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Relato de Pesquisa

Determinantes prosódicos em mudança sintática

Mary Aizawa Kato

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https://orcid.org/0000-0003-1593-2065

Maria Eugenia Lammoglia Duarte

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Palavras-chave

Sujeito nulo
Inversão livre
Português Brasileiro
Opcionalidade
Prosódia

Resumo

O presente trabalho relata uma trajetória de estudos das presentes autoras sobre a mudança no Português Brasileiro (PB), no que diz respeito ao Parâmetro do Sujeito Nulo. Na fase em que esse Parâmetro incluía a inversão livre como uma de suas propriedades, verificou-se que a inversão românica, ou inversão do predicado no PB, era uma regra prosódica,  aparentemente independente da perda parcial do sujeito nulo. Verificou-se que, embora a inversão tenha passado a ser restrita no PB, um elemento dêitico ou locativo pré-verbal favorecia a inversão. Além disso, assumindo o sujeito nulo referencial como resultante de elipse do pronome, verificou-se que o apagamento era favorecido quando o verbo era precedido de algum elemento leve. Propomos aqui, então, que a ocorrência parcial do sujeito nulo no PB pode ter a ver com uma demanda prosódica parcial, de rejeição a um padrão prosódico sentencial V1, demanda essa não existente no século XIX. Nossa proposta é que, na interface com PF, as línguas têm filtros em relação ao seu ritmo. Para dar conta da preferência de certas formas nesse estágio da mudança, em curso no PB, uma condição do tipo “Evite V1” está sendo proposta.

 

Introdução

O presente trabalho relata uma trajetória de estudos sobre a mudança no Português Brasileiro (PB), no que diz respeito ao Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN), tópico exaustivamente tratado, formal e empiricamente, pelas autoras do presente artigo, além de outros autores brasileiros que mencionaremos oportunamente (Cf. entre outros, Duarte (1995, 2000, 2018, 2019 e.o.); Kato (1999, 2000a, 2002a, 2003 e.o.) Kato & Tarallo (2003); Kato & Duarte (2003; 2014; 2017, 2018); Cyrino, Duarte & Kato (2000); Barbosa, Duarte & Kato (2005); Duarte & Kato (2008). De uma perspectiva macro-paramétrica, o projeto caminha para uma visão micro-paramétrica (Cf. Kayne, 1996), com vistas ainda à proposta de ser o PB uma língua de Sujeito Nulo Parcial (SNP) como o finlandês (cf. Holmberg & Sheehan 2010)2.

No meio dos linguistas romanistas é hoje bem conhecido o fato de que o PB vem perdendo parcialmente as propriedades de uma língua de sujeito nulo desde a virada do século XX, com a inserção de você (em competição com tu) no sistema pronominal do PB, a partir dos anos 1930, seguida da implementação de a gente, em competição com nós, que se intensifica a partir dos anos 1970, como empiricamente demonstrado em Duarte 1993, 2018.

Duas explicações podem ser dadas por esta parcialidade:

a) A mudança encontra-se ainda em progresso e a existência parcial dos sujeitos nulos, ainda atestados em todos os padrões sentenciais, como veremos, e da inversão livre tem a ver com o fato de que as mudanças não estão completas ainda (cf. Cyrino, Duarte & Kato 2000)3.

b) Os aspectos aparentemente parciais da mudança resultam na inclusão do PB entre as hoje denominadas línguas de SNP, de acordo com o qual essas línguas exibem sujeitos nulos referenciais opcionais, além de expletivos nulos ou expressos e também sujeitos nulos de interpretação genérica.

O objetivo final deste trabalho é mostrar que a variação/opcionalidade das propriedades do Sujeito Nulo Referencial (SNR) no PB atual é de ordem prosódica/estilística, sendo definida na interface com a PF.

Veremos inicialmente que a opcionalidade dos sujeitos nulos referenciais tem a ver com fatores estilísticos de dois tipos: a) o primeiro tem a ver com uma gramática conservadora adquirida via instrução, em alternância com a gramática inovadora nuclear da criança, e b) o segundo tem a ver com a preferência do brasileiro no século XX por uma prosódia linear V2.

Em seguida, veremos que a inversão livre, atribuída ao Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN), também tem a ver com restrições de peso prosódico, tendo o PB uma preferência pelo padrão linear V2.

1. A variação/opcionalidade na diacronia

1.1. A variação no indivíduo

Vejamos inicialmente o que dizem dois mestres diacronistas sobre variação e/ou opcionalidade na sintaxe e/ou na morfologia:

The spread of a new parameter setting through a speech community is typically manifested by categorically different authors rather than by variation within the usage of individuals, although the data are sometimes not as clear as that idealization would suggest, because a writer often commands more than one form of a language (Lightfoot, 1991, p. 162).

