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Research Report

Deepfake and verbal violence in networker comments on Facebook

Manoel Klebson de Andrade Oliveira

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https://orcid.org/0000-0001-5496-396X

Andréa Moreira Gonçalves de Albuquerque

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Dóris de Arruda Carneiro da Cunha

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https://orcid.org/0000-0001-5349-2887


Keywords

Comments
Deepfake
Digital social networks
Dialogic Discourse Analysis
Verbal violence

Abstract

The aim of this paper is to analyze verbal violence in Facebook’s deepfakes comments. We start from the hypothesis that, given the satirical and tendentious discourse of a deepfake, a violent confrontation between internet users begins, in which each pole axiologically positions itself as the owner of the truth, which reinforces the discourtesy and hateful scenario present in the discursive environment of Brazilian politics. Our corpus is made up of comments from the publication of a deepfake on President Jair Bolsonaro's speech on September 22, 2020 at the United Nations. Produced and published on the profile of the journalist and videomaker Bruno Sartori, that deepfake generated 12,000 reactions, 1,000 comments and 9,700 shares. In the video, President Harris, played by Leslie Nielsen, from an American comedy film, appears as if he was Bolsonaro, speaking to world leaders and uttering a sequence of controversial statements made in real situations by President Bolsonaro in some moments of his government and campaign. For the analysis of the comments, we mobilized notions of dialogical relationships, context, audience and intonation of the work of Mikhail Bakhtin, Pavel Medvedev and Valentin Volochinov. The analysis shows that, in the confrontation between different evaluative positions, internet users disqualify, insult, use coarse language and, in fierce disputes for their convictions, produce hateful statements and disseminate violence in the communicative and public sphere of digital social networks.

Introdução

Este trabalho resulta dos nossos estudos sobre a desinformação, a polarização discursiva na Internet, mais especificamente nas redes sociais digitais, onde se verificam embates crescentes, marcados por enunciados que vão da ironia à violência, passando pela descortesia, a ridicularização, o rebaixamento, o sarcasmo, o ódio, a violência. Fenômenos discursivos evidentes nos comentários dos internautas que derivam de um outro, a polarização, fruto das “guerras culturais”: conflitos enunciativos típicos de momentos de crises e disputas políticas acirradas como as que o mundo e o Brasil têm enfrentado[1]. Com a (re)emergência da direita brasileira instituiu-se no país uma espécie de “normalização” de discursos extremistas, fundamentalistas, moralistas de ultraconservadores que atacam supostos “inimigos”, que os diferenciam dos discursos da esquerda justamente no ataque a instituições que garantem a democracia de direito (ABRANCHES, 2019, p.27).

A necessidade de se integrar neste novo mundo, de interagir e vivenciar novas experiências, características dessas novas condições tecnológicas, tem levado multidões a se inserir (no vocabulário da internet, “cadastrar seus perfis”) em muitas interfaces de comunicação como o Facebook, o Instagram, o Twitter, o Snapchat e o WhatsApp[2]. Essas plataformas evoluíram a tal ponto, que deixaram de ser apenas um meio de comunicação verbal e hipertextual e passaram a ser, também, verbo-visuais e em tempo real. Com todos esses recursos à disposição, Recuero (2016, p. 18) afirma que as redes sociais se transformaram efetivamente nas novas esferas públicas, pois, além de permitirem o compartilhamento de conteúdos pessoais, proporcionam a circulação de notícias locais e mundiais e a discussão de temas relevantes na sociedade.

Essa amplitude de possibilidades, ao despertar a adesão dos internautas, multiplica as interações e torna as redes sociais um gigantesco suporte na influência das decisões e de posicionamentos ideológicos. Porém, as interações on-line são sempre representações das reações dos internautas, publicadas e compartilhadas no ambiente virtual, já que não há um contato face a face entre os envolvidos. Em muitas situações, inclusive, eles estão expostos ao contato com perfis inventados com o objetivo exclusivo de defender uma ideologia. Não raro, por enunciadores pagos que não medem esforços para publicar conteúdos que alicercem um dado ponto de vista ou que difamam quem pensa diferente.

