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Revisão de Literatura

Ensino de alemão no Brasil: foco na produção de conhecimento

Felipe Furtado Guimarães

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https://orcid.org/0000-0001-6184-3691


Palavras-chave

Ensino de línguas
Alemão
Brasil
Produção de conhecimento

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar a produção de conhecimento sobre o ensino da língua alemã no Brasil. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico das publicações com essa temática, disponíveis na base de dados SciELO, compreendendo o período entre 2002 e 2021, resultando num corpus de 24 textos. Procedimentos de análise de conteúdo foram aplicados ao corpus, evidenciando nove temas/áreas amplas de pesquisa. Os resultados apontam que a maioria das produções está concentrada em uma única revista, com aumento na quantidade de artigos publicados no período analisado. Também foi observado um predomínio de autores vinculados a instituições situadas em São Paulo e Rio de Janeiro. A partir dos temas que emergiram do corpus, notou-se um predomínio de estudos sobre materiais didáticos e escolhas metodológicas. A conclusão sugere que sejam consultadas outras bases de dados e outras instituições, para identificar produções fora do eixo Rio/São Paulo. Além disso, os nove temas identificados nesta pesquisa apontam tanto para aspectos do ensino de alemão que carecem de mais pesquisas (por exemplo, análises históricas), quanto para aspectos que já estão mais consolidados como temas de investigação (por exemplo, materiais didáticos).

Introdução

O ensino de línguas estrangeiras no Brasil foi impulsionado nos últimos anos principalmente por meio de programas financiados pelo governo federal em contextos de ensino superior (e.g. CHAVES et al., 2021). Partindo do programa “Ciência sem Fronteiras” (CsF) em 2011, o qual ofertou mais de 100 mil bolsas para mobilidade acadêmica, principalmente para estudantes de graduação de áreas STEM1; passando pelo programa “Inglês sem Fronteiras” (IsF-Inglês) em 2012, o qual foi inicialmente formulado para desenvolver a proficiência em inglês dos candidatos ao programa CsF; chegou-se ao programa “Idiomas sem Fronteiras” (IsF) em 2014, uma expansão do programa IsF-Inglês para abarcar outras línguas como Alemão, Francês, Espanhol, Italiano, Japonês e Português como Língua Estrangeira (PLE).

Entre 2014 e 2019, o programa IsF apoiou a oferta de diversas atividades (principalmente em universidades federais), tais como aulas presenciais, cursos on-line e testes de proficiência com o objetivo de desenvolver a proficiência em línguas estrangeiras nas comunidades acadêmicas universitárias (ABREU-E-LIMA; FINARDI, 2019). Com a descontinuidade do financiamento do governo federal para o IsF em 2019, atualmente esse programa está em fase de reformulação com apoio da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Impactos do programa IsF em contextos de ensino superior foram discutidos por diversos autores, tais como Da Fonseca e Ximenes (2017). Já autores como Chaves et al. (2021) apresentaram experiências de aprendizagem de língua alemã, via programa IsF-Alemão em 2019, com apoio de tecnologias no formato híbrido (blended learning), mesclando atividades a distância e presenciais para promover a aprendizagem dessa língua no ensino superior. Além de pesquisas sobre o ensino de alemão nos contextos citados acima, outros autores investigaram esse tema em outros contextos, como as escolas públicas, como por exemplo o disposto em Rozenfeld (2016) e Meireles (2002).

Aliás, a variedade não apenas de contextos, mas também de assuntos abordados nas pesquisas sobre ensino de língua alemã no Brasil – por exemplo, formação docente, materiais didáticos, uso de tecnologias, entre outros – foi uma das motivações para o presente estudo. Além disso, cabe destacar que o Brasil recebeu ondas migratórias de alemães entre os séculos XIX e XX – imigrantes esses que trouxeram consigo seus costumes, culturas e línguas, além de fundarem escolas por aqui (por exemplo, SANTOS, 2012).

Cabe ressaltar ainda que essa questão específica do ensino de língua alemã está inserida num contexto mais amplo de aquisição de segunda língua (L2) ou língua adicional – um campo de estudo no qual se investiga (também) o ensino/aprendizagem de línguas por meio (principalmente) da educação formal em sala de aula, ainda que esse ensino/aprendizagem possa ocorrer em outros contextos. Parte dos estudos na área de aquisição de L2 se volta para a análise dos aprendizes em processos de aquisição (e.g. CANATO; ROZENFELD, 2017) e tal análise permitiria aos pesquisadores e educadores identificar e ajustar as metodologias e estratégias de ensino, por exemplo.