“Syntactic heads, we believe, behave like morphological formatives generally in being subject to the well-known “Blocking Effect” (Aronoff 1976), which excludes ‘morphological doublets’, and more generally, it seems, any coexisting formatives that are not functionally differentiated…This exclusion, however, does not mean, either for morphology or for syntax, that languages never exhibit doublets. Rather it means that doublets are always reflections of unstable competition between mutually exclusive grammatical options.” (Kroch, 1994, p. 181)

O que fica claro nesses autores é que a opcionalidade morfossintática dentro de uma mesma gramática, de um mesmo indivíduo, não deveria ser possível. A variação pode ser encontrada entre indivíduos numa mesma comunidade, ou dentro de um mesmo indivíduo quando este domina mais de uma gramática em competição.

Aqui, entretanto, defenderemos que variação estilística pode existir no mesmo indivíduo uma vez que esta tem a ver com a Forma Fonética (PF) e não com o componente computacional4. Defenderemos que a variação atestada na escrita e na fala do PB tem caráter prosódico e não constitui doublets morfológicos ou sintáticos no sentido de Aronoff (1976) e Kroch (1994).

1.2. O que dizem os dados empíricos

A perda do princípio Avoid pronoun (Chomsky, 1981) encontra evidência em autores do século XX em oposição aos do século XIX, como mostra o estudo de Duarte (1993; 2018).

(1)

a. Ø 2ps terá o cavallo que Ø 2ps deseja

b. já ontem Ø 1ps comprei-lhei o hábito com que Ø i 3ps andará vestido.

(“O noviço”, Martins Pena, 1845, séc. XIX)

(2)

a. Se eu ficasse aqui eu ia querer ser a madrinha.

b. Você não entende meu coração porque você ‘tá sempre olhando pro céu e procurando chuva.

c. Agora ele não vai mais poder dizer as coisas que ele queria dizer.

(“No coração do Brasil”, Miguel Falabella, 1992, séc. XX)

Contudo, veremos que, ao contrário dos exemplos acima, os dados revelam a forma velha (sujeito nulo) e a nova (o pronome expresso) em variação no indivíduo da mesma época, o que reforça, à primeira vista, a hipótese de uma língua de sujeito nulo opcional e, portanto, da existência de línguas de Sujeito Nulo Parcial, ainda que o caso do PB não se mostre como um sistema estável. Os exemplos em (3) e (4) mostram essa opcionalidade em dados de fala espontânea de amostra recente (Duarte, 2019). Enquanto os sujeitos nulos no padrão ilustrado em (3), com c-comando, já chegam a 41%, sendo, pois, superados pelo pronome expresso, os nulos em (4), no padrão sem c-comando alcançam 11,5%, o percentual mais baixo nos cinco padrões considerados na análise de Duarte (2019)5.

(3)

a. [Os pais eles]i passam aos filhos o que elesi têm, né?

b. [Meu marido]i foi quase preso aí no forte porque Øi foi mergulhar.

(4)

a. Se elei tem medo, alguma coisa elei fez.

b. Se [o aluno]i tem problema, Øi vem pra gente conversar.

Na análise de Barbosa, Duarte e Kato (2005), os dois padrões com e sem c-comando, não tiveram análise à parte. Na realidade, no PE, o comportamento dos dois padrões é idêntico, com alto favorecimento do sujeito nulo (94% e 93%, respectivamente. Portanto, no PE, a adjacência e função idêntica se sobrepõem ao padrão sentencial. Os três outros padrões, propostos na análise de Barbosa, Duarte e Kato – antecedente em período adjacente, com a mesma função (5), antecedente com função diferente da de sujeito (6) e antecedente distante (7), continuam a exibir opcionalidade no PB, embora com índices inferiores ao padrão com c-comando (38%, 21% e 14,5% de sujeitos nulos respectivamente (DUARTE, 2019).

(5)

a. [César Maia]i era mais tranquilo. Elei investia mais.

b. Elei era bem mais novinho. Øi Trouxe o dinheiro no bolso.

(6)

a. Eu não posso ter sentado do lado de [um cara bonitinho]i e tal sem perceber que elei era superperigoso.

b. Porque eu preciso ter a minha linguagem formal com [meu cliente]i. De repente, Øi é um cara que tem uma condição, ou um cara que usa daquele jeito.

(7)

a. [O meu filho]i tava chegando em casa - que nós trabalhamos com festa, como eu te falei, né - e elei tinha ido comprar bolas. Aí, não tinha as bolas que nós queríamos. Elei trouxe o dinheiro de volta.

b. Øi casaram e foram morar em Ipanema, num apartamento na Joana Angélica - uma gracinha! O prédio ainda existe até hoje. Depois, quando eu nasci, mamãe tava grávida. Øi foram pro andar de cima.

1.3. A variação/opcionalidade do brasileiro na escolarização

Assumimos que a gramática nuclear (core grammar), que se adquire via assentamento de parâmetros, não tem doublets. Gramáticas nucleares contêm sempre a variante inovadora (Lightfoot, 1999).

Simões (2000) dá evidências dessa afirmação ao constatar que, nas crianças em fase de aquisição do PB6, no que diz respeito ao Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN), o sujeito referencial é sempre um pronome, enquanto o sujeito nulo é sempre um expletivo.

