante acaba sendo “forçado” a fazer a troca de dominância para realizar outro(s) sinal(is). Eles citam como exemplo de casos desse tipo a produção que reproduzimos na Figura 9. Nela, podemos ver que a localização do sinal PERA à direita do espaço de sinalização decorre da organização do cenário do evento descrito. Precisamente, a pera que está fora da cesta está à direita desta. A contiguidade da mão direita a essa localização certamente levou a sinalizante a utilizá-la na realização do sinal PERA e, por indisponibilidade desta, a realizar simultaneamente com a esquerda o sinal SOBRAR.

Figure 10. Figura 9. Exemplo de troca de dominância motivada pela simultaneidade e referencialidade espacial Fonte: Reproduzido de Gabardo e Xavier (2019, p. 84)

Por fim, o ambiente fonológico parece ser a motivação para a troca de dominância em alguns casos. Em outras palavras, Gabardo e Xavier (2019) observaram algumas situações em que um determinado sinal é produzido com a mão não-dominante porque essa mão já estava ativa e já havia produzido o sinal anterior. Esse processo é denominado assimilação e consiste, segundo Silva e Xavier (2020), na cópia, por um dado sinal, de características de sinais adjacentes. Os referidos autores ilustram a assimilação na libras com o dado reproduzido na Figura 10. Nele, vemos o sinal EU, tipicamente produzido com apenas uma mão e com a configuração de mão em 1, ou seja, indicador estendido e demais fechados, com duas mãos e com a mesma configuração do sinal seguinte, NÃO-SABER.

Figure 11. Figura 10. Exemplo de assimilação da configuração e do número de mãos no sinal NÃO-SABER pelo sinal EU Fonte: Reproduzido de Silva e Xavier (2022, p. 6)

A troca de dominância motivada por assimilação pode ser ilustrada pelo exemplo da Figura 11a. Nele, observamos a sinalizante iniciar o movimento do sinal bimanual equilibrado seguinte, CORRER, com a mão esquerda provavelmente, porque ela já estava ativa, realizando o apontamento sobre a mão direita, passiva, na construção anterior. O mesmo parece explicar a realização com a mão esquerda de ABANAR (Figura 11b). Como indicam as imagens, esse sinal é produzido logo após o sinal PEGAR-PERA, também articulado pela mão esquerda, enquanto a mão direita realiza um outro sinal, a saber, SEGURAR-BOLSO-DO-AVENTAL, durante todo esse fragmento.

Figure 12. Figura 11. Exemplos de troca de dominância motivada pelo ambiente fonológico Fonte: Gabardo e Xavier (2019, p. 85)

De acordo com Gabardo e Xavier (2019), essas quatro motivações abrangeram 98% dos dados analisados. Para 2% deles, no entanto, os autores reportam que não foi identificada motivação para troca de dominância, conforme se pode ver na Figura 12.

Figure 13. Figura 12. Frequência das motivações para trocas de dominância por sinalizante (SN e RA) Fonte: Gabardo e Xavier (2019, p. 85)

2. Material e Método

2.1. Fonte de Dados

Os dados desta pesquisa foram coletados no “Inventário Nacional da Libras”, descrito na obra “Língua Brasileira de Sinais: patrimônio linguístico brasileiro” (Quadros et al., 2018). Esse material abrange dados de uma comunidade local e de surdos de referência identificados pelos próprios surdos, representando dezoito estados brasileiros. Nele, há gravações em diferentes situações comunicativas, a saber: entrevistas, conversas livres e temáticas, narrativas com base em vídeos com e sem fala e levantamento de vocabulário, ou seja, lista de sinais.

Segundo Quadros et al. (2018), as entrevistas e a coleta de vocabulário foram realizadas individualmente por dois surdos da região metropolitana da Grande Florianópolis. As conversas e as narrativas foram coletadas em duplas sob a condução dos dois surdos locais. Ainda de acordo com os referidos autores, as filmagens foram realizadas no estúdio na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com quatro filmadoras para capturar os participantes em diferentes ângulos. Cada participante da entrevista visualizava o seu interlocutor e uma tela com as imagens relacionadas ao tema da interação.

2.2. Critérios de Seleção e Exclusão

Ao iniciar a presente pesquisa, foi realizada uma investigação de todos os estados listados no site do “Inventário Nacional da Libras”. Com isso, observamos que para apenas dois estados havia dados disponíveis: Alagoas e Santa Catarina. Ao analisar os dados de cada estado, constatamos que os dados do estado de Alagoas abrangiam produções de 24 surdos, porém apenas em duas das quatro situações comunicativas descritas por Quadros et al. (2018), sendo elas: entrevista e lista de sinais. Isso nos levou a descartar os dados de Alagoas e restringir nosso trabalho aos dados de Santa Catarina.

Os dados de Santa Catarina abrangeram produções em quatro situações comunicativas, a saber, entrevista, conversação, narrativa e lista de sinais por 31 sinalizantes surdos. Porém, ao analisar mais detidamente os dados do referido estado, observamos que apenas dez sinalizantes, cinco homens e cinco mulheres, apresentavam produções nas quatro situações comunicativas e, por essa razão, decidimos restringir nosso trabalho a eles.