Outros estudos nessa área estão voltados para atitudes e procedimentos de professores de L2 em sala de aula (e.g. STANKE, 2011), além de estudos sobre elaboração e uso de materiais didáticos (e.g. MARQUES; ROZENFELD, 2018), entre outros temas de pesquisa. Assim, no presente estudo, foi realizado um levantamento a respeito de pesquisas desenvolvidas na área de ensino de alemão, captando estudos com diferentes enfoques na área de aquisição de L2, incluindo algumas das temáticas de pesquisa mencionadas acima. Na próxima seção é apresentada a metodologia adotada neste estudo.

1. Metodologia

Com o objetivo de analisar a produção de conhecimento sobre o ensino de língua alemã no Brasil, este estudo adotou uma abordagem de pesquisa bibliográfica, de maneira a compor um corpus de análise, usando-se a base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) como ferramenta de consulta, visto que essa base reúne revistas de acesso livre (open access), ou seja, sem pagamento de taxas para acesso aos textos dos artigos – aspecto esse que auxilia na democratização do acesso à informação em geral e do acesso à produção acadêmica em particular. Segundo Alperin et al. (2011) e Packer (2009), a base SciELO tem como uma de suas qualidades/vantagens o foco disciplinar mais voltado para ciências sociais e humanidades, reunindo mais produções da América Latina, Portugal e Espanha, quando comparada a outras bases mundiais como a Science Citation Index (SCI), que tende a reunir mais produções das ciências ditas “duras” (STEM), provenientes principalmente da América do Norte e da Europa Ocidental. Sendo assim, justifica-se a escolha da base SciELO por conta dessas qualidades/vantagens, já que o foco deste estudo é o ensino de língua alemã no contexto brasileiro, um tema ligado às humanidades no contexto latino-americano.

A consulta à base SciELO foi realizada em maio de 2021 com a expressão “ensino de alemão”, apontando para 24 textos nessa base de dados, compreendendo o período entre 2002 e 2021 até a data da consulta e incluindo artigos tanto em português como em alemão que, por sua vez, possuem resumo em português. A partir dos títulos e resumos dos artigos (em português e alemão), foi possível realizar as análises do presente estudo. Os textos encontrados na base estão descritos no Quadro 1, a seguir:

n. Ano Autor Enfoque
1 2021 Marques-Schäfer DaF und digitale Medien: ein Interview mit Dietmar Rösler
2 2021 Oliveira e Ledel Zeitgeist: Modelando um projeto editorial com interface digital
3 2021 Silva e Roveran Perguntas e respostas: o uso da plataforma Yahoo! Clever como ferramenta de ensino de alemão como língua estrangeira
4 2020 Savedra e Meirelles Pluricentrismo no ensino de Alemão como Língua Estrangeira: uma proposta para análise de material didático
5 2020 Nunes Refletir é preciso: procedimentos metodológicos em um estudo piloto com professores em formação na área de alemão como língua estrangeira
6 2020 Aquino O ensino das partículas modais alemãs: estratégias didáticas em ALE
7 2020 Gondar e Ferreira Formação docente e autodefinição profissional de formandos em ensino de alemão como língua adicional no Rio de Janeiro
8 2019 Evangelista Atividades tradutórias para ensino de alemão: uma análise baseada em argumentos contrários à tradução no ensino línguas estrangeiras
9 2019 Aquino Projeto Novela: uma abordagem comunicativa e intercultural no ensino de alemão como língua estrangeira
10 2018 Ferreira e Gondar Mapeando as dimensões de um desafio: o ensino de alemão como língua estrangeira em contextos multinível
11 2018 Marques e Rozenfeld O uso de seriados televisivos no ensino de alemão: aspectos linguísticos, socioculturais, ideológicos e político-sociais em Deutschland 83
12 2017 Canato e Rozenfeld A motivação de alunos de alemão e prática de multiletramentos em um CEL
13 2016 Ferreira e Marques-Schäfer A consultoria individual e o diário de aprendizagem como instrumentos para o desenvolvimento de autonomia no contexto de ensino de alemão como língua estrangeira
14 2016 Rozenfeld O ensino de alemão em escolas públicas pela perspectiva do letramento crítico: um subprojeto PIBID em foco
15 2016 Grilli Alemão como língua estrangeira e a didática do plurilinguismo no Brasil e na Europa
16 2015 Wels Entre a Transmissão e a Transferência: implicações éticas, pedagógicas e psicanalíticas da relação mestre-aprendiz no processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras
17 2013 Blühdorn Intonation im Deutschen nur eine Frage des schönen Klangs?
18 2012 Santos Educação e colonização no Brasil: as escolas étnicas alemãs
19 2011 Rozenfeld e Viana O desestranhamento em relação ao alemão na aprendizagem do idioma: um processo de aproximação ao "outro" sob a perspectiva da competência intercultural
20 2011 Stanke O papel do professor no ensino de alemão para o fim específico da leitura
21 2010 Savedra, Liberto e Carapeto-Conceição Questões de interculturalidade no ensino da língua alemã como segunda língua DaZ (Deutsch als Zweitsprache) – O caso dos "ovinhos de Páscoa" (Ostereier)
22 2005 Bohunovsky O imaginário (colonial) no ensino de alemão como língua estrangeira no Brasil
23 2002 Janzen Interculturalidade e o ensino de alemão como língua estrangeira
24 2002 Meireles Língua estrangeira e autonomia: um exemplo a partir do ensino de alemão no contexto brasileiro
Table 1. Quadro 1. Textos obtidos em consulta à base de dados SciELO. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Procedimentos de análise de conteúdo (MORAES, 1999; BARDIN, 2011) foram adotados nesta pesquisa, de forma a identificar temas mais amplos nos quais os textos do corpus poderiam ser categorizados e organizados, a partir da identificação de frequência na ocorrência de palavras nos títulos e resumos dos artigos analisados – uma abordagem de frequenciamento do material textual, com foco na repetição de conteúdos comuns à maioria dos textos, para permitir uma definição de temas comuns aos textos e análise desses temas que emergem do corpus (CAMPOS, 2004).