Nesses casos, confirma-se que as relações nas redes sociais na internet se resumem à “construção de perfis de atores” (RECUERO, 2014a, p. 131) em torno das quais surge um complexo universo de fenômenos comunicativos, sociais e discursivos que merecem atenção pelos novos elementos e dinâmicas que apresentam em sua “(re)inscrição no ciberespaço”(RECUERO, 2009, p.61). Especificamente os elementos da linguagem são analisados a partir do contexto, da hierarquia criada entre os participantes da interação, que determinam a escolha das palavras utilizadas e, principalmente, a entonação, ou seja, o processo de (re)acentuação dos discursos circulantes.

Esses elementos aparecem de forma explícita nos comentários de internautas a respeito de informações e desinformações como aquelas produzidas pelas deepfakes, cuja tradução do inglês se encontra no site do Projeto Draft (especializado em conteúdo falso na internet), como “falsificações profundas” (termo proveniente da junção de deeplearnig e fake news). Segundo Isabela Mena (2018), o termo deepfake corresponde a vídeos que manipulam a realidade por meio de tecnologia sofisticada que sobrepõe ou emula as vozes de uma pessoa sobre a de outra. As “falsificações profundas” alavancam “técnicas de aprendizado de máquina (ML) e inteligência artificial (IA) para manipular ou gerar conteúdo visual e de áudio com alto potencial para enganar” (KIETZMANN; LEE; MCCARTHY &KIETZMANN, 2021, p.2).

O corpus deste trabalho é constituído pelos comentários em uma publicação de uma deepfake no perfil de Bruno Sartori no Facebook: autointitulado “Bruxo dos Vídeos”, o videomaker é pioneiro na criação de sátiras com emprego das tecnologias de deepfakes no Brasil. Tinha 153 mil seguidores no Facebook, quando tiramos o print do perfil e coletamos o corpus para a nossa análise. Escolhemos um conteúdo do Facebook em função da plataforma se manter em primeiro lugar entre as redes sociais mais usadas no mundo, com 2,7 bilhões de usuários ativos, segundo dados de um estudo realizado em 23 de março de 2021[3].

De acordo com o levantamento do Propmark – instituto de pesquisa com mais de 50 anos de trabalho especializado nos campos da indústria, comunicação, marketing e mídia - a rede social de Mark Zuckerberg também segue na liderança no Brasil com 51% do total de usuários brasileiros de redes sociais. Bruno Sartori tem 217 mil seguidores no Twitter, e 302 mil inscritos no canal do Youtube, no qual o “Bruxo dos Vídeos” se apresenta como jornalista, humorista e influenciador digital brasileiro. A maioria das suas publicações são críticas ao atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, o que faz dele alvo de haters[4]. Tanto que, em 23 de junho de 2021, por razões de segurança, Bruno Sartori havia suspendido a divulgação do número de seguidores do seu perfil no Facebook.

A publicação que gerou o corpus é uma sátira ao discurso do presidente do Brasil pronunciado em 22 de setembro de 2020 na Organização das Nações Unidas (ONU). Nos dois minutos de vídeo, o personagem que representa Bolsonaro no púlpito da ONU pronuncia falas do presidente em alguns momentos do seu governo, como: “Boa noite ao presidente Trump e aos nova-iorquinos, menos a essa raça de comunistas”; “Não vai ter nem um centímetro de terra para os indígenas. Índio gosta é de celular com uma boa câmera frontal”; “Na questão da economia, eu não entendo nada, mas isso não impediu de eu ter o que tenho hoje”; “O pobre no Brasil só tem uma utilidade: votar”; “Ou as minorias se adequam, ou simplesmente desaparecem”; “Ninguém gosta de gay, tolera e eu tenho imunidade para falar disso”; “Meu deus acima de tudo, Trump acima de todos”. Essa publicação gerou 12 mil reações, mil comentários e 9,7 mil compartilhamentos.

1. Marco teórico

Com base nos escritos de Bakhtin, Medviédev e Volóchinov, podemos dizer que os internautas, que se revezam como enunciadores e destinatários na Internet, são sujeitos situados no tempo, no espaço, responsáveis por seus enunciados bem como pelas possíveis respostas ao seu ato de enunciar. Sujeitos que não têm um “álibi para sua existência” (BAKHTIN, 2017 [1919-1921]) e, portanto, são responsáveis por suas cosmovisões.