Com base nas informações encontradas no perfil de cada um desses dez sinalizantes surdos no site do “Inventário Nacional da Libras”, pudemos traçar um perfil do grupo analisado. Em relação à faixa etária, observamos que os mesmos têm entre 18 e 60 anos. No que diz respeito ao grau de surdez, constatamos que a maioria tem surdez profunda. Quanto à cidade de origem/residência, quatro são de Florianópolis. Os demais, de cidades próximas. Por fim, em relação ao grau de escolaridade, quatro têm nível superior completo; dois, o ensino médio completo; dois, o ensino fundamental incompleto; um, o superior incompleto e um não tem escolaridade.

Por restrições de tempo, neste trabalho nos concentramos em três situações comunicativas: conversações livres, narrativas e listas de sinais. Pela mesma razão, não foram analisadas as seis narrativas disponíveis no “Inventário Nacional de Libras”, mas apenas uma: a “História da pera”. A escolha dessa narrativa em detrimento das outras se deve, como já dito, ao fato de ela ter sido objeto de um trabalho que desenvolvemos anteriormente (Gabardo; Xavier, 2019).

Entre as conversações, selecionamos apenas as relacionadas à Copa de 2014 e, dentre as listas de sinais, apenas a referente às frutas. Tal seleção decorreu do fato de que produções nessas duas situações comunicativas foram identificadas no “Inventário Nacional da Libras” para todos os dez sinalizantes aqui considerados. Sendo assim, as produções analisadas neste trabalho totalizaram 1h 5min 28s, distribuídas nas três situações comunicativas analisadas (Figura 13).

Figure 14. Figura 13. Somatória da duração dos vídeos analisados por situação comunicativa Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 42)

Por conta dos objetivos de nossa pesquisa, optamos por não utilizar a transcrição no ELAN (Eudico Language Annotator)[1], já disponibilizada no “Inventário Nacional da Libras”. Sendo assim, a primeira autora transcreveu todos os vídeos selecionados, o que demandou aproximadamente 45 dias de trabalho.

2.3. Categorias de Análise

Os sinais produzidos por cada um dos 10 sinalizantes nas três situações comunicativas aqui analisadas foram classificados, primeiramente, em relação à mão empregada em sua produção: direita ou esquerda. Na sequência, os casos de trocas de dominância identificados foram classificados de acordo com os motivos reportados por Gabardo e Xavier (2019) (Figura 14).

Figure 15. Figura 14. Categorias de análise Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 43)

2.4. Procedoimentos de Análise

A análise e a transcrição dos vídeos das três situações comunicativas escolhidas se deram por meio do software livre, ELAN, o qual permite, entre outras coisas, a realização de anotações sincronizadas aos vídeos. Essas anotações foram realizadas em três trilhas, a saber, uma para anotar os sinais produzidos pela mão direita, MD, uma segunda para anotar os sinais produzidos pela mão esquerda, ME, e uma terceira para anotar a causa da troca de dominância, MOTIVO. Os vídeos transcritos depois de analisados no ELAN foram recortados no Windows MovieMaker e inseridos no canal do Youtube da primeira autora, para que assim fosse possível ilustrar a troca de dominância em excertos curtos.

3. Resultados

3.1. Dominância cerebral

Foi realizado um levantamento de todos os sinais monomanuais, bimanuais equilibrados e bimanuais não-equilibrados produzidos por cada participante, objetivando com isso determinar a mão dominante de cada sujeito, e, com base nisso, identificar os casos em que ocorrem a troca de dominância. Precisamente, contabilizamos com qual mão os sinais monomanuais foram mais articulados, qual mão deu início ao movimento em sinais bimanuais equilibrados e qual mão realizou o papel ativo em sinais não-equilibrados.

Os resultados desse levantamento sugerem que a maioria dos participantes tem dominância à esquerda, uma vez que preferem a mão direita para realizar sinais monomanuais, para iniciar o movimento de sinais bimanuais e para desempenhar o papel ativo de sinais não-equilibrados. A única exceção foi o participante WB que empregou a mão esquerda nos mesmos contextos[1].

3.2. Motivações da troca de dominância

3.2.1. Também reportadas por Gabardo e Xavier (2019)

Segundo Gabardo e Xavier (2019), as motivações para a troca de dominância das duas sinalizantes surdas, na narrativa “História da Pera”, foram (1) a referencialidade espacial, (2) a simultaneidade, (3) uma combinação de (1) e (2), e (4) o ambiente fonológico. Essas motivações foram também atestadas nos dados analisados neste trabalho.

Diante dos resultados reportados na seção anterior, estabelecemos que a troca de dominância ocorreu para nove dos sujeitos, quando as funções típicas da mão dominante na sinalização foram realizadas pela mão esquerda e que apenas para um deles, WB, foi o contrário, uma vez que sua lateralidade parece ser à direita. Com isso, 123 (71%) dos 176 casos de troca de dominância se deram pelos mesmos motivos identificados por Gabardo e Xavier (2019).

Em relação à referencialidade espacial, observamos casos como o apresentado na Figura 15. Nela, vemos que MA faz uso do espaço abstrato ou token e o divide em dois, estabelecendo um ponto no lado esquerdo para a referência ao Brasil e um ponto no lado direito para referência à Alemanha (Johnston; Schembri, 2007). A troca de dominância pode ser observada no apontamento e no sinal BRASIL, realizados com a mão esquerda por MA.