Além disso, metadados (informações adicionais sobre os textos) presentes nos artigos também foram considerados nas análises deste estudo, usados aqui como pontos de referência para auxiliar as análises. Tais metadados permitem reunir dados em torno de categorias como revista de publicação, vinculação institucional dos autores e coautores, localização da instituição dos autores e coautores, entre outras. A partir desse conjunto de textos obtidos via plataforma SciELO, na próxima seção os resultados e discussão são apresentados.

2. Resultados e discussão

A partir dos textos obtidos via consulta à base de dados SciELO, foi elaborada a Tabela 1 para identificar quais revistas acadêmicas foram usadas pelos autores e coautores para publicar suas pesquisas sobre ensino de língua alemã:

Revista Instituição Quantidade
Cadernos de Pesquisa (CP) FCC-SP 1
D.E.L.T.A. PUC-SP 1
Educar em Revista (ER) UFPR 2
Pandaemonium Germanicum (PG) USP 17
Revista Brasileira de Linguística Aplicada (RBLA) UFMG 2
Trabalhos em Linguística Aplicada (TLA) Unicamp 1
TOTAL 24
Table 2. Tabela 1. Quantidade de artigos, distribuídos por revista de publicação. Fonte: elaborada pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Nota-se a predominância na escolha dos autores e coautores pela revista Pandaemonium Germanicum (PG), representando cerca de 70% dos artigos encontrados na base SciELO. Motivos para essa escolha podem estar no fato de que é uma revista afiliada a uma universidade de prestígio (Universidade de São Paulo – USP) no cenário nacional e internacional, com tradição na área de Germanística, além de estar situada no estrato A1 (Plataforma Sucupira/Qualis Periódicos) da área de Linguística e Literatura, segundo os critérios de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão do Ministério da Educação (MEC) que avalia as instituições de ensino superior (IES) no Brasil, assim como suas produções acadêmicas.

No geral, observa-se o predomínio de revistas afiliadas a instituições situadas no Sudeste brasileiro com exceção do periódico “Educar em Revista” (ER), vinculado à UFPR, na região Sul. Cabe então uma reflexão sobre esse dado, já que boa parte da migração alemã para o Brasil, nos séculos XIX e XX, foi destinada a estados da região Sul, refletindo em dados demográficos2, na forma de um número perceptível de famílias de ascendência alemã nessa região. Assim, seria possível esperar que nesses estados houvesse uma maior procura e/ou interesse pelo ensino/aprendizagem de língua alemã, possivelmente resultando em mais pesquisas nessa temática em instituições (e revistas) situadas na região Sul. Considerando que as instituições mais “internacionalizadas”, e com maior oferta de cursos de idiomas, estão mais concentradas na região Sudeste (e.g. GUIMARÃES; FINARDI, 2021), então é possível sugerir que a concentração de pesquisas no Sudeste pode ser um desdobramento do processo de internacionalização dessas instituições, no qual existem incentivos para ensino/aprendizagem de idiomas.

