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Theoretical Essay

The Imaginary of Successful Pandemic Management in Espírito Santo: A Cognitive-Discursive Analysis about the Conceptual Metaphors of Path and War

Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo

State University of Norte Fluminense image/svg+xml

https://orcid.org/0000-0001-6294-4857


Abstract

Este é um pequeno trecho de uma pesquisa de tese de doutorado que investiga o imaginário de sucesso nos discursos pandêmicos do governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande. Do corpus total composto por 91 vídeos publicados entre março de 2020 e abril de 2022, alguns trechos com veículos metafóricos de guerra e trajetória foram destacados para esta análise, neste artigo. O objetivo foi observar a construção do imaginário de gestão bem-sucedida da pandemia no estado como estratégia cognitivo-discursiva para tentar promover a adesão da população às ações direcionadas pelo governo. A análise baseia-se na Teoria da Metáfora Conceitual de Lakoff e Johnson (1908), na metáfora no discurso político de Semino (2008), Chilton (2004), Musolff (2016), Charteris-Black (2004, 2005, 2021), nos imaginários sociais e no ethos político de Charaudeau (2006) e Maia (2015) e o MCI bem-sucedido e os discursos bem-sucedidos, respectivamente, de Mattos (2023) e Soares (2015). Os principais incluem as inferências a partir das metáforas situadas: A vacinação é o esforço final da jornada e o Espírito Santo é a tropa de vanguarda.

Resumo para não especialistas

Diante das mortes causadas pela covid-19 no Brasil, cada gestor estadual teve que se alinhar internamente para preparar sua população para uma nova conduta de ação cotidiana. Desse modo, este trabalho, ao investigar os discursos de gestão da pandemia do governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande, contribuiu para evidenciar que a linguagem de um sucesso imaginado foi um instrumento de gestão pública capaz de despertar a consciência coletiva para ações direcionadas pelo governo, tais como: isolamento físico, vacinação, uso de máscara e gestão de leitos de UTI. Isso se deu por meio da construção de um imaginário das ações da população e do governo, bem como da especulação de seus resultados positivos ou negativos, estruturado pela visão de um cenário de guerra e de avanço em um caminho. Essa descoberta, resultante da experiência da linguagem pública cotidiana em tempos de pandemia, tem valor para pesquisas em outros campos do saber, como a Sociologia, a Administração pública e a Linguística, pois mostra os impactos efetivos que o trato do imaginário de sucesso gerou na manutenção da vida das pessoas. Como principal resultado, destaca-se a comparação que Casagrande faz entre a vacinação e o esforço final de uma viagem.

Introdução

A pandemia da Covid-19 foi conceptualizada em termos de guerra, principalmente no discurso político, na finalidade de despertar o espírito de ação coletiva, de representar a evolução da gestão da saúde pública, ou ainda para justificar políticas públicas específicas (Musolff, 2021). Isso acontece porque “a ‘guerra’ serve como a crise mais prototípica, exigindo esforço social, concertado com desfechos de vida e morte em situações nas quais há dois lados com estratégias concorrentes” (Charteris-Black, 2021, p. 32). Não basta, entretanto, evocar a metáfora bélica, mas sim saber “executá-la totalmente” e estabelecer coerência entre a metáfora e a ação política (Bates, 2020, p. 3).

Por outro lado, embora as metáforas bélicas, em discursos de gestão da pandemia, fossem fundamentais para se definir uma situação, conceituar um problema, foi preciso investir em outras metáforas para se apresentarem o progresso das ações de combate à pandemia, e propor um “roteiro” composto de uma série de eventos com ações que representam movimentos em um caminho (Charteris-Black, 2021). Nesse pensar, os veículos metafóricos que apresentam expressões como “caminho para”, “dar passos, “seguir em frente” e “avançar” apresentam positivamente as ações de políticas públicas impostas em tempos de crise.

De igual modo, pavimentar um caminho pode significar também um mecanismo de construção ideológica, pois se estabelecem ações e condutas desejáveis e indesejáveis e são associadas a “estar no caminho” ou “desviar-se do caminho”, ou ainda ir no sentido contrário do destino estabelecido em um plano político. Desse modo, a diversidade de possibilidades para se conceptualizar a pandemia apresenta-se como um campo fértil de investigação, dada à estratégia retórica de “roteiro” de metáforas evocadas por um líder político em uma situação discursiva específica (Almeida; Geirinhas, 2020).

Diante disso, este artigo parte da seguinte questão-problema: de que forma as metáforas de caminho e de guerra podem contribuir para a criação do imaginário de sucesso nos discursos de pronunciamentos do governador Renato Casagrande no contexto da gestão da pandemia? Como recorte de análise, foram selecionados 24 excertos dos discursos de pronunciamento do governador, proferidos com 2 postagens nas redes sociais e 1 vídeo motivacional de sua gestão, no período de março de 2020 até novembro de 2022. O objetivo geral foi de observar a construção do imaginário de sucesso da gestão da pandemia no estado, via metáforas de caminho e de guerra, como [1]estratégia cognitivo-discursiva de incitação a uma ação direcionada.

O artigo está estruturado em 5 seções. A primeira é a fundamentação teórica, que se divide em 5 pontos de apresentação e definição de conceitos, a saber: a visão tradicional da Teoria da Metáfora Conceptual (TMC); o conceito de discurso e de metáfora dos autores elencados; o conceito de ethos e imaginário social; a estruturação do conceito de sucesso por meio do frame e, por fim, o discurso político pela dimensão da comunicação da liderança. A segunda seção apresenta a metodologia da análise aqui empreendida. Na terceira, já se inicia a análise dos resultados mediante a palavra sucesso e seus colocados. Na quarta seção, trata-se da análise das metáforas de guerra e de caminho e seus comportamentos enquanto veículo metafórico e nicho metafórico, tecidos para a construção das figuras do imaginário de sucesso. A seção 5 é a conclusão das análises à luz da fundamentação teórica adotada.

1. Fundamentação teórica

1.1. A metáfora na arte do discurso político e os cenários metafóricos

A metáfora, desde a Retórica de Aristóteles, sempre foi peça fundamental para um discurso direcionado a um público. Nesse contexto da prática grega, o filósofo propunha o uso da metáfora como um desenvolvimento de habilidades individuais para o enunciador criar discursos que chamassem a atenção do público pelo que, nele, evidenciava como extraordinário, com construções linguísticas não familiares que surpreendessem a todos. A metáfora, como uma cor do discurso e enquanto [1]figura de linguagem, se estabelecia nesse sistema de discursivo.

Porém, no salto teórico-histórico-temporal da Retórica para os estudos das metáforas conceptuais de Lakoff e Johnson (1980), a metáfora conceptual passou a ser vista também como estrutura de pensamentos que se evidencia na linguagem, e, portanto, um dispositivo cognitivo, da dimensão da mente corporificada, uma vez que a metáfora, nesse pensar, resulta da interação entre o aparato sensório-motor e o mundo tanto físico como sociocultural.

Essa ampliação no estudo das dimensões possíveis da metáfora que vai além da concepção de figura de linguagem e expande-se para um construto do pensamento corporificado aconteceu graças à sua promoção como uma categoria central da cognição. Desse modo, os estudos sobre metáfora estenderam-se para investigá-la enquanto fenômeno infiltrado no cotidiano e mais cristalizado na língua, ou seja, com baixo [1]teor metafórico, denominada metáfora convencional. Essa dimensão convencional da metáfora, por não requerer alto nível de atividade cerebral para sua interpretação ou ainda por ser mais inconsciente e menos perceptível pelos falantes e escreventes, apresenta-se como uma potência para acionar conteúdos de forma inconsciente no público ouvinte. Uma vez concebida como uma arte, a persuasão precisa ter artifícios que não se pode perceber, ser aparente (Charteris-Black, 2005).

A metáfora como um guia para direcionar a ação e o pensamento foi uma postulação inicial de Lakoff e Johnson (1980) que se ramificou para outros estudiosos do discurso político como Charteris-Black (2004, 2005, 2021) e Musolff (2016). Isso foi possível graças a esses autores que defenderam a extensão da metáfora de apenas dispositivo cognitivo para também discursivo, material, linguístico, alargando, assim, a noção de materialidade da metáfora e de seus aspectos linguageiros, já evidenciados por Lakoff e Johnson (1980) .

Nessa teia de visões sobre a metaforização das nossas experiências no contexto das relações de poder e do fazer político, Musolff (2016) alerta para os enunciados potencialmente perigosos com metáforas de guerra, por exemplo. Mas, adverte que, se é potencial, significa que dependerá da relação discurso-sociedade-cultura-política para se conseguir atingir o empreendimento discursivo projetado para um público específico. Essas potências da metáfora podem servir, segundo o autor, para fazer um apelo emocional e persuasivo, ou tranquilizar um público de uma ameaça, ou ainda permitir ao falante desenvolver uma “conclusão argumentativa específica” (Musolff, 2016, p. 8).