Em confronto, esses internautas não têm álibi (ou desculpas) para suas entonações de superioridade, agressividade e violência adotadas em seus enunciados em relação aos enunciados contrários e aos sujeitos discordantes; nem por suas escolhas lexicais e composicionais correspondentes a essas entonações. Contudo, na perspectiva dialógica, esses sujeitos enunciadores não são fonte isolada dos enunciados nem dos sentidos por eles produzidos, como veremos a partir da noção de dialogismo.

De antemão, é importante frisar a diferença entre a noção de dialogismo da noção da “prática do diálogo na busca por um entendimento ou por um consenso”, como fica claro nos primeiros escritos de Bakhtin e Volóchinov. O dialogismo envolve muitos aspectos, a começar pelo próprio funcionamento da linguagem que, para os criadores dessa abordagem teórica, constitui-se a partir da interação, isto é, todo enunciado é um ato social e histórico (MEDVIÉDEV, 2016 [1928], p. 183) que vive e morre no processo de interação social (VOLÓCHINOV, 2019 [1926], p. 128).

Assim, cada enunciado é uma resposta e faz parte de uma teia formada por fios discursivos. Dialógicas são justamente as relações, a orientação desses fios que os constituem, pois “cada enunciado isolado é um elo na cadeia da comunicação discursiva” (BAKHTIN, 2016 [1979], p. 60). Na Teoria do Romance, Bakhtin (2015 [1934 -1935])descreve duas dimensões do dialogismo: 1. todo enunciado se constitui pelo já dito. 2. todo enunciado é voltado para uma resposta (BAKHTIN, 2015 [1934 -1935], p. 52 - 54). Além desse dialogismo constitutivo do sentido do discurso, há aquele que se revela na incorporação, pelo enunciador, do discurso de outrem, insurgente de duas maneiras: (1) marcada, quando o enunciador cita abertamente o discurso alheio; (2) não marcada, quando não há uma separação nítida entre o discurso do citante e aquele do citado (CUNHA, 2009, p. 26)[1].

Na circulação dos discursos, este ou aquele aspecto podem ser contrapostos, associados a outros, acentuados, negados ou afirmados, pois, como escreve Bakhtin, “na vida, reagimos com um juízo de valor a todas as manifestações daqueles que nos rodeiam” (BAKHTIN, 2011 [1974], p.3). Esta visão é expressa de forma semelhante por Volóchinov, para quem o enunciado tem uma orientação apreciativa: “Toda palavra serve de expressão ao ‘um’ em relação ao ‘outro’. Na palavra, eu dou forma a mim mesmo do ponto de vista do outro e, por fim, da perspectiva da minha coletividade” (VOLÓCHINOV, 2017 [1929]).

Nessa perspectiva, as relações dialógicas são relações de sentidos, inseparáveis do conteúdo axiológico. Sendo assim, “ponto de vista” pode ser concebido como “modo de perceber, considerar, interpretar e tomar posição de cada sujeito em relação aos enunciados do discurso, posição esta dialogicamente constituída e constitutiva dos sentidos e inseparável do tom emotivo-volitivo empregado pelo sujeito no ato da enunciação” (CUNHA, 2015, p. 7). Cunha (2015) explica que diferenças de ponto de vista são talvez mais evidentes quando se trata de objetos complexos como a política, a religião, os direitos sociais, o aborto, dentre outros. Nesses casos, é comum haver embates e até confrontos mais violentos nos quais a inter-relação entre os discursos outros está intrinsecamente ligada aos pontos de vista (CUNHA, 2015).

Já os fenômenos de discurso como ameaças, censuras, ofensas, maldições (igualmente as bênçãos, os elogios), para Bakhtin (2017[1970-1971]), estão vinculados a uma entonação acentuadamente expressa, podem modificar ou reafirmar enunciados circulantes (BAKHTIN, 2017 [1970-1971], p. 70). Portanto, este tom é o que produz a (re)acentuação apreciativa dos enunciados (CUNHA, 2009; 2012).

Além do caráter axiológico, inerente à linguagem, outro ponto central da abordagem dialógica do discurso é a arquitetônica e a escolha das palavras dos enunciados. Bakhtin, Volóchinov e Medviédev foram talvez os primeiros a formularem uma definição de gêneros baseada em critérios não-linguísticos, mas enunciativos, ligados às condições sociais de produção, das interações sociais. Essa definição tornou-se referência justamente por introduzir as instâncias reais de uso da língua, o contexto da enunciação (CUNHA, 2007, p. 8) e é muito útil à análise dos comentários na internet.