Figure 16. Figura 15. Exemplo de troca de dominância motivada pela referencialidade espacial Fonte: de Gabardo (2023, p. 48) (https://www.youtube.com/watch?v=vqFRHEjXNQU)

Já no que diz respeito à simultaneidade, ou seja, à realização de dois sinais ao mesmo tempo, um em cada mão (Tang; Sze; Lam, 2007), observamos que ela parece ter sido a motivação para a troca de dominância em casos como o da Figura 16. Nessa produção, a sinalizante KI mantém a articulação do sinal EMBORA na mão direita e produz, com a mão esquerda, sua mão não-dominante, o sinal ACHAR.

Figure 17. Figura 16. Exemplo de troca de dominância motivada pela simultaneidade Fonte: de Gabardo (2023, p. 49)(https://www.youtube.com/watch?v=QFT776rROHc)

A combinação entre a referencialidade espacial e a simultaneidade, por sua vez, foi observada, assim como por Gabardo e Xavier (2019), quando um dado sinal foi realizado pela mão dominante localizada do mesmo lado desta em virtude da disposição de seu referente no espaço real, topográfico ou abstrato e, consequentemente, por sua indisponibilidade, outros sinais tiveram de ser produzidos com a mão não-dominante. Como exemplo de casos desse tipo, citamos o exemplo produzido por JM (Figura 17). Nele, vemos que a disposição do menino à direita no espaço de sinalização no momento de composição do cenário da história deve ter levado o sinalizante a manter o sinal ADMIRAR, empregado em referência a essa personagem e realizado pela mão direita, e produzir o sinal MOVER-SE-DE-BICICLETA com a mão esquerda para se referir à menina pedalando em sua direção.

Figure 18. Figura 17. Exemplo de troca de dominância motivada tanto pela referencialidade espacial quanto pela simultaneidade Fonte: de Gabardo (2023, p. 50) (https://www.youtube.com/watch?v=KtnHtSqMGpU)

Por fim, observamos casos de troca de dominância motivada pelo ambiente fonológico, precisamente, em função da ocorrência de um processo assimilatório (Silva; Xavier, 2022). Observamos que a ativação da mão não-dominante parece ter levado os sinalizantes a realizar ou começar a realizar, no caso de sinais bimanuais não equilibrados, outros sinais com essa mão. O exemplo que apresentaremos a seguir foi observado nos dados de MH. Como se pode ver na Figura 18, a sinalizante produz o sinal PARABÉNS com a mão esquerda, logo após articular o sinal CONSEGUIR, também produzido com essa mesma mão. Esse caso não parece ser motivado pela referencialidade espacial, uma vez que MH empregou ambas as mãos nesse trecho para representar as ações do time campeão da Copa.

Figure 19. Figura 18. Exemplo de troca de dominância motivada pelo contexto fonológico Fonte: de Gabardo (2023, p. 51) (https://www.youtube.com/watch?v=wJomeijZvFs)

3.2.2. Não reportados por Gabardo e Xavier (2019)

Além das quatro motivações para a troca de dominância reportadas por Gabardo e Xavier (2019), a análise dos dados desta pesquisa revelou duas outras. Esses casos, no entanto, representam uma parcela menor dos casos de troca de dominância identificados, uma vez que totalizam apenas oito (0,4%) dos 176 casos. Uma delas se assemelha aos casos de contraste reportados por Frishberg (1985) e Zimmer (1989) para a ASL. No caso ilustrado na Figura 19, observado na listagem de sinais, a sinalizante parece diferenciar o tipo de informação, numeração e item numerado, pela mão empregada para articular os sinais correspondentes. DN sinaliza os sinais numerais com sua mão não dominante, a esquerda, e sinaliza, na sequência, os sinais que designam as frutas com a mão dominante, a direita.

Figure 20. Figura 19. Exemplo de troca de dominância motivada pelo contraste Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 52) (https://youtu.be/qZgcuJbRrMc)

A segunda motivação para a troca de dominância não reportada por Gabardo e Xavier (2016) diz respeito à indisponibilidade da mão dominante por razões extralinguísticas. Essa indisponibilidade foi objeto de estudo de Xavier (2014) em que analisou a produção de sinais bimanuais da libras quando uma das mãos está executando atividades como segurar o volante do carro ou o balaústre do ônibus. O autor documenta uma série de estratégias adotadas pelos sinalizantes, além da mais óbvia que consiste justamente em produzir tais sinais com apenas uma mão. Na Figura 20, vemos uma situação de indisponibilidade análoga, mas aqui motivando a troca de dominância. Como indicam as imagens, o sinalizante WB está com seu braço dominante dobrado e em repouso em sua barriga. Isso deve tê-lo levado a empregar a mão esquerda para produzir o sinal ACABAR.

Figure 21. Figura 20. Exemplo de troca de dominância motivada pela indisponibilidade da mão dominante Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 53) (https://www.youtube.com/watch?v=5INMDGXfMy8)

Somando essas duas motivações com as quatro discutidas e exemplificadas na seção anterior, abrangemos 60% dos dados analisados neste trabalho. Para 40% deles, no entanto, não foram identificadas motivações claras para troca de dominância (Figura 21). Por essa razão, elas foram classificadas em nossos dados como “dúvidas”, conforme será discutido e exemplificado na próxima seção.