A metáfora também tem como potência a construção de [1]cenários metafóricos capazes de diversificar formas de expressão para se propagar pensamentos, ideologias. Esse cenário pode servir de recurso para estabelecer funções, ações e responsabilidades em uma sociedade via discurso. Para Musolff ([2]2016, p. 48-tradução nossa),

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O desenvolvimento de cenários metafóricos parece, portanto, estar ligado à memória pública de uma história discursiva compartilhada dentro de uma determinada comunidade de fala: esta memória fornece o pano de fundo sobre o qual cada novo uso ganha seu significado comunicativo e político.

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Pela metáfora e seus cenários, discursos são tecidos por meio do apelo cognitivo e afetivo e, assim, contribuem para a persuasão, uma vez que é possível acionar conteúdos implícitos que são despertados na mente do público por recursos não verbais e verbais, sendo que ambos estão imbricados no processo [1]contínuo de interação entre emoção, cognição e linguagem. É por isso que Charteris-Black (2005) inclina-se a investigar o potencial subliminar da metáfora para o desempenho da liderança no discurso político, já que a política se preocupa em adquirir, manter e sustentar poder e a metáfora pode ser um recurso fundamental para atingir esses objetivos.

São esses propósitos específicos que apontam para a relação que a metáfora tem com a ideologia, uma vez que seu uso é raramente neutro, como o caso das metáforas deliberadas, cujos usos não serão neutros. Charteris-Black (2005) afirma que a ideologia é uma condição que prepara um público para compreender algumas ações como legitimas. Isso acontece porque, no discurso, há uma perspectivação da realidade ao se estabelecer uma projeção de um domínio-fonte para um domínio-alvo. Isso significa o aflorar de uma visão particular sobre alguém e algo com intenção específica. Nesse contexto, a metáfora poderá ser usada para construir identidades de grupos sociais, ou ainda tecer avaliações de grupos de posicionamentos contrários, ou ainda permitir a partilha de ideologias. E estas são vistas como sistemas de crenças e valores baseados em modelos sociocognitivos.

Assim, chegamos ao posicionamento dos estudos da metáfora no discurso, mediante os autores aqui apresentados: Musolff, Charteris-Black e Vereza. Para Charteris-Black, pensar a metáfora no discurso é estudar seu poder persuasivo no discurso político por meio da retórica. Sua inclinação teórica debruça-se sobre o campo da Análise Crítica do discurso, e, portanto, o autor propõe a Análise Crítica da metáfora. A metáfora, segundo o autor, só pode ser investigada em sua dimensão: i) semântica, porque altera o sentido da palavra pela projeção do domínio-fonte para o alvo, uma herança da visão semântico-conceptual e de caráter epistemológico de Lakoff e Johnson (1980); ii) cognitiva, pelas contribuições anteriores da ordem do pensamento dos mesmos autores; e iii) pragmática, pois se refere à seleção das palavras pelo enunciador, visando à persuasão no discurso. Esse mecanismo linguístico seletivo é guiado para a tentativa de produção de sentido do discurso de um grupo de minoria que tenta se impor a uma massa. Assim, cabe ao analista do discurso investigar, via metáfora, quais fatores influenciam essas escolhas. O quadro a seguir resume e sistematiza nosso recorte teórico para se trabalhar a metáfora no discurso.

Figure 1. Quadro 1 – definição e diferenciação de concepções sobre metáfora e discurso Fonte: dados da pesquisa

Apresentadas as dimensões sobre as concepções de metáfora e de discurso dos autores selecionados para a fundamentação teórica, importa discutir a seguir como as metáforas de guerra e de caminho foram estudadas por esses autores por meio de seus potencias de aplicação no discurso político.

1.2. Metáfora conceptual de guerra e de caminho no discurso político da gestão da pandemia

A metáfora bélica, dada a sua produtividade lexical como “batalha”, “luta”, “inimigo”, enfrentamento”, pode ativar em um público duas emoções básicas: amor à vida e medo da morte (Charteris-Black, 2005). O cenário metafórico de um campo de batalha pode também ser um dispositivo para a narração de uma história contada, revisitada, plastificada segundo as intenções de um grupo social particular. É essa narrativa que estrutura o mito, um tipo de história que “fornece explicação” para as coisas e apresenta uma aparente realidade de que se conta a “história certa” (Charteris-Black, 2005, p. 22). Desse modo, o mito, ao evocar experiências registradas no inconsciente dos ouvintes, pode provocar emoções; pode ser capaz de criar inimigos e até heróis de guerra, além de direcionar ações específicas que uma população, enquanto soldado, deve fazer.

Os [1]veículos metafóricos licenciados pelo domínio da guerra também evocam o lugar-comum da tentativa de um grupo social para vencer batalhas como ações de empreendimentos bem-sucedidos no processo total de uma guerra. De igual modo, tais veículos permitem o entendimento de que perder a batalha também não significa perder toda a guerra. Essas relações mostram a sistematicidade lexical e inferencial da metáfora conceptual (Musolff, 2016, p.10). Além disso, com base em tais veículos, infere-se que se comprometer a entrar em uma guerra implica disciplina que emana de um comando central, que, por sua vez, exige esforços de seus soldados. Ademais, infere-se ainda que é requerido do orador retórico da guerra estratégias comunicativas específicas que precisam resgatar conhecimentos prévios, normas e valores de seu público.

No contexto da pandemia da covid-19, a metáfora de guerra teve seus contornos apropriados no discurso político. Pela evocação das emoções, os discursos políticos de pandemia investiram no léxico da guerra como um dispositivo também cognitivo para influenciar na tomada de decisão da população. Em especial, governantes e líderes políticos pretendiam ativar recursos sociais como a bondade, a empatia, o voluntariado, o esforço exacerbado, criando o consenso da urgência do compromisso coletivo para a obtenção de sucesso da saúde social.

Quadros morais como cuidado e dano, lealdade e traição, autoridade e subversão foram bases fundamentais para tentar convencer a população a se vacinar (cuidar do outro e também se si), a acreditar e a aceitar os oferecimentos de salvação da ciência (autoridade) e ser leal ao grupo fazendo isolamento social necessário (Charteris-Black, 2021). Outrossim, expressões como “linha de frente” e “inimigo invisível” também foram investimentos discursivos para despertar o espírito de cuidado pelos profissionais da saúde e o espírito de luta e ação coletiva da população contra uma investida comum, o coronavírus, o inimigo que não se podia ver e nem compreender seu potencial perigo. Essa teia de investimentos bélico nos discursos de pandemia teve, por um lado, a tentativa de evocar um espírito coletivo, de cooperação e solidariedade; e o de combater, por outro, um espírito individualista, já há muito tempo criado pelo mercado e pela ordem neoliberal de imposição de produção de riquezas.

Por outro lado, há artimanhas potenciais discursivas quanto ao emprego do léxico estruturado pelo esquema de viagem. Charteris-Black aponta para os benefícios desse esquema no discurso político.

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O esquema de viagem é retoricamente atraente para políticos e líderes porque pode ser transformado em um cenário completo quando eles se apresentam como "guias", suas políticas como "mapas" e seus apoiadores como ‘companheiros de viagem’. Todas essas implicações da fonte domínio contribuem para a confiança que procuram estabelecer[1] (Charteris-Black, 2005, p. 47- tradução nossa).

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Desse modo, a metáfora conceptual VIDA É UMA JORNADA desenvolveu-se de forma promissora em discursos que evocavam a metáfora conceptual complexa POLÍTICA É UMA JORNADA (POLITICS IS A JOURNEY). Isso se deu graças ao poder imagético que domínio conceptual de viagem pode oferecer a partir do [1]esquema ORIGEM-PERCURSO-DESTINO (SOURCE-PARTH-GOAL). Dessa metáfora complexa, importa destacar como a sua base, a metáfora primária AGIR É MOVIMENTAR-SE, mostrou-se como uma potência para as construções de pensamento que focassem em agir, deslocar-se para frente, a partir das quais infere-se que para frente é bom.

Alicerçada nessa metáfora primária, estrutura-se, igualmente, a metáfora genérica ATIVIDADE É MOVIMENTO PARA FRENTE e a metáfora específica: DESENVOLVIMENTO / SUCESSO É SEGUIR EM FRENTE (DEVELOPING / SUCCEEDING IS MOVING FORWARD) (Goatly, 2007, p. 52). Desse modo, é plausível postular que o sucesso é tanto da população quanto da liderança política local em meio ao caos da pandemia (global) e que o sucesso não se dá sem “avançar para frente” no caminho rumo a destinos criados e orientados no e pelo discurso. Importa agora, na próxima subseção, entender o que são os imaginários sociais e suas possíveis atuações no discurso político.

1.3. O ethos no discurso político, os imaginários sociais

Da divisão aristotélica sobre o auditório e, consequentemente, sobre os três pilares do discurso, [1]ethos, logos e pathos, partem os estudos de Maingueneau e Charaudeau (2004, p.220) acerca do ethos. Junto com o pathos, ele está na dimensão da demonstração psicológica, não na sua realização efetiva. Porém, diferencia-se do pathos, pois está voltado para o orador, não para o público. Sendo o foco o falante, importa delimitar aqui a visão que será adotada diante do complexo estudo sobre o ethos. Entendemos que se trata tanto de uma construção da imagem de si (do orador), algo individual, quanto da imagem de um grupo de indivíduos, tudo que se relaciona à materialidade acerca do que o falante “dá a ver e a entender” (Charaudeau, 2006, p. 114). Pensar em ethos, sobretudo, é sempre pensar na imagem construída pelo olhar do outro sobre o que fala.