Essa concentração de produções acadêmicas em revistas de IES situadas no Sudeste e Sul do Brasil está alinhada com dados do Censo da Educação Superior3, o qual sugere uma concentração de IES públicas (bem avaliadas pela CAPES, inclusive nos critérios de internacionalização) e privadas nessas regiões. Assim, seria interessante investigar com mais profundidade, por meio de outras bases de dados, como se daria a produção acadêmica com essa temática (ensino de alemão) em outras regiões e estados brasileiros, considerando que outras IES no Brasil oferecem o curso de Letras-Alemão, fora das regiões Sudeste e Sul - por exemplo: a Universidade Federal da Bahia (UFBA); e a Universidade Federal do Pará (UFPA).

Quanto ao ano de publicação dos artigos, ocorreu a seguinte distribuição: dois artigos em 2002; um artigo em 2005; um artigo em 2010; dois artigos em 2011; um artigo em 2012; um artigo em 2013; um artigo em 2015; três artigos em 2016; um artigo em 2017; dois artigos em 2018; dois artigos em 2019; quatro artigos em 2020; três artigos em 2021 (até maio). Ao fazer a distribuição da quantidade de artigos publicados em intervalos de quatro anos, observamos o resultado no Gráfico 1:

Figure 1. Gráfico 1. Quantidade de artigos publicados na base SciELO, em intervalos de quatro anos. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

No período analisado (2002 a 2021), destacamos que no intervalo de 2006-2009 não constam artigos na base SciELO com o tema pesquisado. Já nos períodos de 2010-2013 e 2014-2017 houve estabilidade na quantidade de publicações disponíveis na base, enquanto que no período 2018-2021, a quantidade de publicações mais que dobrou em relação ao período anterior. Esse aumento na produção científica brasileira nos últimos anos tem sido noticiado por diversos veículos4 de comunicação, apesar de sucessivos cortes nos investimentos para pesquisa no Brasil. Cabe aqui uma ressalva: no caso da presente pesquisa, trata-se de um recorte específico, temporal e contextual, que apontou esse aumento na produção científica no período analisado, então seria importante investigar como outras áreas do conhecimento tiveram sua produção expandida, mantida ou reduzida, num recorte temporal semelhante.

Ao analisar os autores, coautores e a quantidade de vezes que figuravam nas publicações, foi possível identificar 26 pesquisadores, conforme indicado na Tabela 2:

Pesquisador Quantidade Pesquisador Quantidade
Aquino 2 Marques-Schäfer 2
Blühdorn 1 Meireles 1
Bohunovsky 1 Meirelles 1
Canato 1 Nunes 1
Carapeto-Conceição 1 Oliveira 1
Evangelista 1 Roveran 1
Ferreira 3 Rozenfeld 4
Gondar 2 Santos 1
Grilli 1 Savedra 2
Janzen 1 Silva 1
Ledel 1 Stanke 1
Liberto 1 Viana 1
Marques 1 Wels 1
Table 3. Tabela 2. Pesquisadores e quantidade de vezes em que seus sobrenomes figuram como autores ou coautores nos artigos encontrados na base SciELO. Fonte: elaborada pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Nota-se o predomínio de pesquisadores cujos sobrenomes figuram apenas uma vez como autor ou coautor, no conjunto de artigos encontrados e analisados. Algumas exceções são destacadas, como Cibele Rozenfeld (Unesp) e Mergenfel Ferreira (UFRJ), cujos sobrenomes figuram, respectivamente, quatro e três vezes no corpus analisado.

Sobre as instituições às quais os pesquisadores estavam vinculados no momento da publicação dos artigos e a quantidade de vezes que elas são indicadas nos artigos, seus dados constam na Tabela 3. Ao todo, foram identificadas 10 instituições de vinculação, sendo duas delas situadas na região Sul e o restante no Sudeste.