Figure 22. Figura 21. Frequência da troca de dominância por motivação Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 53)

3.2.3. Dúvidas

Como dito na seção anterior, para 40% dos casos de troca de dominância analisados neste trabalho, não foi possível determinar sua motivação. Para ilustrar esses casos, citamos o exemplo da Figura 22. Nele, a realização do sinal EU, com a mão não-dominante, não parece ser motivada nem pela referencialidade espacial, nem pela simultaneidade, nem por uma combinação desses dois motivos, nem pelo ambiente fonológico, nem por contraste, tampouco por indisponibilidade de mão dominante. É possível, no entanto, que esses casos possam ser tratados como estilísticos, como menciona Zimmer (1989). Considerando a pequena quantidade de dados que analisamosde cada sujeito, optamos por deixar essa questão em aberto para estudos futuros.

Figure 23. Figura 22. Troca de dominância por motivação não clara Fonte: Reproduzida de Gabardo (2022, p. 54) (https://www.youtube.com/watch?v=_x5kDx_Becw)

3.3. A troca de dominância em diferentes situações comunicativas

Após a análise das motivações para a troca de dominância, classificamos as ocorrências desse processo por situação comunicativa, a saber, narrativa, conversação e lista de sinais. Os resultados obtidos indicam um maior número de casos de troca de dominância quando os sinalizantes estavam narrando a “História da Pera” e uma menor frequência desse mesmo processo quando estavam listando sinais (Figura 23). Nesse sentido, o presente trabalho relativiza os achados de Gabardo e Xavier (2019), uma vez que sugere variação na ocorrência da troca de dominância de acordo com as situações comunicativas em que os sinalizantes estão inseridos.

Figure 24. Figura 23. Casos de troca de dominância por situação comunicativa Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 55)

Ao mesmo tempo, este estudo relativiza os resultados obtidos por Zimmer (1989), cuja análise se baseou nas produções de um único sinalizante, justamente em razão de se basear em dados de dez sinalizantes surdos. Com isso, foi possível observar (1) a frequência de ocorrência de cada motivação para a troca de dominância em diferentes situações comunicativas (Figura 24), bem como (2) a frequência desse processo por sujeito e (3) por tipo de sinal (monomanual, bimanual equilibrado e bimanual não-equilibrado), nas três situações comunicativas aqui consideradas (Figura 25).

Figure 25. Figura 24. Motivações para a troca de dominância por situação comunicativa Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 55)

Figure 26. Figura 25. Troca de dominância por sin­­­­alizante e tipo de sinal (Parte 1) Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 56-7)

Figure 27. Figura 25. Troca de dominância por sin­­­­alizante e tipo de sinal (Parte 2) Fonte: Reproduzida de Gabardo (2023, p. 56-7)

Com essa análise foi possível observar que os sujeitos variaram em função da frequência com que realizaram troca de dominância por situação comunicativa e por tipo de sinal. Há sinalizantes como MH e WB que apresentaram troca de dominância em todas as situações comunicativas e, como esperado, com maior frequência na narração. Há, no entanto, sinalizantes como KQ, que não apresentaram esse processo em nenhuma situação comunicativa e com nenhum tipo de sinal.

4. Considerações finais

O objetivo deste estudo foi investigar a troca de dominância na libras em diferentes situações comunicativas, partindo das motivações já identificadas por Gabardo e Xavier (2019). Para isso, o estudo analisou as produções de dez sinalizantes surdos, cinco homens e cinco mulheres, residentes no estado de Santa Catarina em três situações comunicativas, a saber, narração da “História da Pera”, conversação sobre a Copa de 2014 e lista de sinais referentes a frutas. Esses dados são oriundos do “Inventário Nacional da Libras”(Quadros et al. 2018).

A partir da contagem da frequência de uso das mãos na articulação de sinais monomanuais, no início do movimento de sinais bimanuais equilibrados e no desempenho do papel ativo de sinais bimanuais não-equilibrados, foi possível identificar qual é a mão preferida dos sinalizantes e, assim, identificar os casos de troca de dominância. Como resultado, observamos que dos dez participantes, nove têm como mão preferida para a sinalização a mão direita, enquanto apenas um tem como mão preferida a esquerda.

Nos casos examinados, foram identificadas, ao todo, seis motivações para o uso da mão não-dominante no desempenho de funções típicas da mão dominante. Quatro delas já haviam sido documentadas por Gabardo e Xavier (2011), a saber, (1) a referencialidade espacial, (2) a simultaneidade, (3) uma combinação de (1) e (2), e (4) o ambiente fonológico, e duas outras, (5) indisponibilidade da mão dominante e (6) contraste, identificadas na presente pesquisa.