Pertencente ao domínio das representações sociais, o ethos político é a construção de uma máscara de pessoa e caráter e constitui-se na aparência de um enunciador diante das suas intenções para com um público específico. Ele é formado pela interação de dimensões humanas como os “traços pessoais de caráter, de corporalidade, de comportamento, de declarações verbais” (Charaudeau, 2006, p. 136). Todos os recursos que competem para a construção de uma vaga expectativa de um grupo de pessoas sobre um líder político também é área de atuação do ethos.

O ethos subdivide-se em três figuras: i) construção vaga de uma aparência voltada para si mesmo (enunciador); construção vaga de uma aparência voltada para a concepção do cidadão e iii) construção vaga de uma aparência voltada para os valores de referência. Assim, ramificam-se os tipos de ethos que interessam muito ao discurso político, a saber: “ethé de credibilidade; ethé de identificação; ethos de sério; ethos de virtude; ethos de competência; ethos de potência, de caráter, de inteligência, de humanidade; ethos de chefe e de solidariedade” (Charaudeau, 2006, p. 119- 166).

A sociedade, porém, só poderá criar o ethos de um líder político se evocar imaginários coletivos que ela mesma construiu para seus indivíduos acerca de como conceptualizar algo e o transformar em representação social, pois o ethos se apoia no duplo imaginário corporal e moral dos sujeitos. Trata-se do ethos coletivo que cria vagamente uma identidade que parte de uma opinião coletiva.

A questão da conceptualização aqui adotada é tal qual a visão abordada na Teoria da Metáfora Conceptual. Refere-se ao postulado de Lakoff e Johnson (1980) a respeito de como a experiência humana é estruturada a partir da construção de conceitos que, por sua vez, emanam do sistema conceitual humano que é, em grande parte, segundo os autores, metafórico. Pela metáfora, construímos as dimensões da experiência. Essa visão de conceptualização relaciona-se ao processo de perspectivação. Segundo os autores, é o processo de [1]trazer à luz (realçar) elementos do domínio-fonte e apagar (encobrir) outros elementos. Nesse pensar, Vereza (2020) apresenta a expressão “mapeamento seletivo” que se instaura como modo alternativo que operam a perspectivação conceptual e que, segundo a proposta da autora, a perspectivação, nesse caso também aqui adotada, refere-se à seleção de determinados elementos-fonte e não outros. Nossa proposta é mostrar a conceptualização como um fator preponderante para a construção de imaginários sociais. Defendemos, portanto, que a conceptualização e a perspectivação são mecanismos importantes nesse processo de construção do imaginário coletivo, de conceptualização da experiência e sua transformação em representação social, elementos fundantes para o conceito de discurso adotado por Charaudeau (2006), autor apresentado nesta seção.

Desse modo, o imaginário social surge não como um evento irreal oposto ao real, ou visto como algo fictício. Está longe dessa dualidade. Trata-se sim de uma imagem da realidade, pois não temos acesso à essência da realidade objetivamente. Desse modo, se ela existe, trata-se, então, da interpretação dela e, para isso, o indivíduo tem acesso ao mundo das significações. Ou seja, não se trata do que é, mas do que significa para os grupos sociais; como isso é propagado; como interfere em seus comportamentos; como é justificado para se executar ações; como é usado para criar identidades, entre outros. Assim, o ser humano estabelece uma relação com a realidade mediada pela experiência e uma relação com outros indivíduos no objetivo de se construir um “consenso de significação” (Charaudeau, 2006, p. 203).

Do imaginário social emana o imaginário sociodiscursivo, porque este circula no espaço do [1]interdiscurso. É a extensão do imaginário para a área de estudos da análise do discurso. Desse modo, tendo o discurso como objetivo de análise, importa investigar como ele se materializa na linguagem. Isso acontece porque “os grupos sociais produzem discursos de configuração diversa que dão sentido a essas materializações”, estas que se destacam nos textos (escritos e orais), e são instrumentos para a construção de “doutrinas religiosas, teorias científicas, manifestos políticos ou literários” (Charaudeau, 2006, p. 206).

Na seção anterior foi mostrado o conjunto de autores que estudam a metáfora no discurso, Charteris-Black, Musolff e Vereza e, nesta seção, foi abordado o conceito de imaginário sociodiscursivo que será a base para o imaginário do sucesso. É necessário, portanto, situar cada autor segundo seus posicionamentos teóricos no universo das teorias do discurso. No quadro a seguir apresentamos a posição de cada autor e suas visões sobre o sujeito e discurso.

Figure 2. Quadro 2- diferenciação de concepções teóricas sobre discurso e sujeito Fonte: dados da pesquisa

Compreendida a definição de imaginário social, a concepção de discurso e de sujeito, é fundamental apresentar na próxima subseção o que é frame de sucesso e como o conceito de sucesso é conceptualizado via frame, segundo a perspectiva de Lakoff (2004), a fim de observar como esse elemento pode atuar em ação conjunta para o propósito retórico do discurso de um líder.

1.4. O conceito de sucesso e o discurso de sucesso como dispositivos cognitivo-discursivos para o imaginário de sucesso

É fundamental, primeiramente delimitar o conceito de frame para analisar a construção da visão de sucesso nos dados utilizados. O conceito de sucesso foi investigado aqui a partir do conceito de frame baseado em Lakoff (2004, 2006). Nessa visão, o frame molda a maneira como vemos o mundo, são partes do nosso inconsciente cognitivo, ou seja, “não podemos acessá-lo, mas podemos conhecê-lo por meio de suas consequências” (Lakoff, 2004, p.12). No contexto do discurso público os falantes estão em constantes tentativas de reformulações de seus falares e, quando essa tentativa de mudança de visão de mundo se efetiva, muda-se também “a forma como o público vê o mundo” (Lakoff, 2004, p.13). Consequentemente, o pensar diferente requer uma forma diferente de falar. Essa mudança no pensar e na linguagem delineia-se no reenquadramento de visões, e, logo, na mudança social segundo o autor. Desse modo, pelo frame é possível estabelecer metas, estruturar planos e modificar nosso comportamento, a forma como agimos. Lakoff (2006), no contexto da política moral, mostra diferentes posições sobre as políticas assistencialistas figuradas na metáfora do pai estrito (severo) e pai provedor. Ele afirma que “as pessoas usam frames profundamente arraigados e estruturados na mente para entender os fatos e sobre como o mundo funciona” (Lakoff, 2006, p.10). A construção desse frame profundo não acontece da noite para o dia, mas sim a partir de mecanismos de repetição. Porque é a repetição que pode incorporar frames em nosso cérebro.

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Enquadramento de superfície não tem sentido sem um enquadramento profundo - nossas convicções morais e princípios políticos mais profundos. O enquadramento, usado honestamente em ambos níveis profundos e superficiais, é necessário para tornar a verdade visível e nossos valores claros (Lakoff, 2006, p.10).

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Essa é a motivação de investigarmos os discursos de Casagrande para observar a qualidade e estratégias para essas “repetições” e materializações possíveis para essas “repetições”. No contexto desta análise, um sucesso depende de alguém para consegui-lo, como consegui-lo, como ser guiado para conseguir, os desafios que impedem de o conseguir, os instrumentos para conseguir, ou ainda pode ser visto como algo que se tem. Ter sucesso implica alguém que tem e alguém que não tem, e assim, a conduta de quem teve e quem não o conseguiu. Isso relaciona-se os frames profundos, que, por sua vez, são alicerçados por nossos valores morais, éticos, ideológicos e são usados para entender fatos e acontecimentos no mundo.

Esse diálogo entre frame profundo e de superfície é tomado por Lakoff (2006) como mecanismos de construção de argumentação no discurso público, fundamental para esta análise. Desse modo, a palavra sucesso empregada em contextos reais de uso possui algumas especificidades para sua categorização[1], a saber: i) especificadores, como sucesso escolar ou sem sucesso; ii) intensificadores, como grande sucesso ou sucesso absoluto; iii) nomes transitivos como fórmula do sucesso ou trajetória de sucesso; iv) verbos transitivos como “consiga sucesso” ou “tiveram sucesso”; v) noção de oposição como sucesso e/ou fracasso e vi) combinação sujeito e verbo como você- verbo-sucesso (Mattos, 2023, p.44-46).

O sucesso também pode ser conceptualizado de diversas formas, dependendo do domínio-fonte evocado, e isso pode propagar ideologias e influenciar comportamentos diante dos alcances de objetivos na vida. Mattos (2023) apresenta algumas metáforas conceptuais e situadas fundamentais para a construção do MCI de sucesso, com alguns domínios-fonte importantes como receita, fórmula ou segredo; viagem; topo de escada; fruto de colheita; além de metáforas bélicas que fazem a associação entre vitória alcançada e sucesso. Para a autora, tais conceptualizações podem tentar “naturalizar” o processo de sucesso dando opacidade às diversidades dos sujeitos e realçando o sujeito bem-sucedido, atribuindo-lhe total responsabilidade por seu resultado alcançado.