Dentre outras novidades, segundo Bakhtin, “o gênero possui sua lógica orgânica, que em certo sentido pode ser entendida e criativamente dominada a partir de poucos protótipos ou até fragmentos de gênero (BAKHTIN, 2018 [1963], p.181). Podemos definir o gênero comentário como práticas discursivas com o seguinte propósito e regras: a partir de um texto fonte, o internauta constrói novos discursos, reacentuando diferentemente os aspectos temáticos, com sentidos múltiplos, explícitos ou subentendidos, ou introduzindo deslocamentos e mudanças de tema em função do seu ponto de vista (CUNHA, 2012, p. 28).

Para Recuero (2014), os comentários são uma ação que não apenas sinaliza a participação, mas traz uma efetiva contribuição para o diálogo (RECUERO, 2014, p. 120). Logo, ao comentar uma publicação, o internauta contribui para o diálogo, interagindo com o perfil, com o autor da publicação e com os outros usuários em rede.

2. Discurso de ódio na internet

Estamos em um momento de polarização que caracteriza o cenário discursivo no Brasil, no qual se identificam as narrativas liberais conservadoras, antipetistas e aquelas progressistas, defensoras de políticas distributivas de direitos sociais. As narrativas do ódio e da violência se dão como conflitos de uma guerra de enunciados: “As narrativas que estruturam o debate sugerem uma dinâmica em que cada grupo se define pela negação da caricatura que faz de polo oposto” (RIBEIRO, 2018, p. 90).

No Facebook, mas também em outras redes sociais, os internautas expressam seus pontos de vista com mais contundência, seguramente pelo anonimato que lhe propicia maior liberdade de expor seus argumentos e agredir. Protegidos atrás da tela, livres de reações de ordem física e com a identidade protegida, em muitos casos, os internautas se sentem potencializados na sua condição de expor e tentar impor seus posicionamentos, desferir seus golpes enunciativos (CABRAL; LIMA, 2018, p. 43).

Para Cunha (2013), “a violência verbal é interpretada de um lado pelo contexto enunciativo e de outro pelo contexto social, midiático, ético” (CUNHA, 2013, p.243). O contexto de polarização entre grupos com visões de mundo opostas tem se agravado no Brasil nesses anos de crise da democracia e do liberalismo econômico. Discursos extremistas entram em confronto e produzem faíscas de ódio, com insultos e difamações que tendem a viralizar nas redes. Cunha (2013) define violência verbal como o conjunto de palavras, enunciados axiologicamente negativos na situação em que são usados (CUNHA, 2013, p. 241).

Dessa forma, quando consideramos a tensão de vozes entre internautas, que não se intimidam em expressar seu posicionamento, vemos que “o discurso não está apenas no enunciado e em sua construção, ele está sistematicamente imbricado como conjunto ideológico que se reflete no corpo de presenças e ausências de elementos de falas dos usuários”(RECUERO, 2016, p. 19-20). Então, o lugar social de cada internauta é essencial na compreensão dos discursos violentos, bem como o tom que esse tipo de discurso assume nos enunciados em comentários nas redes sociais.

3. Confrontos em análise

O nosso corpus foi extraído do perfil no Facebook do videomaker Bruno Sartori que explora a tecnologia deepfake desde 2017 e posteriormente acrescentou a técnica na confecção dos conteúdos humorísticos, envolvendo a política nacional. Ganhou notoriedade depois que seu vídeo “Chapolin Bolsonaro” viralizou nas redes sociais em maio de 2019. Nesse vídeo, que teve milhões de visualizações, o presidente Jair Bolsonaro aparece caracterizado com a clássica roupa do personagem Chapolin Colorado e pronuncia alguns enunciados ditos por ele em Dallas, nos Estados Unidos.