A motivação mais frequente foi a referencialidade espacial, ou seja, aquela com base na qual a troca de dominância se dá em virtude da localização do lado da mão não-dominante de um dado referente no espaço real, topográfico ou abstrato (Johnston; Schembri, 2007). A segunda mais frequente foi aquela que resulta de uma combinação da referencialidade espacial com a simultaneidade, isto é, a co-produção de dois sinais, um em cada mão. A terceira motivação mais frequente foi a simultaneidade, neste caso, atuando isoladamente. O contraste, referente ao uso de cada mão para se referir a elementos semanticamente distintos, e a assimilação, no caso da troca de dominância, referente à produção de um determinado sinal com a mão não-dominante, porque o sinal anterior também o foi, motivaram o mesmo número de casos. Com isso, eles empataram na quarta posição das motivações mais frequentes em nossos dados. Por fim, a indisponibilidade da mão não-dominante foi a motivação menos frequente de todas.

Embora essas seis motivações abranjam 60% dos dados, 40% não parecem ter razões muito claras para a troca de dominância, tal como também observado na ASL por Zimmer (1989).

No presente estudo também foi possível observar que a ocorrência da troca de dominância variou nos diferentes tipos de sinais (monomanuais, bimanuais equilibrados e não-equilibrados), nas diferentes situações comunicativas aqui consideradas (narração, conversação e listagem de sinais), entre os sujeitos (variação intersujeito) e também nas produções de um mesmo sujeito (variação intra-sujeito em diferentes situações comunicativas). Precisamente, observamos (1) que sinais monomanuais foram aqueles que mais sofreram troca de dominância, (2) que a narração foi a situação comunicativa em que o processo em questão foi mais atestado, (3) que alguns sinalizantes realizaram troca de dominância em todas as situações comunicativas, enquanto outros não realizaram esse processo em nenhuma delas e (4) que os sinalizantes não realizaram troca de dominância em mesma quantidade nas diferentes situações comunicativas.

Com isso, o presente estudo contribui com a compreensão desse processo na libras e abre novos caminhos de investigação. Há que se investigar ainda a(s) motivação(ões) para a troca de dominância nos 40% do nosso córpus, para os quais, até o momento, elas não nos pareceram claras, bem como as entrevistas, desconsideradas aqui por restrições de tempo, e comparar a frequência da troca de dominância nessa situação comunicativa com a de situações comunicativas já analisadas. Somando-se a isso, estudos futuros poderão também analisar a influência da destralidade, sinistralidade e ambidestralidade dos sinalizantes na troca de dominância; a influência de variáveis sociolinguísticas como região de origem, idade, gênero, idade de aquisição da libras, escolaridade, etc., na ocorrência da troca de dominância, entre outros. Dessa forma, imaginamos que um entendimento mais amplo da troca dedominância na libras poderá ser alcançado.

Informações Complementares

Conflito de Interesse

Os autores não têm conflitos de interesse a declarar.

Declaração de Disponibilidade de Dados

Os dados são oriundos do “Inventário Nacional da Libras” e livremente disponíveis no site: https://corpuslibras.ufsc.br/dados.

Pesquisa com Seres Humanos

Não se aplica a este trabalho, pois fizemos uso de dados coletados por Quadros et al. (2018) e publicamente disponibilizados no site do “Inventário Nacional da Libras” https://corpuslibras.ufsc.br/dados.

Referências

BATTISON, R. Lexical borrowing in American Sign Language. Silver Spring, MD: Linstok, 1978.

FRISHBERG, N. Dominance relations and discourse structures. In: STOKOE, W. C.; VOLTERRA, V. (Orgs.) SLR ’83: Proceedings of the 3rd international symposium on sign language research, 79–90. Rome: ConsiglioNazionaledelleRicerche, 1985.

GABARDO, L. A. Estudo da troca de dominância em diferentes situações comunicativas na libras. Dissertação (Mestrado em Letras), Universidade Federal do Paraná, 2023.

GABARDO, L. A.; XAVIER, N. A. Estudo Preliminar da Troca de Dominância em libras. RevDia, v. 7, n. 2, 2019. p. 70–87.

JOHNSTON, T.; SCHEMBRI, J. Australian Sign Language (Auslan): An introduction to sign language linguistics. Cambridge: Cambridge University Press. 2007. p. 296.

TANG, G.; SZE, F.; LAM, S. Acquisition of simultaneous constructions by deaf children of HKSL. In: VERMEERBERGEN, M.; LEESON, L.; CRASBORN, O. (Org.). Simultaneity in Signed Languages: Form and function. John Benjamins Publishing Company. 2006. p.317-335.

PERNISS, P. M. Use of sign space. In: PFAU, R.; STEINBACH, M.; WOLL, B. (Org.). SignLanguage: anInternational Handbook, Berlin: Mouton de Gruyter, 2012. p. 412 - 431.

QUADROS, R. M. de; NEVES, B. C.; SCHMITT, D.; LOHN, J. T.; LUCHI, M. Língua Brasileira de Sinais: Patrimônio Lingüístico Brasileiro. Florianópolis: Editora Garapuvu, 2018. Disponível em: https://córpuslibras.ufsc.br/dados, acesso em 01 nov. 2022.

SILVA, A. R.; XAVIER, A. N. Processos fonológicos na libras em produção de dois sinalizantes surdos. INTERLETRAS, v.11, n.36. Disponível em: https://www.unigran.br/doudos/interletras/conteudo/artigos/01.pdf?v=36. Acesso em: 23 dez. 2023.