Importa delimitar e diferenciar, entretanto, os conceitos de MCI (Lakoff, 1987) e de cenário metafórico (Musolff, 2016). MCI aqui é tomado como um “conjunto complexo de frames distintos” (Ferrari, 2011, p.53). Segundo Lakoff (1987) são estruturas complexas formadas por uma estrutura proposicional, esquemas imagéticos e projeção metafórica ou metonímica. Trata-se de uma construção idealizada que caracteriza “casos representativos e nem sempre corresponde ao mundo de forma precisa”, ou seja, há um teor (grau) mais próximo ou mais distante entre a idealização e o conhecimento de mundo de uma sociedade em uma dada situação (Ferrari, 2011, p.55). Trata-se de uma dimensão cognitiva e de construção cultural e experiencial. Já o cenário metafórico (Musolff, 2016) é uma construção imagética, instaurada no discurso, voltada para a definição de papéis sociais com o foco na tentativa de persuadir um público a aceitar as funções estabelecidas nesses cenários. Está diretamente relacionado à memória pública de uma história discursiva compartilhada.

Outrossim, os esquemas imagéticos e as implicações da metáfora conceptual VIDA É UMA JORNADA também são fundamentais para se compreender como pensamos, agimos e falamos acerca do sucesso. Primeiramente porque é comum o sucesso ser visto em termos de destino de viagem e isso impele o sujeito movimentar-se, pela metáfora primária AGIR É MOVIMENTAR-SE, em direção ao sucesso. Isso requer também pensar no ponto de partida como um momento sem sucesso ou fracasso e o ponto de chegada como realização total do desejo de sucesso. Igualmente, o percurso para o sucesso também é conceptualizado em termos de caminho, da ação de caminhar e dos obstáculos do caminho, exemplos do que Kövecses (2010) apresenta como entailmentes, ou implicações metafóricas que trazem uma riqueza do conhecimento e da sabedoria popular sobre o domínio-fonte de jornada/viagem.

Para além do frame e das metáforas conceptuais que licenciam o significado de sucesso, importa pensar nos discursos de sucesso. Soares (2015) investigou a construção de sentido para o sucesso na revista Caras e em livros de autoajuda. Para o autor, a revista estudada “vende o sucesso em forma de fama”, já os livros de autoajuada “comercializam os meios para se alcançar o sucesso” (Soares, 2015, p. 158). Desse modo a questão econômica e financeira são os alicerces desses discursos de sucesso.

De forma análoga, observa-se que, no material investigado neste artigo, o imaginário de sucesso da administração dos problemas da pandemia também envolve gestão financeira de hospitais, recursos para testes, o material para vacinas, a própria manutenção de empregos da população mediante a preservação da vida, a manipulação transparente da informação e de transparência das informações diante de outros estados, dentre outros eventos. Diante disso, é necessário agora compreender o imaginário, o frame e as metáforas conceptuais de sucesso no contexto de uma comunicação de liderança no discurso político. É o que será abordado na próxima subseção.

1.5. Metáfora e a comunicação da liderança

Qual a magia para se ter uma liderança de sucesso em meio ao enfrentamento de uma pandemia? Essa é uma indagação que motiva os estudos de Charteris-Black (2007) acerca de como a liderança é comunicada. Investigar os pilares de um líder é fundamental para a análise que se almeja empreender no presente artigo quanto à comunicação de uma gestão pública local no corpus formado por discursos de um governador.

Primeiramente, o autor pontua que as estratégias verbais, a materialidade linguística formada pelos indexadores lexicais que evidenciam a metáfora, são mais eficazes se tecidas com recursos não verbais. Além disso, as metáforas podem ser usadas para criar legitimidade por meio da comunicação de valores e visões. Mas, para se tornar um Líder Carismático, é necessário combinar os símbolos e as metáforas com “visões pessoais do líder”, que é uma dimensão interna, e associá-las às “realidades sociais exteriores”. É por isso que o autor estuda o discurso de líderes que tiveram sucesso e suas comunicações foram fundamentais para isso (Charteris-Black, 2007, p. 1).

O que se entende aqui por liderança? Trata-se de um processo de influência de um indivíduo para um grupo de pessoas que juntos, líder e grupo, caminham para um mesmo objetivo. Desse modo, a liderança é fundamental para a estrutura da sociedade e para o agir social. Diante dos problemas humanos, busca-se sempre alguém que possa influenciar as pessoas para se tornar uma sociedade melhor. Desse modo, a pandemia, apesar de ser um problema mundial, precisava de liderança não só nacional, mas também local e o papel do gestor não se excuta sem a liderança. Para isso é fundamental o sucesso na relação entre líder e liderados.

Charteris-Black (2007, p.3) apresenta alguns atributos e processos típicos de um líder, dentre eles, a inteligência, a sensibilidade para estar alerta, insight, responsabilidade, iniciativa, persistência, autoconfiança e sociabilidade. Para o autor, ao se investigar a liderança, é fundamental observar os princípios de uma comunicação de sucesso e isso requer estudar também o cenário e o público. É por isso que Charteris-Black afirma investigar o design do estilo de liderança (design of leadership style).

O desenho do estilo de liderança principia pelo fato de alguém seguir um indivíduo e, para isso, é necessário parecer para os liderados que seu líder possui um senso de direção e um senso de missão. Porém, não basta apresentar tais sensos, é preciso comunicá-los de forma bem-sucedida; e fazer com que sejam aceitos por seu grupo liderado. Diante disso, defendemos aqui que o imaginário de sucesso, no caso em análise, tornou-se um recurso retórico fundamental para uma comunicação bem-sucedida de Casagrande bem como para uma maior aceitação da população sobre a implantação de sua gestão da pandemia no estado.

Desse modo, a ideia de sucesso em termos de guerra e caminho mostra uma forma de um líder influenciar o agir de um grupo diante de objetivos (destinos) estabelecidos. Para o contexto da gestão de Casagrande, tais objetivos projetados tinham que trazer como bandeira os valores de salvação de vidas, controle de leitos de UTI e sacrifício do indivíduo pelo próximo, quer seja pela vacina, quer seja pelo isolamento e uso de máscara. Tudo isso projetado discursivamente pelo apelo ao desejo de uma vaga normalidade.

Mas, para compreender como funciona potencialmente uma liderança, é necessário observar os dois níveis de execução em que ela opera. Primeiro, trata-se da liderança transacional, esta que se limita à iniciativa do líder em comunicar-se com outras pessoas propondo uma “troca de valor das coisas”. Segundo, trata-se da liderança transformadora, esta que se expande para a situação em que tanto os líderes quanto seus seguidores interagem de tal forma que há transformação na medida em que alcançam patamares mais altos de “motivação e moralidade” (Charteris-Black, 2007, p.5). Desse modo, enquanto os líderes transacionais focam na troca de valores e a liderança é medida em termos de trocas materiais; os transformacionais inclinam-se na mudança de valores éticos, ou seja, focam na transformação das pessoas. Para isso, o político-líder precisa convencer o público e, dessa forma, tentar mostrar que “está certo” em seu pensamento e atitude. (Charteris-Black, 2007)

2. Metodologia

A análise aqui empreendida tem natureza metodológica qualitativa, interpretativista e propositiva. É qualitativa, pois analisa a qualidade dos veículos metafóricos no contexto da investidura da persuasão e da relação off-line x on-line, dadas as metáforas conceptuais e situadas. As inferências levantadas serão fundadas na presença de índices, quais sejam, os tipos de metáforas, a sua natureza, a sua relação com o contexto e a intencionalidade da ação. É interpretativista, pois o posicionamento do analista é fator fundamental desde a seleção teórica de análise até o direcionamento conclusivo pelos resultados obtidos. É descritiva, pois visa descrever o quadro de argumento dos discursos sobre a pandemia por meio das metáforas conceptuais e situadas. É propositiva, pois propõe uma forma interdisciplinar de análise dos discursos sobre gestão local da pandemia à luz do imaginário de sucesso.

Os dados foram coletados a partir das redes sociais do governador Renato Casagrande e da rede oficial do governo do estado. Em um primeiro momento, foi feita a seleção de vídeos de pronunciamento do governador, por meio da busca no You Tube, canal [1]Casagrande. Foram selecionados o total de 26 vídeos, para análise, produzidos entre março de 2020 a abril de 2022. Na sequência foi feita a coleta de postagens do governador no [2]Facebook, novembro de 2022. O passo seguinte foi a escuta dos vídeos e criação da [3]tabela com a ordem cronológica dos vídeos (dia, ano e mês). Cada vídeo foi baixado e feita a transcrição automática por meio do programa Transkriptor[4]. Após a transcrição, foi feita a leitura dos textos transcritos a fim de verificar possíveis falhas do programa diante de seu grau de acurácia.