O perfil de Bruno Sartori se tornou pioneiro na produção de deepfakes com paródias e vídeos de humor. Deepfake é a resultante de uma modificação em vídeo, foto ou outras imagens de pessoas reais, produzida para parecer real, por meio de computadores. Por se tratar de uma manipulação dos perfis existentes, a deepfake geralmente é usada para disseminar mentiras, calúnia e ódio contra figuras conhecidas, famosas, “midiáticas”. Modificadas em determinado contexto, as deespfakes geram outros discursos – com informações verdadeiras ou falsas. No caso da nossa análise, em forma de comentários postados no perfil de Bruno Sartori, com reações contra ou a favor à deepfake que faz uma paródia audiovisual com falas instigantes do presidente Jair Bolsonaro. Alguns dos trabalhos mais famosos de Sartori- usando a técnica de síntese de imagens ou sons humanos com inteligência artificial - envolvem a renderização de vídeos de seriados famosos como Chaves e Chapolin Colorado; de cenas clássicas de telenovelas; e de clips de artistas como Whitney Houston e Mariah Carey.

Dentre os comentários extraídos da deepfake[1] no dia 22 de setembro de 2020, alguns GIFs não puderam ser transcritos, por causa do formato, de modo que privilegiamos a análise dos textos e emojis (símbolos já dicionarizados). No momento de coleta do corpus, a opção “Mais relevantes” estava selecionada pela própria plataforma, portanto, os comentários coletados, são os quatro que mais receberam visibilidade no perfil de Bruno Sartori no dia 22 de setembro de 2020 no Facebook.

Para efeito de uma melhor compreensão da análise, apresentamos os quatro primeiros comentários e suas réplicas. Para preservar a identidade dos enunciadores, optamos por colocar somente as iniciais dos nomes dos comentadores, mesmo se o corpus foi extraído de uma página de rede social de domínio público.

Figure 1.

Nesses quatro comentários, a interação se dá de forma difusa em torno da deepfake, ou seja, os discursos são motivados inicialmente pelo vídeo, porém, abrem espaço para outros temas relacionados à polarização entre os dois posicionamentos axiológicos e políticos: a favor e contra o governo vigente; a favor e contra os governos petistas (“esquerdistas”). Os enunciados ora são voltados para o texto fonte (para criticar ou concordar), ora para os comentários de outros internautas, o que demonstra o funcionamento do dialogismo, no qual os integrantes da interação, neste caso, não estão direcionados ao consenso, nem mesmo à compreensão recíproca. Tanto que as réplicas, muitas vezes, sequer se referem ao outro enunciado; apenas marcam a posição contrária do enunciador e a conversação se reverte em um confronto de pontos de vistas.

No comentário 1, o internauta VM é o primeiro a comentar o discurso ficcional da montagem que se confunde com as falas reais do presidente, em alguns momentos do seu governo. Sobre essas falas, uma reportagem da Revista IHU[1], em 09 de fevereiro de 2018, por exemplo, traz alguns pronunciamentos de Jair Bolsonaro, ainda pré-candidato à Presidência. Após um encontro com ruralistas em Dourados (MS), Bolsonaro disse aos repórteres sul-mato-grossenses: “Se eu assumir como presidente da República, não haverá um centímetro a mais para demarcação”. Dentre as inúmeras declarações de Bolsonaro contra a comunidade LGBTQIA+, destacamos algumas publicadas no site da revista Carta Capital[2]. O então candidato disse, por exemplo, que preferia ter um filho morto a ter um filho gay; que se o filho ficasse meio “gayzinho”, com uma surra passaria; e que crianças adotadas por casais gays vão ser “garotos de programa”.

A mistura das falas ficcionais com as verdadeiras confere à deepfake um tom de denúncia, pois os enunciados são reacentuados pela semelhança do contexto em que foram introduzidos com aquele real. Contudo, as réplicas respondem ao comentário 1 e não mais ao texto fonte, em uma demonstração clara de que o comentário é um gênero de caráter mobilizador e, de imediato, provoca a contraposição. No comentário 1.1[3], o internauta PS desqualifica o discurso da ex-presidenta Dilma Rousseff, do PT, em uma tentativa de deslocar a atenção e a posição dos demais internautas contra os petistas. Inferioriza o discurso da ex-presidenta que ao menos pode ser enquadrado como racional e técnico, enquanto o de Bolsonaro é emocional, preconceituoso, violento e agressivo às minorias hegemônicas, às políticas de preservação da Amazônia e aos cidadãos mais pobres.