XAVIER, A. N. Uma ou duas? Eis a questão! Um estudo do parâmetro número de mãos na produção de sinais da língua brasileira de sinais (libras). 2014. 146 f. Tese (Doutorado em Linguística) - Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.

ZIMMER, J. Toward a Descriptionof Register Variation in American Sign Language. In: LUCAS, C. (Org.). The Sociolinguistics of the Deaf Community. San Diego, CA: Academic Press, 1989. p. 253-272.

Avaliação

DOI: https://doi.org/10.25189/2675-4916.2024.V5.N2.ID732.R

Decisão Editorial

EDITOR: Anderson Almeida da Silva

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4369-4885

FILIAÇÃO: Universidade Federal do Delta do Parnaíba, Parnaíba, Brasil.

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CARTA DE DECISÃO: O manuscrito intitulado TROCA DE DOMINÂNCIA EM DIFERENTES SITUAÇÕES COMUNICATIVAS NA LIBRAS foi avaliado por dois especialistas doutores com experiência em fonologia das línguas de sinais. Ambos os pareceristas recomendaram a publicação do texto. Após leitura dos pareceres e do próprio artigo, confirmo a impressão dos pareceristas e destaco que o texto possui alta qualidade de proposição teórica e de análise. Trata-se de uma análise inédita no Brasil sobre o fenômeno da troca de dominância no uso dos articuladores manuais, fenômenos que além de exclusivo da modalidade sinalizada, dialoga sobre a capacidade neural da espécie humana e a questão da orientação motora, questão importante dentro da neurociência. Os autores fazem uso do corpus nacional da libras, o que confere mais confiabilidade à análise por trata-se de um reposi´tório público de dados. Por fim, os achados contribuem bastante para o entendimento das condições que levam um sinalizador destro ou canhoto, produzirem sinais aparentemente em oposição à sua orientação motora.

Rodadas de Avaliação

AVALIADOR 1: Nídia Nunes Máximo

ORCID: https://orcid.org/0009-0005-4328-3551

FILIAÇÃO: Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil.

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AVALIADOR 2: Sandra Patrícia de Faria do Nascimento

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9291-5720

FILIAÇÃO: Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil.

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RODADA 1

AVALIADOR 1

2024-03-30 | 06:16 PM

O trabalho traz uma perspectiva aprofundada acerca do fenômeno da troca de dominância na Libras, reforçando achados em pesquisas anteriores e proporcionando novas contribuições que podem alargar o conhecimento acerca do fenômeno, embora outros aspectos ainda necessitem de mais estudos, como a influência da destralidade, sinistralidade, dentre outros. Assim, o trabalho aponta para novos questões sobre a troca de dominância na Libras e para possibilidade de estudos futuros, ressaltando que o fenômeno não está encerrado em si mesmo.

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AVALIADOR 2

2024-04-04 | 12:46 PM

O artigo “Troca de dominância em diferentes situações comunicativas na Libras” traz contribuições relevantes à descrição da língua de sinais brasileira. Ao mesmo tempo em que reaplica modelos, amplia discussões e permite o alcance de novos achados linguísticos. O texto descreve papéis desempenhados pela mão dominante e não dominante, em momentos em que o(s) sinalizante(s) articula(m) estruturas sinalizadas com alteração na dominância da mão.

O texto apresenta uma revisão de literatura a respeito da troca de dominância em ASL, entre outros. Para analisar esse movimento, houve o resgate de um estudo realizado em 2019, o qual analisou 56 casos de troca de dominância, e a partir deles foram encontradas quatro motivações: a referencialidade espacial, a simultaneidade, uma combinação da referencialidade espacial e da simultaneidade e o ambiente fonológico.

A metodologia empregada envolveu uma coleta de dados com critérios de inclusão, exclusão, categorização e procedimento de análise dos dados. Os sinais extraídos do corpus foram classificados, primeiramente, em relação à mão empregada em sua produção: direita ou esquerda. A análise e a transcrição dos vídeos de três situações comunicativas foram realizadas com o apoio do software livre ELAN. Foi feito um levantamento de todos os sinais monomanuais, bimanuais equilibrados e bimanuais não-equilibrados produzidos por cada participantes.

O estudo identificou funções típicas da mão dominante desempenhadas pela mão esquerda. Entretanto, os resultados do levantamento realizado sugerem que a maioria dos participantes têm dominância à esquerda, o que chama a atenção pelo fato de que, aparentemente, a maioria das pessoas são destras. Se os achados foram divergentes, antes de uma afirmação categórica em relação a isso, questiono apenas se não seria interessante analisar se não houve espelhamento dos vídeos, quanto gravados, o que é algo comum ocorrer em gravações, a depender da configuração realizada.

As ocorrências encontradas foram classificadas em situação comunicativa (narrativa, conversação e lista de sinais). Quarenta por cento dos casos de troca de dominância analisados não teve motivação determinada. Os casos de motivação determinada indicam maior número de casos de troca de dominância em narrativas que em lista de sinais, o que relativiza resultados de pesquisas anteriores (Gabardo e Xavier, 2019; Zimmer, 1989).