Após a construção do corpo dos dados coletados, foram identificados os trechos com indícios de veículos metafóricos. De igual modo, com o mesmo objetivo, foram selecionadas as postagens no Facebook. Na sequência, foi feito o [1]teste da metáfora (PIM) e, por fim, separados os trechos com veículos metafóricos de guerra e de caminho que representam os elementos figurativos do imaginário de sucesso. Foram selecionados e analisados para este artigo 24 excertos divididos em 3 categorias: 1ª categoria é composta de excertos para investigação de nicho metafórico/veículo metafórico; 2ª, trechos para investigação das figuras elementares para a construção do imaginário de sucesso e 3ª, trechos para a investigação do frame de sucesso, ou seja, que tenha a [2]palavra sucesso. Quanto às postagens, foram selecionadas 2 para este artigo. Segue o quadro com a apresentação dos dados coletados.

Figure 3. Quadro 3- Apresentação dos dados coletados Fonte: dados da pesquisa

Usaremos o termo[1]pronunciamento para designar o gênero textual por meio do qual o governador, em monólogo, apresenta para a população atualização dos dados acerca da cobertura da doença Covid-19 no estado do Espírito Santo bem como direciona a orientações das ações futuras de sua equipe de governo e da população de modo geral. Grande parte dos discursos foram produzidos nas sextas-feiras na “Sala de situação”, local específico do Palácio Anchieta, destinado a esse tipo de discurso e para planejamento específico para gestão da pandemia. Os [2]vídeos foram disponibilizados nas redes sociais do governador e parte dos conteúdos foi apresentada pela imprensa local. Quanto à disposição do material textual analisado, para a apresentação dos resultados, acontecerá da seguinte forma: i) os excertos serão inseridos em um quadro e virão depois de suas respectivas análises; ii) os elementos do léxico importantes para alcançar os resultados serão postos em negrito e quanto à palavra sucesso, será destacada pela cor vermelha.

3. O imaginário de sucesso nos discursos de gestão da pandemia do Espírito Santo: em foco a palavra sucesso

Para iniciar a apresentação acerca dos resultados sobre a conceptualização do sucesso nos discursos de gestão da pandemia do governador Renato Casagrande, será apresentado um quadro a seguir com palavra em estudo. Aqui serão analisados 15 excertos selecionados com a palavra sucesso. Trata-se da 3ª categoria de investigação constituída por trechos para a análise do frame de sucesso. Eles foram organizados da seguinte forma: em destaque em vermelho a palavra, sua ocorrência quanto às datas dos vídeos e os colocados, o contexto linguístico onde aparece a palavra referida.

Figure 4. Quadro 4- excertos para a palavra sucesso Fonte: dados de pesquisa

Como é possível observar, o sucesso está ligado diretamente às ações de políticas públicas criadas especificamente para a gestão da pandemia no estado. Cumprir e realizar as ações propostas nessas políticas é ter sucesso na gestão, é ter sucesso como sociedade. O isolamento social cumprido é sucesso, a meta de imunização (dose de reforço) é sucesso; o atendimento hospitalar a todos é ação de sucesso; a modelagem do mapeamento de risco de cada município também.

Além das ações públicas realizadas, o sucesso também é resultado de um esforço individual, da empatia com o outro, do apoio ao governo de Renato Casagrande. Outrossim, a ponderação e o equilíbrio que emanam do governo e se estendem à população, segundo o discurso de Casagrande, são também fatores de sucesso. De forma similar aparece na postagem a seguir:

Figure 5. Figura 1- Postagem de Renato Casagrande sobre a chave do sucesso Fonte: dados da pesquisa

Apesar de não estar no contexto dos discursos de pandemia, há o colocado “chave do” para a palavra sucesso como recurso para justificar a importância do conhecimento e, assim, apresentar o programa UniversidadES que disponibiliza vagas de curso de Pós-graduação no Espírito Santo. Aqui, o sucesso é apresentado como algo que pode ser alcançado por todas as pessoas, como está na postagem. Basta, portanto, investir no conhecimento. Além disso, é pelo conhecimento que se gera oportunidade e, consequentemente, se conquista a chave do sucesso. Assim, por estar atrelado a um programa do governo, o conceito de conhecimento se materializa em ensino formal de pós-graduação, ou seja, o “para todas as pessoas” se restringe a todos que já possuem uma graduação e que se interessa pelos benefícios prometidos pelo programa UniversidadES.

Desse modo, apresentados os resultados dos colocados da palavra sucesso bem como sua ligação às ações de políticas públicas criadas especificamente para a gestão da pandemia, importa agora observar como os veículos metafóricos de caminho e guerra também podem contribuir para a estruturação desse imaginário de sucesso, com o foco na metáfora.

4. Guerra e caminho para um imaginário de sucesso: a metáfora em foco

Nesta seção, será mostrado um caso da dimensão semântico-discursiva da [1]metáfora situada Vacina é esforço final da viagem. Trata-se da 1ª categoria de análise que é composta de excertos para investigação de nicho metafórico/veículo metafórico. O excerto está no trecho do final do discurso do dia 12 de março de 2021, apresentado a seguir.

Figure 6. Quadro 5- excerto para metáfora situada Vacina é esforço final da viagem Fonte: dados da pesquisa

Essa fala de Casagrande é um pequeno nicho metafórico com função deliberativa, ou seja, um objeto de discurso criado online (a viagem de carro e a chegada em casa) para tentar convencer a população a se vacinar e a não relaxar nas medidas de segurança no combate ao coronavírus. Diante do trecho, é possível inferir a metáfora situada Vacina é esforço final da viagem e a metáfora conceptual convencional POLÍTICA É UMA VIAGEM. A relação semântico-discursiva que se instaura nessa metáfora situada se dá mediante a criação de um sentido (uma viagem do corpo social capixaba) inclinado à tentativa de persuasão de um público (o sucesso da viagem em chegar em casa vivo e o sucesso empreendido na gestão da pandemia pela ação conjunta governo-população). Diante disso, será necessário, primeiramente, explanar os mapeamentos da metáfora conceptual POLÍTICA É UMA VIAGEM para depois estabelecer relação entre as duas pelo jogo online (metáfora situada) e offline (metáfora conceptual) que se delineia entre elas. No quadro a seguir há o mapeamento para a metáfora conceptual POLÍTICA É UMA VIAGEM.

Figure 7. Quadro 6 – mapeamento para metáfora conceptual POLÍTICA É UMA VIAGEM Fonte: dados da pesquisa

Pelo mapeamento do alvo política em termos do domínio-fonte de viagem é possível inferir o desdobramento do mapeamento para a metáfora situada instaurada de modo online dada a situação discursiva específica apresentada no excerto do quadro 5.

Figure 8. Quadro 7 – mapeamento para Metáfora situada Vacina é esforço final da viagem Fonte: dados da pesquisa

Importa ressaltar que, ao final da fala, há trechos como “nesse embate” “com o vírus”. Isso retoma à metáfora bélica COMBATE À COVID-19 É GUERRA, porém não deliberada neste caso, pois é menos consciente e, portanto, instanciação da metáfora de guerra. Além disso, o propósito da viagem apontada por Casagrande é uma viagem de volta para casa. Aqui, se pode inferir a casa projetada para o domínio-alvo normalidade, ou seja, o que já se fazia antes da pandemia. Esse evento tirou a população da zona de conforto, de seu refúgio, e nada melhor que a casa, o lar, para representar isso. A pandemia nos obrigou a “sair da nossa casa” e agora, pelo discurso, há o regresso (tentativa) para casa/normalidade. Isso mostra a construção de um sentido de uma viagem de volta para casa (semântico). Um sentido situado, específico para esse contexto capixaba, a serviço da intencionalidade do enunciador (discursivo).

Apresentado um caso de entrelaçamento entre caminho e guerra para a construção da metáfora situada, importa agora observar como os veículos metafóricos desses dois domínios-fonte podem contribuir para o imaginário de sucesso da gestão Casagrande e do trabalho da população capixaba.

Para além da própria palavra explícita, o sucesso tem suas figuras que o materializam. Tratam-se de expressões e palavras que representam também veículos metafóricos de guerra e de caminho (trajeto).

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no discurso político o sucesso é geralmente representado por uma série de figuras portadoras de valores reconhecidos pela comunidade em questão, como o “progresso” (o “avanço”), a “luta” (o “combate”), o “trabalho”, o “esforço” (a “dedicação”), a “coragem”, a “superação”, a “vitória”, a “conquista”, o “saber” (domínio do conhecimento / experiência), o “êxito” (a “eficiência”), o “reconhecimento”, o “mérito”, a “ascensão social”, as “relações sociais”, a “fé”. (MAIA, 2015, p.71)

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Para o contexto de análise dos discursos de Casagrande, infere-se a metáfora SUCESSO É VIAJAR POR UM CAMINHO PARA UM DESTINO, ou ainda, SUCESSO É SEGUIR EM FRENTE (Goatly, 2007). Desse modo, ao analisar essas metáforas foi possível encontrar os mapeamentos relacionados à gestão local da pandemia, uma vez que essa gestão não está no domínio experiencial, é abstrata e faz parte do domínio-alvo. É a forma de gerir as pessoas, os recursos, os hospitais, os leitos de UTI, a propagação da doença, bem como seus malefícios, que se conceptualizam como um empreendimento para o sucesso. Em suma, a gestão da pandemia é vista em termos de sucesso e essa construção de sentido específico é motivada pela intencionalidade discursiva.