PS ataca Dilma, faz alusão negativa ao fato dela ter falado em “estocar vento” (em uma entrevista coletiva realizada em Nova Iorque, em evento organizado pela Organização das Nações Unidas). Talvez o internauta não soubesse e se soubesse certamente não destacaria que a tecnologia para estocar vento já existia. Na época do pronunciamento da ex-presidenta, pesquisadores da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, trabalhavam com um sistema de ar líquido para estocar energia proveniente de fontes intermitentes, como a solar e a eólica. E nos Estados Unidos, um consórcio de empresas, reunidas no Iowa Stored Energy Park anunciou o armazenamento do próprio vento, a ser utilizado para gerar energia quando fosse necessário[4]. PS zombou da fala da ex-presidenta também com os emojis às gargalhadas.

Quanto aos emojis, (“e” representa imagem e emoji/caractere), eles podem funcionar como pictogramas ou ideogramas, como explica Sternbergh (2014). Eles foram codificados por um consórcio denominado Unicode, mas seu significado é variável de acordo com a cultura e o contexto. Do ponto de vista morfológico, os emojis podem substituir palavras. No nível sintático, aparecem predominantemente ao final de um enunciado completo, precedidos ou não de sinais de pontuação e transmitem mais sentido de forma mais econômica. No nível discursivo, expressam ações, demonstram afetos, emoções (PAIVA, 2016).

Em 1.1.1[5], VM se diz indiferente ao ponto de vista de IM, mas demonstra muito mais sobre o tom do seu comentário, de deboche e desprezo, quando usa os emojis às gargalhadas. Vale observar que, nesse bate-rebate, os internautas defendem e promovem seu ponto de vista em um jogo quase monológico, no qual praticamente não há escuta do argumento do outro, quando o tema dos discursos não são injúrias, insultos e palavrões. A opinião contrária à do perfil é mais rechaçada, em uma demonstração de como o “espaço” (o topo) “a casa” é dos internautas cuja opinião coincide com a do perfil. E eles se sentem “autorizados” (apoiados) a defender os argumentos ali colocados e insultar quem deles discorda.

Em 1.2[6], o internauta JL reage e (como representante da comunidade discursiva de Bruno Sartori) acusa VM de ser “branco”, “de elite”, que “fala merda”, o que, para ele, é “normal”, ou seja, VM é um representante médio daquela classe social. Há o subentendido de um estereótipo: homem branco e de terno. Para o internauta JL, pessoas com esse perfil são ignorantes; não se aproveita o que falam. Por outro lado, o estereótipo “homem branco e de terno” também pode ser associado a quem é conservador, dita as regras sociais, “manda no pedaço”, o que também pode ser julgado como “normal”, usual.

No comentário 2[7], o internauta LAV chama o Presidente da República de palhaço, reacentuado pelo termo “bozo”, apelido para Bolsonaro que já circula há algum tempo nos enunciados “de esquerda” e também em referência a um famoso palhaço, levado à tv brasileira em 1980 e que ficou no ar durante 12 anos[8]. O termo é usado de forma pejorativa, o que deixa claro o ponto de vista contra os atos de Bolsonaro. Esse ponto de vista fica mais evidente quando LAV diz que os discursos do presidente não têm importância ou utilidade, que ele os considera duvidosos. Além de exprimir o seu desconforto por ter um líder como Bolsonaro, que leva o país a viver entre altos e baixos, em um looping, acrobacia radical aérea feita com movimentos circulares em um plano vertical. Com essa metáfora, o internauta LAV associa o desempenho do presidente ao pânico e à apreensão, possivelmente, uma referência a série de filmes norte-americana “Todo mundo em pânico”[9], do gênero comédia de terror do ano 2000, dirigido por Keenen Ivory Wayans; trata-se de uma paródia de diversos filmes de terror de sucesso dos anos 1990 como Scream e I Know What You Did Last Summer.