Instituição Quantidade Instituição Quantidade
IFSP 1 UFSC 1
UERJ 5 UFSCar 1
UFF 2 Unesp 5
UFPR 1 Unicamp 2
UFRJ 3 USP 7
Table 4. Tabela 3. Instituições de vinculação dos pesquisadores e quantidade de vezes em que foram indicadas no momento de publicação dos artigos. Fonte: elaborada pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Observa-se o predomínio de instituições situadas no estado de São Paulo (cinco IES: Instituto Federal de São Paulo [IFSP]; Universidade Federal de São Carlos [UFSCar]; Universidade Estadual Paulista [Unesp]; Universidade Estadual de Campinas [Unicamp]; e Universidade de São Paulo [USP] – sendo que a USP (sete indicações) e a Unesp (cinco indicações) são indicadas mais vezes nos artigos encontrados. Instituições no estado do Rio de Janeiro também têm destaque, como é o caso da UERJ (cinco indicações) e UFRJ (três indicações). IES da região Sul também são mencionadas, como a UFPR (uma indicação) e UFSC (uma indicação). Mais uma vez fica evidente que os artigos encontrados com a temática pesquisada (ensino de alemão) estão concentrados em pesquisadores vinculados a IES situadas no Sudeste (22 indicações) e Sul (2 indicações) do Brasil.

Com base no resumo dos artigos encontrados na base SciELO, foi possível elaborar o Quadro 2, com o enfoque de cada texto (a partir de abordagens de análise de conteúdo, mencionadas anteriormente), tal como indicado a seguir.

n. Ano Autor Enfoque
1 2021 Marques-Schäfer Uso de mídias digitais no ensino de alemão como língua estrangeira; formação de professores de alemão; futuro dos materiais didáticos.
2 2021 Oliveira e Ledel Modelo de materiais didáticos para ensino de alemão em contextos universitários no Brasil.
3 2021 Silva e Roveran Uso de plataforma on-line de perguntas/respostas no ensino de alemão; autenticidade do material; desenvolvimento de autonomia e motivação nos aprendizes.
4 2020 Savedra e Meirelles Pluricentrismo da língua alemã; variantes e variedades do alemão; análise de material didático.
5 2020 Nunes Criatividade de professores de alemão; escolhas metodológicas; professores em formação.
6 2020 Aquino Ensino de partículas modais; estratégias didáticas; materiais para desenvolver habilidades comunicativas.
7 2020 Gondar e Ferreira Formação de professores; profissionalização docente; prática profissional.
8 2019 Evangelista Tradução como recurso metodológico; atividades de tradução no ensino de alemão.
9 2019 Aquino Práticas didáticas comunicativas e interculturais; competências e necessidades de aprendizagem; motivação e responsabilidade dos estudantes.
10 2018 Ferreira e Gondar Aspectos teóricos do ensino-aprendizagem de alemão, considerando a dimensão social, pedagógica e política.
11 2018 Marques e Rozenfeld Seriados televisivos como material para ensino de alemão; uso de materiais autênticos e foco na cultura estrangeira.
12 2017 Canato e Rozenfeld Motivação de alunos de alemão; projeto de multiletramentos.
13 2016 Ferreira e Marques-Schäfer Autonomia de estudantes de alemão em contexto universitário; recursos metodológicos; consultoria individual e diário de aprendizagem; centralidade do aprendiz.
14 2016 Rozenfeld Potencial do ensino de alemão em escolas públicas, com foco no letramento crítico.
15 2016 Grilli Didática do plurilinguismo; ensino de alemão em contexto plurilíngue.
16 2015 Wels Processos de ensino-aprendizagem guiados por fatores objetivos e subjetivos; processo pedagógico e dialogismo entre professor e estudante.
17 2013 Blühdorn Entonação da língua alemã e sua relevância para ensino de alemão no Brasil; estratégias para ensino de entonação.
18 2012 Santos Organização escolar e curricular de escolas primárias em Hansa (SC), fundadas em 1897; mistura de aspectos culturais estrangeiros ao contexto brasileiro; relações entre currículo e cultura.
19 2011 Rozenfeld e Viana Imagens sobre a língua alemã e seus falantes; discutir imagens estereotipadas; ensino e competência intercultural.
20 2011 Stanke Papel do professor de alemão para ensino de habilidade de leitura; desenvolvimento de estratégias de leitura.
21 2010 Savedra, Liberto e Carapeto-Conceição Ensino de língua alemã considerando aspectos de bilinguismo e interculturalidade; relações entre língua, identidade e estrutura social.
22 2005 Bohunovsky Papel da ideologia no ensino de alemão como língua estrangeira no Brasil; material didático tradicional.
23 2002 Janzen Interculturalidade, mediação cultural pedagógica, abordagem comunicativa.
24 2002 Meireles Autonomia, criatividade e espírito crítico nos aprendizes; papel do aprendiz; influência de meios de comunicação/mídias sobre aprendizagem de estudantes de escolas públicas.
Table 5. Quadro 2. Enfoque dos artigos encontrados na base SciELO, elaborado após análise dos resumos. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Partindo desse quadro e usando técnicas de análise de conteúdo, a partir de uma abordagem temática (considerando os títulos e resumos dos textos), foi possível delinear nove temas mais amplos, nos quais os 24 textos do corpus podem ser categorizados e organizados, a saber: (1) formação docente; (2) materiais didáticos; (3) autonomia e motivação do aprendiz; (4) escolhas metodológicas; (5) práticas comunicativas e interculturais; (6) aspectos teóricos do ensino; (7) análise histórica; (8) uso de tecnologias no ensino; (9) ensino em contextos específicos. Dessa forma, foi elaborado o Quadro 3, de forma a categorizar e organizar os textos integrantes do corpus:

Tema Textos do Corpus Qtde.
(1) Formação docente Marques-Schäfer (2021); Nunes (2020); Gondar e Ferreira (2020); Stanke (2011) 4
(2) Materiais didáticos Marques-Schäfer (2021); Oliveira e Ledel (2021); Silva e Roveran (2021); Savedra e Meirelles (2020); Aquino (2020); Marques e Rozenfeld (2018); Bohunovsky (2005) 7
(3) Autonomia e motivação do aprendiz Silva e Roveran (2021); Aquino (2019); Canato e Rozenfeld (2017); Ferreira e Marques-Schäfer (2016); Meireles (2002) 5
(4) Escolhas metodológicas Nunes (2020); Aquino (2020); Evangelista (2019); Ferreira e Marques-Schäfer (2016); Grilli (2016); Blühdorn (2013); Stanke (2011) 7
(5) Práticas comunicativas e interculturais Aquino (2019); Rozenfeld e Viana (2011); Savedra, Liberto e Carapeto-Conceição (2010); Janzen (2002) 4
(6) Aspectos teóricos do ensino Savedra e Meirelles (2020); Ferreira e Gondar (2018); Wels (2015); Savedra, Liberto e Carapeto-Conceição (2010); Bohunovsky (2005) 5
(7) Análise histórica Santos (2012) 1
(8) Uso de tecnologias no ensino Marques-Schäfer (2021); Silva e Roveran (2021); Marques e Rozenfeld (2018); Meireles (2002) 4
(9) Ensino em contextos específicos Oliveira e Ledel (2021); Ferreira e Marques-Schäfer (2016); Rozenfeld (2016); Grilli (2016); Meireles (2002) 5
Table 6. Quadro 3. Categorização dos textos do corpus pesquisado, por temas. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Quanto aos temas que emergiram da análise de textos do corpus, cabe uma breve discussão sobre eles. O tema 1 (formação docente) engloba textos que trataram de: comportamentos de professores em ambiente educacional e seu impacto nos aprendizes; conhecimento, habilidades, técnicas e disposições sobre o tema ensinado nas aulas; decisões pedagógicas dos professores; atitudes, crenças, percepções, práticas, valores, ideologias e experiências que professores trazem consigo; políticas e parâmetros determinados por instituições e pelo Estado para formar professores – tal como discutido por Cochran-Smith (2004).

Já o tema 2 (materiais didáticos) engloba textos que lidaram com: uso e desenvolvimento de materiais no ensino/aprendizagem de idiomas, incluindo livros didáticos, filmes, vídeos, programas de televisão, músicas, podcasts, plataformas online, aplicativos de celular, objetos em sala de aula, atividades improvisadas de “quebra-cabeças” (entre outros); de maneira mais ampla, artefatos que promovem a aprendizagem de idiomas em sala de aula e objetos projetados para fins pedagógicos; modos como professores e aprendizes usam e interagem com materiais – tal como discutido por Guerrettaz et al. (2021).

O tema 3 (autonomia e motivação do aprendiz) engloba textos que discutiram: planejar, monitorar e avaliar a aprendizagem dos estudantes; fazer escolhas entre atividades, a partir de um conjunto delas; promover oportunidades para aprendizagem autônoma, sem monitoramento constante de professores; criar oportunidades para estudantes assumirem maior controle sobre a aprendizagem; promover maneiras como professores e ambientes de aprendizagem podem apoiar a autonomia e motivação dos aprendizes; observar fatores que atuam em aprendizes, para influenciar seu comportamento; promover a liberdade dos estudantes para tomar decisões sobre sua própria aprendizagem – tal como discutido por Lamb (2011).