A manutenção do poder político via gestão da doença implica a existência de um ponto de vista do sujeito do discurso muito particular. Trata-se de um sujeito que se impõe sobre seus liderados e, pelo discurso, cria artimanhas para intervir em uma situação-problema já criada mediante os termos de uma guerra. Mesmo tendo sua liderança legitimada, pelo voto da população, Casagrande precisava combater pensamentos e atitudes da oposição, tanto estadual quanto nacional, a respeito do uso de máscara, da adesão à vacina, e, principalmente, do isolamento social ante ao desafio da produção de riquezas da sociedade.

Outrossim, o discurso é enunciado não por um sujeito que está com a doença e trava uma guerra individual contra seu inimigo viral, mas sim de um sujeito que conceptualiza a pandemia como uma guerra coletiva, com um inimigo em comum. Isso mostra como esse sujeito-líder se apresenta e se posiciona sobre o que se fala (gestão pública da doença) e a quem se fala (à população). Ele se coloca como uma entidade guia para a população e usa os discursos de sucesso para conduzi-la segundo seus planos de governo. Isso faz aflorar a crença de que a melhor forma de lidar com a pandemia é criar um aparelho de gestão que regule o comportamento da população, inclusive o controle dos corpos em tempos e espaços específicos para o cumprimento do isolamento social.

De igual modo, intervir na situação social para propor um conjunto de ações específicas requer a tentativa de “naturalizar” um ideal de progressão e de sucesso no contexto do enfrentamento ao vírus. Isso emana de um posicionamento ideológico de Casagrande que é contrário aos princípios da ideologia neoliberal, esta que prima pela prevalência da produção de riquezas em detrimento às orientações e princípios da saúde pública e da vida.

Casagrande se inclina para uma vertente mais progressista e de oposição aos princípios de conduta do presidente na época, Jair Bolsonaro. Dessa forma, a naturalização do combate à pandemia se dá pelo pensamento de que somente a vacina, o isolamento social e uso de materiais de contenção do coronavírus podem, de fato, reduzir e findar as mazelas deixadas pelo vírus.

Assim, seguir essa visão de mundo, para o discurso de Casagrande, é ter sucesso na gestão da doença, é estar no caminho certo avançando rumo ao sucesso e só isso permitirá que a população derrote o inimigo. A seguir há o quadro com 7 trechos selecionados para análise que veiculam as figuras do imaginário do sucesso. Trata-se da 2ª categoria de análise composta por trechos para investigação das figuras elementares para a construção do imaginário de sucesso.

Figure 9. Quadro 8- excertos para a figura do imaginário do sucesso Fonte: a autora

As figuras do imaginário do sucesso representam valores que atribuem ao governador, bem como à sua gestão, visibilidade de resultados de seu trabalho e eficiência administrativa, principalmente pelo destaque nacional do estado quanto à transparência da gestão. Outrossim, o sucesso é resultado do trabalho conjunto da população e do governo; a conquista resultante da organização e do trabalho, da disciplina e atitude responsável. Não há conquista e [1]vitória sem participar da guerra, por isso é fundamental também a materialização bélica no discurso, pois a vitória é, em si, o próprio, “núcleo irradiador do imaginário de sucesso” (Maia, 2015, p.75). Mais uma vez a relação semântico-discursiva se instaura na construção de um sentido específico de vitória na gestão da pandemia. Entender a vitória de uma batalha como a representação da transparência de informações de um governo e da disciplina da população (distanciamento, uso de máscara, isolamento, vacina) é construir um sentido específico moldado a serviço do propósito discursivo do governador mediante sua posição de gestor.

A coragem e a superação também são fundamentais nessa escalada para o sucesso. O próprio governador cria um conceito de coragem. No vídeo, cujo título é Vencer a luta, Casagrande apresenta a importância da capacidade de enfrentar os medos. O destaque aqui está no ato do enfrentamento. Ao afirmar que tomou “decisões duras” e ao se mostrar como um homem de ação metódica e cautelosa que “tenta achar o caminho”, deixa à luz o ethos de potência, ou seja, constrói para si uma imagem de potência, que também se mistura na construção do sucesso. Pela evocação da coragem diante dos medos, também evoca o ethos de caráter (Charaudeau, 2006, p. 139 apud Maia 2015, p.78). A seguir, há um recorte da rede social oficial do governador.

Figure 10. Figura 2- Postagem de Casagrande sobre a coragem no imaginário do sucesso

Nessa postagem há em evidência o comentário da seguidora Ana Santos diante da mensagem de Casagrande sobre a coragem. Isso evoca seu ethos de um político que luta a qualquer custo pela causa da população. Isso reflete a construção de sua máscara de pessoa e caráter e a uma aparência intencional que se desenha para com seu público eleitor. Observa-se que, no comentário dela, há o reforço do “estar juntos”, em que o imaginário de “lutar pelos mesmos objetivos” é acionado nesse contexto (Charteris-Black, 2004).

5. Conclusão

Este artigo partiu do objetivo de procurar compreender como se figura a construção do imaginário de sucesso da gestão da pandemia no Espírito Santo, via metáforas de caminho e de guerra. Defendemos que a projeção desse imaginário social nos 24 excertos analisados foi usada como estratégia retórica cognitivo-discursiva de incitação a uma ação direcionada. Para isso, apresentamos os resultados para as 3 categorias de análise aqui propostas: 1ª investigação do nicho metafórico pela metáfora situada Vacina é esforço final da viagem; 2ª investigação das figuras elementares para a construção do imaginário de sucesso pelos veículos metafóricos de guerra e de caminho e a 3ª investigação do conceito de sucesso, via conceito de frame, na materialidade da própria palavra sucesso.

Diante disso, os resultados foram organizados a fim de apresentar uma figuração de como se instaurou essa estratégia retórica. Para a 1ª categoria, foi possível observar o jogo online e offline entre a metáfora conceptual POLÍTICA É UMA VIAGEM e a metáfora situada Vacinação é esforço final da viagem. Desse modo, a base cognitiva (conceptual) alicerçou o discurso inclinado a mostrar um conceito de sucesso que se estruturou pela movimentação de um veículo em um caminho cujo destino específico orientado foi a chegada em casa, domínio-fonte para entender a volta à normalidade, à vida coletiva sem a pandemia. Assim, ter sucesso é completar todo o percurso da viagem, com vigilância e consciência, sem bater com o carro, ou seja, para ter sucesso da gestão da pandemia, a população deve aderir à vacinação.

Para a 2ª categoria, foram identificados propósitos discursivos específicos na materialidade da junção dos veículos metafóricos de guerra e caminho, nos excertos analisados. Grande destaque dessa mescla foi a expressão “vitória de uma batalha pela frente” (Casagrande, 2020). Eis os propósitos: i) promoção da visibilidade de resultados do trabalho de Casagrande e sua eficiência administrativa; ii) criação de um conceito de sucesso como resultado do trabalho conjunto da população e do governo e da conquista como fruto da organização, do trabalho, da disciplina e da atitude responsável da população; iii) criação de um conceito de coragem para enfrentar problemas de gestão, e assim, figurar a imagem de potência do governador-gestor a fim de legitimar sua gestão por seu caráter pessoal de “enfrentar medos” e “tomar decisões”.

Para a 3ª categoria, o conceito de sucesso, via frame de sucesso, mostrou a necessidade de a população cumprir e realizar as propostas apresentadas pela gestão de Casagrande, bem como a função individual do corpo social para empreender um esforço maior e uma empatia com o próximo no seu contexto de atuação. Além disso, o colocado “chave do sucesso” foi usado como recurso para justificar a importância do conhecimento na sociedade.

Entendemos, portanto, que a criação de imaginários sociais é também uma tentativa de intervenção social e de manutenção de poder na comunicação de liderança de um governador. Nota-se que, pelo projeto político apresentado, há sempre a necessidade de progresso e avanço. São essas figuras que prenunciam uma sociedade ideal, um futuro melhor, mais próximo à normalidade, com a extinção da doença ou pelo menos a mitigação de seus malefícios. Isso só acontece mediante a ação de combater, guerrear. São essas figuras de sucesso que criam a esperança de benefícios supostamente gerados por esses avanços anunciados. Essa tentativa de apresentar algo positivo diante da pandemia possibilita as seleções de alternativas para a tomada de decisão da população.

Não há como focar, entretanto, apenas na necessidade de guerrear se os soldados combatentes não possuem uma visão, um imaginário, de que suas ações estão sendo eficazes, bem-sucedidas; e de que seu comandante tem potência suficiente para orientá-los no campo de batalha. Para além de guerrear, foi necessário conduzir a população por um caminho específico criado no e pelo discurso. Eis a necessidade das metáforas de jornada no discurso político de pandemia, pois a gestão de cada líder local dependia de um processo com início, percurso, ações e objetivos. Em outras palavras, não basta lutar para alcançar o sucesso, é preciso caminhar e caminhar para frente.