No comentário 2.1[10], o internauta afirma que a publicação é real, por causa da semelhança com os fatos reais. Sabemos que a deepfake é um vídeo de uma pessoa com a face de outra, criada digitalmente e com falsas informações. Com este estilo satírico, a credibilidade de uma das maiores autoridades do país é nitidamente posta em cheque. PS, em 2.2[11] ao retomar a comparação que fez em 1.1, responde a LAV, minimizando o peso do comportamento e das falas de Bolsonaro, classificadas por ele como “bobagens”, que ele usa como deixa para retomar as que a ex-presidenta Dilma teria dito ao falar sobre o estoque do vento. PS usa a repetição como modo de reforçar e fixar os argumentos antipetistas, em defesa do seu líder político. Retoma os emojis com as gargalhadas e reforça o riso com o “Kkkkkk” que representa risadas em conversas pela internet[12].

EP, como no comentário 2.3[13], também responde ao comentário de LAV, com o discurso que ataca o ex-presidente Lula, do PT; chama o ex-presidente de “ladrão”, amparado pelas condenações por corrupção que a Justiça posteriormente reviu (sobre a revisão das condenações, o portal do G1[14] publicou, por exemplo: “Defesa de Lula diz que STF concluiu que Moro 'agiu de forma parcial e com motivações políticas' ao condenar ex-presidente”). Antes dessa revisão, os internautas antipetistas usavam frequentemente o argumento de que o PT é responsável pelos maiores casos de corrupção da história do Brasil. Logo, EP dialoga com outros discursos que associam Lula à corrupção, para mostrar que os antipetistas estão do lado certo, do lado de Bolsonaro, e com a verdade. Na linguagem, a repetição é um artifício básico para enfatizar e fixar um conteúdo: “Lula igual a ladrão”; “Dilma igual a sem noção”. Para os internautas antipetistas e seguidores de Bolsonaro.

IM, em 2.4[15], ataca LAV desqualificando sua opinião com um emoji representado fezes, excremento. Ou seja, não faz diferença o que LAV diz na discussão sobre o comportamento do presidente. Os três próximos comentários 2.5, 2.5.1 e 3[16] demonstram atitudes responsivas agressivas, por parte de seguidores de Bruno Sartori que reagem aos xingamentos com mais xingamentos. E tentam desmascarar o perfil populista de Bolsonaro e alertar seu seguidor identificado com a gíria “Minion”, alusiva aos “minions”, termo em inglês que pode se traduzir em português como “capanga”, “criado”, “servo” ou “lacaio”[17]. Para o internauta VM que se dirige a JL no 2.5, o engano é acreditar em um político que absoluta e verdadeiramente não se preocupa com o povo; só que ele usa a expressão baixa: “tá cagando pra ele”; e ele aqui é o “representante médio” da população em geral. A entonação agressiva desses discursos reverbera junto ao auditório e o internauta VS chama os seguidores de Bolsonaro de “gente medíocre”, “baba ovo” e “bozolóide” (talvez uma junção de Bolsonaro com “debilóide”). Acrescenta mais ódio no diálogo. E, nesses termos, encerra com um , traduzido no dicionário dos emojis como “irritado/a/e”[18].

No comentário 4[19], o internauta ALM retoma o fio da crítica a Bolsonaro e usa o termo “excrementissimopresidanta”, neologismo criado pelo enunciador para exprimir um grau muito elevado de “excremento” mais “presidente” mais “anta”, ou seja, “anta”, que é um animal muito raro de se ver na natureza e, na linguagem cotidiana, é uma definição para pessoas “burras” ou “idiotas”. Ou seja, a expressão é pejorativa e demonstra o modo agressivo e negativo como ALM enxerga o Presidente Jair Bolsonaro. A sequência termina com a reafirmação desta vez do internauta BI sobre a semelhança da deepfake com os discursos reais do presidente, em tom de lamento: “Pior que eu acredito que esse é o discurso original”.

No comentário 4.1[20], CW responde a ALM comparando o presidente Bolsonaro a Mônica Lewinsky, a estagiária da Casa Branca envolvida em um escândalo após a divulgação de informações de que ela teria mantido relações sexuais com o então presidente Bill Clinton. Na alusão, fica evidente o rebaixamento do presidente brasileiro à condição de “caso amoroso” e secreto (amante) da presidência norte-americana (à época exercida por Donald Trump). E o internauta LAV(seguidor de Bolsonaro) é de novo xingado e rebaixado. Os pontos de vistas de CW e ALM elevam o termômetro da provocação na interação e com a ênfase dos recursos verbo visuais. No caso, os emojis ilustram o riso, com a carinha às gargalhadas, e faz alusão à comparação entre Bolsonaro e Mônica, com a laranja (que pertence à categoria Comidas e Bebidas, logo, subcategoria fruta, e, neste caso, faz alusão a “comer” ou “ser comido”, expressão de baixo calão relativa a “fazer sexo”[21], em uma referência ao Caso de Mônica) . No comentário4.1.1[22],ALM chama Bolsonaro de “burro” ao dizer que se “ele souber vai achar que é elogio”, ou seja, que o presidente vai tomar como positiva a comparação dele com a estagiária, ex-amante (que muitos podem ver como “prostituta”) do presidente norte-americano. E CW repete os emojis dos risos e das laranjas.