O tema 4 (escolhas metodológicas) engloba textos que lidaram com: métodos, regras, estratégias e procedimentos adotados por professores para promover a aprendizagem de idiomas; variadas abordagens pedagógicas com fins de promover ensino/aprendizagem; variados métodos didáticos (aulas expositivas, atividades cooperativas entre aprendizes, ensino híbrido, etc.) – tal como discutido por Bliuc et al. (2007) e Kulavuz-Onal e Vásquez (2013).

O tema 5 (práticas comunicativas e interculturais) engloba textos que trataram de: uso da abordagem comunicativa no ensino de idiomas, na qual uma língua carrega consigo significados funcionais e sociais; uso de funções comunicativas e significados sociais das línguas; uso de aspectos estruturais e funcionais das línguas; desenvolvimento de habilidades para comparar uma cultura “nativa” com as demais culturas e avaliar/interpretar essas comparações entre culturas; aplicação do conhecimento intercultural na comunicação verbal/não-verbal, para interagir com membros de outras culturas; discussão sobre intolerância/preconceito em relação a outras culturas, para promover respeito e aceitação dessas culturas – tal como discutido por Jabeen (2014) e Chlopek (2004).

O tema 6 (aspectos teóricos do ensino) engloba textos que discutiram: abordagens, métodos e técnicas para ensino de idiomas; reflexões sobre currículo de ensino; variantes e variedades dos idiomas; dimensões sociais, pedagógicas e políticas do ensino de idiomas; fatores objetivos/subjetivos que orientam o ensino/aprendizagem; relações entre língua, identidade e sociedade – tal como discutido por Finardi e Porcino (2014) e Corzo (2013).

O tema 7 (análise histórica) abarcou apenas um texto (SANTOS, 2012), o qual discutiu a organização institucional e curricular de escolas primárias em Santa Catarina, fundadas no século XIX, nas quais havia uma “mistura” de aspectos culturais estrangeiros e brasileiros, evidenciando relações entre currículo e cultura. Análises históricas sobre sistemas educativos tendem a se concentrar em reflexões sobre currículo, o qual é afetado por aspectos sociais, culturais, históricos, entre outros, tal como discutido por Lenz et al. (2014).

O tema 8 (uso de tecnologias no ensino) engloba textos que lidaram com: desenvolvimento e uso de materiais didáticos físicos/digitais para ensino de idiomas; uso de recursos e mídias digitais – por exemplo: livros, revistas, jornais, vídeos, músicas, programas de TV, e informações em formato digital; ou acessíveis via plataformas digitais – para desenvolver o ambiente educacional e ampliar os resultados de aprendizagem; tecnologias e dispositivos para facilitar a colaboração nas aulas de idiomas, como aplicativos, smartphones, tablets e computadores – tal como discutido por Finardi e Prebianca (2019) e Navarro et al. (2016). Cabe destacar que tanto o texto mais “antigo” identificado no corpus (MEIRELES, 2002) quanto alguns textos mais recentes (de 2021), tratam da influência das mídias e tecnologias sobre o ensino/aprendizagem de língua alemã.

O tema 9 (ensino em contextos específicos) engloba textos que discutiram: ensino de idiomas em contextos universitários; ensino de idiomas em escolas públicas; ensino de idiomas em contextos plurilíngues; ensino de idiomas no contexto brasileiro; ensino de idiomas para finalidades específicas – tal como discutido por Tilio (2014), Arnó-Macià (2012) e Lafford (2012).

A partir dos dados obtidos neste estudo, nota-se que, de certa forma, os temas tratados pelos textos do corpus estão bem divididos entre as produções, com destaque (em ordem decrescente, considerando a quantidade de textos) para os seguintes temas: tema 2 - materiais didáticos (7 textos); tema 4 - escolhas metodológicas (7 textos); tema 3 – autonomia e motivação do aprendiz (5 textos); tema 6 - aspectos teóricos do ensino (5 textos); tema 9 - ensino em contextos específicos (5 textos); tema 1 - formação docente (4 textos); tema 5 - práticas comunicativas e interculturais (4 textos); tema 8 - uso de tecnologias no ensino (4 textos).