Dado o recorte dos 24 excertos analisados nesse artigo, ressaltamos como as materialidades do imaginário de sucesso nos discursos de Casagrande evocaram valores, sentimentos e desejos como coragem, combate, conquista, mérito, reconhecimento, trabalho e esforço, segundo as contribuições de Maia (2015). Outrossim, foi possível demonstrar como experiências mais básicas e sensório-motoras que estruturam os domínios-fonte JORNADA e GUERRA tais como o movimento, o avanço e movimento para frente foram combustíveis para fazer funcionar o maquinário discursivo dos acontecimentos da gestão local da pandemia.

Esse empreendimento cognitivo-discursivo foi fundamental para a propagação ideológica da mudança na forma de pensar e de agir da população, como defendem Lakoff e Johnson (1980) e Charteris-Black (2005). Nesse contexto, pelo exemplo da metáfora situada Vacinação é esforço final da viagem, foi possível inferir uma proposta de liderança transformacional, cujo objetivo era apontar para uma mudança mais significativa de valores éticos da população, principalmente quanto ao dilema de cuidado e dano pelo incentivo à vacinação (Charteris-Black, 2007, 2021). De igual forma, observou-se como os [1]cenários de viagem e de guerra criaram agentes e funções específicas para a população, ora como soldados defensores da vida, ora como motoristas atentos no final da viagem; e, como isso, foi fundamental para a deliberação da metáfora no discurso diante do apelo de Casagrande às emoções de esperança à volta à normalidade e da tentativa de motivação à ação de combate, como apresenta Musolff (2016).

Os resultados apontam para a problematização da postura político-ideológica adotada pelo gestor-governador. Primeiramente, porque sai de cena seu papel de governador e entra uma concepção mais rasa para a figura de um gestor. Nesse pensar, uma aparente gestão “neutra” foi enraizada por um conjunto de posicionamentos políticos e morais que defendiam os feitos e as orientações da ciência pelo incentivo ao isolamento social e à vacinação, e pelo discurso de combate a políticas cujas consequências são o aumento exponencial de mortes, por meio da defesa da salvação de vidas.

Informações Complementares

Conflito de Interesse

A autora declara não ter interesses conflitantes.

Declaração de Disponibilidade de Dados

A autora confirma que os dados, códigos e materiais que apoiam as conclusões deste estudo estão disponíveis no artigo apresentados em notas de rodapé e nas referências.

Referências

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Avaliação

DOI: https://doi.org/10.25189/2675-4916.2024.V5.N2.ID738.R

Decisão Editorial

EDITOR: Fabiele Stockmans De Nardi Sottili

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7083-1999

FILIAÇÃO: Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brasil.

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CARTA DE DECISÃO: A partir das revisões realizadas pela autora e considerando os pareceres enviados nas diferentes rodadas de avaliação, recomendo a publicação do artigo intitulado O imaginário de sucesso da gestão da pandemia no Espírito Santo: uma análise cognitivo-discursiva acerca das metáforas conceptuais de caminho e de guerra, submetido à revista Cadernos de Linguística. Entendo, em consonância com o que também apontam os pareceristas, que o texto, ao se debruçar sobre o imaginário de sucesso na gestão da pandemia de COVID-19 pelo governador do Espírito Santo, traz, a partir dos resultados de análise e das reflexões produzidas em torno deles,  contribuições importantes para os estudos linguísticos, no que concerne ao trabalho de construção do imaginário na e pela linguagem, mas, também, aponta para as contribuições dos estudos da área e sua importância para a compreensão dos processos sociais de que somos parte. Destaco, ainda, que o trabalho traz contribuições que podem fazer avançar o estudo sobre as metáforas conceptuais, especialmente, como afirma uma das pareceristas, ao apontar para a “a inter-relação entre as dimensões cognitiva e discursiva na elaboração da vida”. Pelo potencial acadêmico do artigo, a relevância social do tema e o campo de questões para o qual aponta, enquanto potencializador de novas investigações, recomendo sua publicação.

Rodadas de Avaliação

AVALIADOR 1: Fernanda Carneiro Cavalcanti

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4028-1225

FILIAÇÃO: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

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AVALIADOR 2: Vitor Fernandes Gonçalves

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6838-6398

FILIAÇÃO: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

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AVALIADOR 3: Fabio José Rauen

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1096-7253

FILIAÇÃO: Universidade do Sul de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil.

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AVALIADOR 4: Aurelina Ariadne Domingues Almeida

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9641-2530

FILIAÇÃO: Universidade Federal da Bahia, Bahia, Brasil.

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RODADA 1

AVALIADOR 1

2024-02-01 | 04:46 PM

O artigo intitulado O imaginário de sucesso da gestão da pandemia no Espírito Santo: uma análise cognitivo-discursiva acerca das metáforas conceptuais de caminho e de guerra, de autoria de Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo, apresenta, além de temática social relevante, empreitada teórica de fôlego, ao examinar a relação entre as metáforas CAMINHO e GUERRA e o imaginário de sucesso, a partir de um conjunto de discursos proferidos pelo mencionado governador em março de 2020 a abril de 2022. Isso porque, a autora lança mão, em seu artigo, de vários e diversos autores – Charteris-Black (2004, 2005, 2021), Chilton (2004), Musolff (2016), Semino (2008), Vereza (2020) - filiados ao campo teórico da Teoria da Metáfora Conceptual - em especial aquele voltado para a abordagem da relação entre cognição e discurso – e da Análise de Discurso, de linha francesa, em especial os conceito de ethos, logos e páthos em Maingueneau e Charaudeau (2006). Diante do exposto, recomendamos a publicação do presente artigo desde que a autora reveja a relação pouco satisfatória que estabelece entre os gêneros tese em andamento e artigo, contemplada em seu texto, o que leva a autora a solicitar, de seu/sua leitor/leitora, inferências sobre informações conceituas e analíticas que não foram por ela suficientemente fornecidas e problematizadas. Para tal, a autora deverá, além de produzir fundamentação teórica enxuta, concisa e precisa, estabelecer relação consistente entre esta e análise por ela empreendida. Considerando que, segue, em anexo, cópia, por nós comentada, do presente artigo, elencamos, a título de ilustração, as recomendações que se seguem:1.No âmbito conceitual: por questão de coerência com o título atribuído ao artigo e as palavras-chaves apontadas, usar, no resumo, o termo Metáforas Conceptuais no lugar de veículos metafóricos; delimitar a abordagem discursiva adotada pelos/pelas autores/autoras elencados/as, considerando que, no que pese, estes e estas se filiarem à abordagem da metáfora no discurso, adotam diferentes visões de discurso (teoria do sistema complexo, língua em uso, abordagem crítica da metáfora) e de metáfora (metáfora conceptual, metáfora situada, veiculo metafórico); definir os conceitos de frame e cenário; revisar quais conceitos presentes na fundamentação teórica, a exemplo de MCI, serão, de fato, utilizados na análise empreendida. 2. No âmbito formal: rever, de maneira mais detida, a diferença entre o gênero artigo e tese em andamento; ponderar, nesse sentido, de um lado, sobre acréscimo de informações para que o/a leitor/a tenha informações suficientes para as suas inferências; e, de outro lado, sobre a subtração de trechos e análises realizadas, que podem requerer informações para além do limite do gênero artigo.3. No âmbito da redação: rever, de forma mais detida, sobretudo, os elos coesivos entre determinados trechos e parágrafos; e a pontuação.

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AVALIADOR 2

2024-02-01 | 09:48 PM

O artigo intitulado O imaginário de sucesso da gestão da pandemia no Espírito Santo: uma análise cognitivo-discursiva acerca das metáforas conceptuais de caminho e de guerra, de autoria de Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo, apresenta, além de temática social relevante, empreitada teórica de fôlego, ao examinar a relação entre as metáforas CAMINHO e GUERRA e o imaginário de sucesso, a partir de um conjunto de discursos proferidos pelo mencionado governador em março de 2020 a abril de 2022. Isso porque, a autora lança mão, em seu artigo, de vários e diversos autores – Charteris-Black (2004, 2005, 2021), Chilton (2004), Musolff (2016), Semino (2008), Vereza (2020) - filiados ao campo teórico da Teoria da Metáfora Conceptual - em especial aquele voltado para a abordagem da relação entre cognição e discurso – e da Análise de Discurso, de linha francesa, em especial os conceito de ethos, logos e páthos em Maingueneau e Charaudeau (2006).

Diante do exposto, recomendamos a publicação do presente artigo desde que a autora reveja a relação pouco satisfatória que estabelece entre os gêneros tese em andamento e artigo, contemplada em seu texto, o que leva a autora a solicitar, de seu/sua leitor/leitora, inferências sobre informações conceituas e analíticas que não foram por ela suficientemente fornecidas e problematizadas. Para tal, a autora deverá, além de produzir fundamentação teórica enxuta, concisa e precisa, estabelecer relação consistente entre esta e análise por ela empreendida.