Em síntese, a análise dos dados desta pesquisa revelou seis motivações para o uso da mão não-dominante no desempenho de funções típicas da mão dominante. Além da referencialidade espacial, da simultaneidade, da combinação da referencialidade com a simultaneidade, e do ambiente fonológico, a pesquisa relata a identificação de duas outras: a indisponibilidade da mão dominante e o contraste.

Esses achados linguísticos ampliam a descrição linguística da língua de sinais brasileira e despertam novas possibilidades de análise em estudos que envolvam a análise da dextralidade, da sinistralidade, da ambidestralidade entre outras características.

Ao longo do texto digitalizado foram registrados alguns comentários a fim de assinalar, objetivamente, ponderações, sugestões e pequenas questões de forma, cujo objetivo é simplesmente contribuir com os autores. Tratam-se, na maioria das vezes, de comentários referentes a estilo; “descuidos” de digitação ou de revisão.

O resumo está repetido no texto e, portanto, sugere-se que um deles seja retirado. O texto ora apresenta verbos na terceira pessoa, de forma impessoal, como quando registra “observa-se”, ora apresenta a forma pessoal, com o verbo na terceira pessoa do plural, como quando registra “objetivamos”. A fim de garantir a formalidade do texto, sugere-se padronização da forma, com a adoção, em todo o texto, de uma única forma de registro. Esses são apenas detalhes.

Diante do exposto, este parecer orienta a aprovação do texto.

Resposta dos Autores

DOI: https://doi.org/10.25189/2675-4916.2024.V5.N2.ID732.A

RODADA 1

2024-04-14 | 03:28 PM

Respostas à avaliadora Profa. Dra. Sandra Nascimento

Primeiramente, gostaríamos de agradecer muitíssimo pela leitura extremamente cuidadosa e pelos muitos comentários gentis e generosos. Respostas abaixo.

O artigo “Troca de dominância em diferentes situações comunicativas na Libras” traz contribuições relevantes à descrição da língua de sinais brasileira. Ao mesmo tempo em que reaplica modelos, amplia discussões e permite o alcance de novos achados linguísticos. O texto descreve papéis desempenhados pela mão dominante e não dominante, em momentos em que o(s) sinalizante(s) articula(m) estruturas sinalizadas com alteração na dominância da mão.

O texto apresenta uma revisão de literatura a respeito da troca de dominância em ASL, entre outros. Para analisar esse movimento, houve o resgate de um estudo realizado em 2019, o qual analisou 56 casos de troca de dominância, e a partir deles foram encontradas quatro motivações: a referencialidade espacial, a simultaneidade, uma combinação da referencialidade espacial e da simultaneidade e o ambiente fonológico.

A metodologia empregada envolveu uma coleta de dados com critérios de inclusão, exclusão, categorização e procedimento de análise dos dados. Os sinais extraídos do corpus foram classificados, primeiramente, em relação à mão empregada em sua produção: direita ou esquerda. A análise e a transcrição dos vídeos de três situações comunicativas foram realizadas com o apoio do software livre ELAN. Foi feito um levantamento de todos os sinais monomanuais, bimanuais equilibrados e bimanuais não-equilibrados produzidos por cada participantes.

O estudo identificou funções típicas da mão dominante desempenhadas pela mão esquerda. Entretanto, os resultados do levantamento realizado sugerem que a maioria dos participantes têm dominância à esquerda, o que chama a atenção pelo fato de que, aparentemente, a maioria das pessoas são destras. Se os achados foram divergentes, antes de uma afirmação categórica em relação a isso, questiono apenas se não seria interessante analisar se não houve espelhamento dos vídeos, quanto gravados, o que é algo comum ocorrer em gravações, a depender da configuração realizada.

Aqui cabe um esclarecimento a respeito de uma questão que aparece algumas vezes nos comentários no corpo do texto. Pessoas destras têm como hemisfério dominante o esquerdo. Pessoas canhotas, por sua vez, têm como hemisfério dominante o direito. É invertido e por isso a confusão ao longo da leitura. Sendo assim, não acolhemos as sugestões de alteração.

As ocorrências encontradas foram classificadas em situação comunicativa (narrativa, conversação e lista de sinais). Quarenta por cento dos casos de troca de dominância analisados não teve motivação determinada. Os casos de motivação determinada indicam maior número de casos de troca de dominância em narrativas que em lista de sinais, o que relativiza resultados de pesquisas anteriores (Gabardo e Xavier, 2019; Zimmer, 1989).

Em síntese, a análise dos dados desta pesquisa revelou seis motivações para o uso da mão não-dominante no desempenho de funções típicas da mão dominante. Além da referencialidade espacial, da simultaneidade, da combinação da referencialidade com a simultaneidade, e do ambiente fonológico, a pesquisa relata a identificação de duas outras: a indisponibilidade da mão dominante e o contraste.

Esses achados linguísticos ampliam a descrição linguística da língua de sinais brasileira e despertam novas possibilidades de análise em estudos que envolvam a análise da dextralidade, da sinistralidade, da ambidestralidade entre outras características.

Ao longo do texto digitalizado foram registrados alguns comentários a fim de assinalar, objetivamente, ponderações, sugestões e pequenas questões de forma, cujo objetivo é simplesmente contribuir com os autores. Tratam-se, na maioria das vezes, de comentários referentes a estilo; “descuidos” de digitação ou de revisão.