A maior quantidade das publicações alocadas nos temas 2 (materiais didáticos) e 4 (escolhas metodológicas), com sete textos cada, sugere a relevância dessas temáticas nas pesquisas sobre o ensino de alemão no Brasil. Todavia, apenas um texto (SANTOS, 2012) tratou do tema 7 (análise histórica) – no caso, sobre escolas alemãs no Brasil, no século XIX. A distribuição da quantidade de textos, por tema, está apresentada no Gráfico 2, a seguir. Cabe destacar que um mesmo texto pode abarcar diversos temas, tal como apontado no Quadro 3:

Figure 2. Gráfico 2. Quantidade de textos do corpus, distribuídos por tema. Fonte: elaborado pelo autor, a partir de dados obtidos nesta pesquisa.

Em resumo, a análise dos resultados e sua discussão apontam para: (1) concentração da maioria das publicações na revista Pandaemonium Germanicum (USP); (2) predomínio de publicações em revistas vinculadas a instituições situadas no Sudeste do Brasil; (3) aumento perceptível, no período pesquisado (2002-2021), de publicações sobre ensino de alemão no Brasil; (4) pesquisadores como Rozenfeld (Unesp) e Ferreira (UFRJ) se destacam como aqueles que mais publicaram no período pesquisado, na base de dados consultada; (5) destaque para instituições localizadas em São Paulo e Rio de Janeiro, indicadas como vínculo institucional dos autores e coautores dos textos; (6) a partir dos 24 textos localizados na base SciELO, foi possível identificar nove temas mais amplos (conforme já descrito nesta seção) com uso de procedimentos de análise de conteúdo; (7) a partir dos nove temas identificados no corpus, nota-se uma distribuição razoável dos textos entre esses temas com destaque para os temas 2 (materiais didáticos) e 4 (escolhas metodológicas) com 7 publicações cada. Na próxima seção é apresentada a conclusão do presente estudo.

3. Conclusão

Este estudo teve como objetivo analisar a produção de conhecimento sobre ensino de língua alemã no Brasil, valendo-se de uma pesquisa bibliográfica, de maneira a compor um corpus de análise, a partir da base de dados SciELO, na qual constavam textos de acesso aberto (open access). Esse corpus foi analisado por meio de procedimentos de análise de conteúdo, de forma a identificar temas mais amplos, nos quais os textos do corpus pudessem ser categorizados e organizados.

Tendo em vista a base de dados escolhida para consulta (SciELO), os resultados desta pesquisa apontam para uma concentração significativa de publicações em uma determinada revista (Pandaemonium Germanicum). Sugere-se então uma consulta a outras bases, para tentar identificar outras revistas que agregam publicações sobre o tema investigado nesta pesquisa (ensino de alemão). Também se observou um predomínio de publicações em revistas vinculadas a instituições situadas no Sudeste do Brasil. Assim, também se sugere uma consulta a outras revistas acadêmicas e de outras regiões brasileiras para verificar como ocorre a produção de conhecimento sobre ensino de alemão, já que existem cursos de graduação em Letras-Alemão em outros estados do Brasil, fora da região Sudeste.

Os resultados também apontam para um aumento perceptível das publicações no período pesquisado (2002-2021), com destaque para autores/pesquisadores da Unesp (por exemplo, Cibele Rozenfeld) e UFRJ (por exemplo, Mergenfel Ferreira). Ainda que tenha sido observado esse aumento nas publicações no período analisado, cabe investigar como outras áreas do conhecimento tiveram sua produção acadêmica expandida, mantida ou reduzida, especialmente considerando a questão da diminuição dos investimentos governamentais em pesquisa, conforme já mencionado aqui. Assim, essa questão de investigar outras áreas num período semelhante se apresenta como uma possibilidade de aprofundamento da pesquisa aqui apresentada.

Instituições localizadas em São Paulo e Rio de Janeiro também se destacaram como aquelas indicadas como vínculo institucional de autores e coautores das pesquisas. Sugere-se então investigar em quais outras instituições haveria pesquisadores interessados na temática abordada na presente pesquisa, já que o eixo Rio/São Paulo possivelmente tem tradição mais longa nos estudos de Germanística, se comparado a outros estados brasileiros.

Por fim, os nove temas mais amplos, identificados nesta pesquisa, podem ser utilizados para identificar aspectos do ensino de alemão que carecem de mais pesquisas, como é o caso do tema 7 (análise histórica), e aspectos que já estão mais consolidados como temas de pesquisa, como é o caso dos temas 2 (materiais didáticos) e 4 (escolhas metodológicas).

4. Agradecimentos

Este trabalho foi realizado com apoio do CNPq, bolsa PDJ.

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Como Citar

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