4. Considerações finais

Neste trabalho, analisamos comentários de internautas em torno de uma deepfake, vídeo montado com tecnologias que dificultam a percepção das distorções nas imagens e sons empregados. Na nossa análise, chegamos a algumas constatações que confirmam a nossa hipótese inicial de que a disputa axiológica entre os participantes deste tipo de interação tem reproduzido o clima de polarização e extremismo característicos do ambiente político-cultural no Brasil.

No caso em análise, confrontam-se os seguidores do dono Bruno Sartori (crítico do governo Bolsonaro) e os seguidores do Presidente da República satirizado na deepfake. Ou seja, o polo conservador de direita e extrema direita (que elegeu e apoia o Presidente Jair Bolsonaro) e o progressista de esquerda (que elegeu e apoia os governos e candidatos do PT, como Dilma e Lula). Na disputa de quem está com a “verdade”, não falta o tom de superioridade típico dos debates nas redes sociais digitais. E como o caso analisado é de um perfil sem restrições de acesso, todos se sentem à vontade para discordar inclusive do “dono” do perfil e autor da publicação ou do outro internauta, protegidos também pelo anonimato assegurado pela internet.

Na defesa do seu ponto de vista, em vez de dialogar, cada internauta prefere ironizar, xingar, rebaixar e agredir o outro que pensa diferente. Ainda com mais frequência e força, aqueles que se sentem “em casa”, por serem seguidores e apoiadores do perfil onde a deepfake é publicada. Nos comentários, de um modo geral, encontramos pouca colaboração para uma reflexão mais ampla sobre as questões relacionadas ao conteúdo da deepfake, que aborda, os direitos das minorias hegemônicas e as garantias necessárias à continuidade da democracia no País, entre outras. Os internautas preferem se manter entrincheirados nos seus polos discursivos e atirarem contra o polo oposto os “mísseis de suas verdades”.

De modo quase programático, os antipetistas demonstram ódio ao PT e às minorias por ele apoiadas e apoio irrestrito ao governo Bolsonaro, cujo comportamento e discursos violentos têm sido sistematicamente denunciados e criticados por instituições e entidades de peso e com influência no cenário internacional. Nos comentários analisados neste artigo, a violência verbal é empregada por ambos os lados do front de batalha, com xingamentos, provocações, ironia, neologismos, recursos visuais como os emojis, fotos e imagens, enfim, intensificações passionais de variados tipos e gradações.

A interação desses comentários com a deepfake se dá de forma difusa, abrindo espaço para o debate de outros temas relacionados à polarização entre os dois posicionamentos axiológicos identificados, bem como para respostas que se dirigem mais diretamente a outros comentários que à postagem primeira.

Interrogamo-nos se o discurso satírico e tendencioso de deepfakes, de forma igualmente dialógica, não são um estopim para os comentários violentos subsequentes. Esta hipótese nos instiga a desdobrar este artigo em uma análise posterior dessa questão.

Por hora, é possível inferir ainda que, ao adotar o tom de “dono da verdade”, o enunciador reforça, no mínimo, a descortesia e o ódio no ambiente discursivo da sociedade. Do contrário, ao escolher uma entonação reflexiva e respeitosa, talvez possa injetar paz e concórdia nas arenas discursivas e existenciais da vida.

Referências

Livros

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How to Cite

OLIVEIRA, M. K. de A.; ALBUQUERQUE, A. M. G. de; CUNHA, D. de A. C. da. Deepfake and verbal violence in networker comments on Facebook. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 2, n. 4, p. e557, 2021. DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id557. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/557. Acesso em: 25 apr. 2024.

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