O resumo está repetido no texto e, portanto, sugere-se que um deles seja retirado.

O resumo para não especialistas é uma exigência da revista, por isso mantivemos. Mas, realmente, ele precisa ser diferente do resumo para especialistas. Tentamos acrescentar informações naquele, de maneira a torná-lo mais acessível.

O texto ora apresenta verbos na terceira pessoa, de forma impessoal, como quando registra “observa-se”, ora apresenta a forma pessoal, com o verbo na terceira pessoa do plural, como quando registra “objetivamos”. A fim de garantir a formalidade do texto, sugere-se padronização da forma, com a adoção, em todo o texto, de uma única forma de registro. Esses são apenas detalhes.

Padronizamos o texto, adotando sempre que possível a 1ª pessoa do plural.

Diante do exposto, este parecer orienta a aprovação do texto.

Comentários no corpo do texto:

Antes de passar aos comentários feitos no corpo do texto, registramos que todos aqueles de natureza ortográfica ou redacional foram acolhidos.

Somente uma questão de forma. Não seria interessante padronizar o texto de forma que seja escrito ou em terceira pessoa ou na primeira pessoa do plural?

Como dito anteriormente, padronizamos o texto, usando a 1ª pessoa do plural.

Sugiro eliminar esse resumo, pois é exatamente igual ao primeiro, apenas com o acréscimo, no título, de que seria um resumo para não especialistas. Além do fato de ser o mesmo texto, julgo não ser adequado incluir resumos em trabalhos científicos com essa observação.

Respondido acima.

O vídeo não está mais disponível no link registrado na nota de rodapé.

Agradecemos esse alerta. Substituímos o link por um outro que, pelo menos até o momento da ressubmissão, está funcionando.

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Os resultados desse levantamento sugerem que ambas as sinalizantes têm dominância à DIREITA, uma vez que preferem a mão direita para articular sinais monomanuais . Pelo que entendo, a figura 3 sugere dextralidade e não sinistralidade.

Não entendi. Acho que essa estrutura ficou incompleta. A dominância dos participantes não seria à direita se para realizar os sinais monomanuais usam a mão direita? Existe a possibilidade também de ter um espelhamento na gravação dos vídeos? Como essa possibilidade foi analisada na imagem? Será que o que se pretendeu dizer foi que a alternância da dominância é que se deu com a mão esquerda????

??? ou à esquerda... Não consegui entender esse ponto de vista. Pareceu-me invertido. Apenas reporto para que os autores, tão ávidos e competentes em sua pesquisa, verifiquem se a estrutura está correta e se outro ouvinte interpreta da mesma forma. Registrei todos os momentos que essa marcação de lateralidade me causou estranheza.

Repito o esclarecimento feito acima: pessoas destras têm como hemisfério dominante o esquerdo. Pessoas canhotas, por sua vez, têm como hemisfério dominante o direito. É invertido e por isso a confusão ao longo da leitura. Sendo assim, não acolhemos as sugestões de alteração.

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Eu tive a sensação de que teve motivação fonológica. Não teria a ver com a variação do sinal de futebol? Eu conheço três sinais para futebol. Um, que representa o chute na mão, outro que representa a torcida e outro que tem os dois. Não estaria o sinal de EU, motivado pelo sinal referente a torcida?

Concordamos que as imagens sugerem o ponto que você levanta. No entanto, na nossa visão, a configuração de mão do sinal EU resulta da assimilação de traços da configuração da mão não dominante durante a produção do sinal anterior, FUTEBOL. Observe a posição do polegar: é a mesma nos dois sinais. Nosso ponto aqui, no entanto, tem a ver com a falta de clareza da motivação da troca de dominância. Nos casos que categorizamos como relacionados ao ambiente fonológico, a troca de dominância se dá porque a mão dominante é ativa no sinal anterior e, em virtude disso, articula o sinal seguinte. Aqui não é o caso, pois no sinal FUTEBOL empregado no dado em discussão a mão não dominante é passiva, logo, não se move.

Onde estão (2) e (3), que justifiquem o fato de dizer que são três situações comunicativas? Seria essa marcação que eu acrescentei?

Corrigimos.

Agradecemos mais uma vez por todos os comentários. Sem dúvidas, eles contribuíram muito para o aprimoramento do trabalho.

Respostas à avaliadora Profa. Dra. Nídia Nunes Máximo

O trabalho traz uma perspectiva aprofundada acerca do fenômeno da troca de dominância na Libras, reforçando achados em pesquisas anteriores e proporcionando novas contribuições que podem alargar o conhecimento acerca do fenômeno, embora outros aspectos ainda necessitem de mais estudos, como a influência da destralidade, sinistralidade, dentre outros. Assim, o trabalho aponta para novos questões sobre a troca de dominância na Libras e para possibilidade de estudos futuros, ressaltando que o fenômeno não está encerrado em si mesmo.

Agradecemos os comentários.

How to Cite

GABARDO, L. A.; XAVIER, A. Dominance Shift in Different Communicative Situations in Libras. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 5, n. 2, p. e732, 2024. DOI: 10.25189/2675-4916.2024.v5.n2.id732. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/732. Acesso em: 3 dec. 2024.

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