Considerando que, segue, em anexo, cópia, por nós comentada, do presente artigo, elencamos, a título de ilustração, as recomendações que se seguem:

1.No âmbito conceitual: por questão de coerência com o título atribuído ao artigo e as palavras-chaves apontadas, usar, no resumo, o termo Metáforas Conceptuais no lugar de veículos metafóricos; delimitar a abordagem discursiva adotada pelos/pelas autores/autoras elencados/as, considerando que, no que pese, estes e estas se filiarem à abordagem da metáfora no discurso, adotam diferentes visões de discurso (teoria do sistema complexo, língua em uso, abordagem crítica da metáfora) e de metáfora (metáfora conceptual, metáfora situada, veiculo metafórico); definir os conceitos de frame e cenário; revisar quais conceitos presentes na fundamentação teórica, a exemplo de MCI, serão, de fato, utilizados na análise empreendida.

2. No âmbito formal: rever, de maneira mais detida, a diferença entre o gênero artigo e tese em andamento; ponderar, nesse sentido, de um lado, sobre acréscimo de informações para que o/a leitor/a tenha informações suficientes para as suas inferências; e, de outro lado, sobre a subtração de trechos e análises realizadas, que podem requerer informações para além do limite do gênero artigo.

3. No âmbito da redação: rever, de forma mais detida, sobretudo, os elos coesivos entre determinados trechos e parágrafos; e a pontuação.

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AVALIADOR 3

2024-02-14 | 07:26 PM

A despeito de reconhecer o mérito e as potencialidades analíticas da investigação, o texto que ora se apresenta não está suficientemente amadurecido, constituindo-se numa adaptação forçada de tese em andamento que demanda por esforço de concisão. Nesse particular, é fundamental que a autora considere que o texto do artigo tem status próprio, de forma que constitua dois argumentos: um primeiro, na introdução, que parta um problema em direção a um objetivo de pesquisa e um segundo, nas demais partes do texto, que parta das evidências sustentadas epistêmica e metodologicamente em direção às conclusões. A introdução está sofrível, especialmente no que concerne ao fluxo argumentativo. A segunda parte está melhor, mas há muitos problemas que demandam uma revisão substantiva. Há uma série de passagens om períodos longos que precisam ser divididos em períodos menores. Enfim, trata-se de um texto potente em processo, mas que precisa ser lapidado para fins de publicação.

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RODADA 2

AVALIADOR 1

2024-03-05 | 12:53 AM

De acordo com cópia por mim comentada do artigo, em anexo, a autora deverá melhor delimitar o que entende por frame para analisar a visão de sucesso nos dados por ela analisados. Deverá ainda ponderar sobre a permanência de quadro no qual sistematiza o conceito de metafora conceptual em Lakoff e Johnson (1980) e Chateris-Black (2004, 2005, 2021). É necessário , além disso, que a autora reveja a sua seção voltada para discussão da metodologia por ela adotada a titulo de uma articulação coerente com a seção voltada para análise dos dados a que se propõe, tendo em vista a persistência por parte da autora em não estabelecer a distinção clara entre os gêneros pesquisa em andamento e artigo. Para concluir, a autora deverá fazer ajustes textuais, atentando para aspectos relacionados á progressão textual e informatividade bem como determinadas nuanças em sua análise e conclusão.-

AVALIADOR 2

2024-03-11 02:36 PM

Recomenda-se que a autora delimite o conceito de frame para analisar a construção da visão de sucesso nos dados utilizados. Nesse mesmo sentido, pode ser útil delimitar os conceitos de MCI e cenário (dada a grande discussão sobre tal nomenclatura) para que haja confusão ao lançar mão desses termos. É necessário, além disso, que a autora reveja a seção acerca da metodologia para retirar informações que são do escopo do gênero pesquisa e não do gênero artigo.Por fim, recomenda-se que a autora ajuste, textualmente, a seção da análise dos dados para que as relações semantico-discursivas entre as metáforas encontradas se tornem mais claras.

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AVALIADOR 4

2024-03-22 | 11:35 AM

O fazer científico acontece através da rede de validação da comunidade científica; não há pesquisa que não gere questionamentos; afinal, é por meio das lacunas não preenchidas, dos lapsos, dos silenciamentos, dos esquecimentos, enfim, dos vazios que a ciência se alimenta; logo, apesar que creditar ao texto qualidade necessária para sua publicação, a minha leitura não seria isenta de questionamentos, ou melhor, de convites para que a pessoa pesquisadora, autora do artigo, caminhasse junto comigo procedendo a uma leitura em conjunto; assim sendo, visando a contribuir com a versão final do seu texto, compartilhei algumas reflexões e sugestões em caixas de comentários que seguem no arquivo anexo.

Por considerar que o texto foi escrito em conformidade com o gênero artigo do domínio discursivo acadêmico, que a base teórica selecionada é adequada, que o caminho metodológico traçado é viável, que os resultados emergem do diálogo entre o alicerce teórico, o percurso metodológico e o estudo de usos autênticos da linguagem, proferidos pelo governador do Espírito Santo, em pronunciamentos feitos durante a pandemia de COVID-19, e, também, por entender que os poucos lapsos de digitação podem ser facilmente revistos, o meu parecer é favorável ao aceite do artigo para publicação no periódico Cadernos de Linguística, se feita a última revisão do texto. E este é o parecer.

Resposta dos Autores

DOI: https://doi.org/10.25189/2675-4916.2024.V5.N2.ID738.A

RODADA 1

2024-05-14

Prezados avaliadores,

Envio a apresentação dos ajustes feitos no artigo, segundo as considerações, sugestões e orientações dos senhores. Os ajustes estão sistematizados segundo a ordem das seções do artigo. Informo-lhes, também, que estou à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas. Desde já, agradeço as contribuições fundamentais para o aumento no nível de qualidade deste trabalho empreendido.

Atenciosamente,

Jacimara Cardozo

Introdução

* O objetivo geral da análise empreendida no artigo foi ajustado de forma a ficar coerente com o objetivo geral citado no resumo.

*O número de excertos foi ajustado para a restrição a apenas aos excertos analisados no artigo (24 excertos).

Fundamentação teórica

1.1 A metáfora na arte do discurso político e os cenários metafóricos

*Foi inserida uma nota explicativa sobre a visão cognitiva acerca da metáfora em Aristóteles, segundo Eco (2013).

* No Quadro 1 (definição e diferenciação de concepções sobre metáfora e discurso) foram ajustadas as informações acerca da visão de metáfora em Lakoff e Johnson (1980) e Charteris-Black (2004, 2005, 2021).

* No Quadro 1 também foi incluída a contribuição de Vereza (2013, 2020) sobre a metáfora no discurso e a metáfora situada, fundamental para a análise do nicho metafórico selecionado para este artigo.

1.4 O conceito de sucesso e o discurso de sucesso como dispositivos cognitivo-discursivos para o imaginário de sucesso

Foi feita a delimitação do conceito de frame com base em Lakoff (2004, 2006) como instrumento de análise da construção da visão de sucesso nos dados utilizados. Também foi feita a delimitação e diferenciação entre MCI de sucesso (Lakoff, 1987) e Cenário metafórico (Musolff, 2016).

1.3 O ethos no discurso político, os imaginários sociais

Foram inseridas notas explicativas para conceituar expressões específicas como interdiscurso, além de trazer a concepção da fonte aristotélica sobre ethos, pahtos e logos.

2 Metodologia

Foi feita a revisão acerca da metodologia com a finalidade de retirar informações que são do escopo do gênero pesquisa e não do gênero artigo.

3 Análise dos dados

As três categorias de análise construídas para o desenvolvimento do estudo deste artigo foram devidamente informadas em cada seção da análise dos dados.

A saber: 1ª categoria é composta de excertos para investigação de nicho metafórico/veículo metafórico; 2ª, trechos para investigação das figuras elementares para a construção do imaginário de sucesso e 3ª, trechos para a investigação do frame de sucesso, ou seja, que tenha a palavra sucesso.

Também foi informado ao leitor como foi a organização dos dados mediante suas análises, segundo a disposição visual e organizacional dos quadros que comportavam os excertos analisados.

4 Guerra e caminho para um imaginário de sucesso: a metáfora em foco

Foi feito o ajuste, textualmente, na seção e análise dos dados, com o objetivo de tornar mais evidentes, visíveis e observáveis as relações semântico-discursivas existentes entre as metáforas encontradas.

Foi feita a apresentação do mapeamento da metáfora conceptual POLÍTICA É UMA VIAGEM para depois estabelecer relação entre as duas pelo jogo online (metáfora situada- Vacina é esforço final da viagem) e offline (metáfora conceptual) que se delineia entre elas.

5 Conclusão

Foi feita a reescrita da conclusão a fim de apresentar de forma mais clara o objetivo da pesquisa, a organização metodológica de análise (3 categorias), os resultados alcançados e a problematização desses resultados.

How to Cite

RIBEIRO MERIZIO CARDOZO, J. The Imaginary of Successful Pandemic Management in Espírito Santo: A Cognitive-Discursive Analysis about the Conceptual Metaphors of Path and War. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 5, n. 2, p. e738, 2024. DOI: 10.25189/2675-4916.2024.v5.n2.id738. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/738. Acesso em: 29 jun. 2024.

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