(8)

a. Eu tô botando

b. Não quer, tu não quer Ø?

c. Ela anda a cavalo, anda de moto, ela anda.

(André, 2;4) (exs. de Simões, 2000)

(9)

a. Øexpl Tem dois aviões.

b. Øexpl É esse que cabe.

(André, 2;4) (exs de Simões, 2000)

Mas, como se verá no estudo de Magalhães (2000), as Gramáticas Nucleares são adquiridas antes da idade do letramento. A Tabela 1, a seguir, com resultados do processo de letramento, mostra que, no 1º grau, o escolar apresenta quase 100% de pronomes expressos, com 2% de nulos referenciais, o que atesta que estes não estavam presentes na sua gramática nuclear. No final do Ensino Fundamental 1, a criança revela 22% de nulos e chega ao final do Fundamental 2, com uma competição entre pronomes nulos e expressos na sua escrita

Sujeitos referenciais 1º grau 3º e 4º graus 7º e 8º graus
Sujeitos Pronominais 97,89% 78,0% 50,38
Sujeitos Nulos 2,11% 22,0% 49,62%
Table 1. Tabela 1. Sujeitos referenciais durante o processo de letramento (apud Magalhães, 2000).

É então que se observam os casos de variação, ou doublets, confirmando o papel da escolarização, como mostram os exemplos de Magalhães (2000) em (10).

(10)

a. Ø1ps vou pedir uma ordem ao médico porque eu1 não agüento ver você sofrer mais. (7ª série)

b. Eu1 estou de castigo, porque Ø1ps briguei com minha irmã e Ø1ps não vou poder jogar futebol hoje. (7ª. série)

Note-se, porém, que no exemplo (10a) a oração principal vem com o sujeito nulo, c-comandando o pronome expresso na subordinada, enquanto o exemplo (10b) apresenta o contrário, o que mostra que a variação não envolve c-comando. O que esses doublets evidenciam são reflexos da competição instável entre gramáticas. Segundo Kato (1994), a variação/opcionalidade que vemos nos estudantes e no adulto letrado constitui um fenômeno de code-switching (alternância de códigos) do falante bilíngue, e o efeito é estilístico7.

Quanto à língua-E do adulto letrado, podemos considerar que o índice de sujeitos nulos seria similar ao do escolar da 7ª e 8ª séries. A análise de Duarte (2007), que compara os resultados para sujeitos nulos de 3ª pessoa na fala espontânea de PE e PB (1995) com a escrita jornalística (editoriais, reportagens e crônicas) das mesmas variedades, não deixa dúvidas de que o PE é um sistema estável de sujeitos nulos, enquanto o PB revela uma diferença pouco significativa entre fala e escrita, embora os índices atestados para a escrita standard se igualem aos encontrados por Magalhães em crianças no final do curso Fundamental. O PE mantém um índice alto na fala e faz uso quase categórico do sujeito nulo na escrita do adulto letrado.

Figure 1. Tabela 2. Sujeitos nulos de 3ª pessoa na fala e na escrita de adultos portugueses e brasileiros. Fonte: Adaptada de Duarte, 1995, 2007.

Nos exemplos que seguem, retirados de Duarte (2007), apresentamos exemplos de instabilidade na escrita de jornais brasileiros. Note-se, em primeiro lugar, a opcionalidade nos contextos com c-comando (11) e com antecedentes em outra função (12).

(11)

a. Durante a solenidade, César Maiai anunciou um pacote de obras que Øi autorizou para a Barra e o Recreio, já pensando na realização dos Jogos Pan-Americanos.

b. Elei explicou que à tarde elei vai se dedicar a fazer uma avaliação de todas as alternativas de perguntas

(12)

a. Ninguém precisa levar um gatoi à escola, conferir os seusi deveres de casa, checar se Øi escovou os dentes antes de ir para a cama (...)

b. A França se prepara para o ataque ao inimigoi. Sabe que elei se aproxima, mas não sabe exatamente quando Øi aparecerá.

Note-se ainda que o paradigma de pronomes pessoais fracos para referentes não humanos, desenvolvido a partir da perda do caráter pronominal da flexão (Kato 1999) e já avançado na fala, se encontra plenamente implementado na escrita:

(13)

a. [O governo]i não considera nem o fato de que os possíveis desvios, injustiças e exageros de que [ele]i tanto se queixa são criticados na própria imprensa (...).

b. Ainda não se falava [na incrível sorte que acompanha Felipão]i. [Ela]i só ficaria evidente para os portugueses no jogo contra a Inglaterra.

Em suma, a análise de Duarte (2019), com base em amostras gravadas em Lisboa e Rio de Janeiro, disponíveis em www.comparaport.letras.ufrj.br), confirma o progresso da mudança no PB (24% de sujeitos nulos de 3ª pessoa) e a estabilidade do PE (67%). Ao mesmo tempo, os resultados mostram que o sujeito nulo no PE, em estruturas com e sem c-comando é quase categórico com referentes com o traço [-humano] (em torno de 98,25%), enquanto o PB já exibe 50% de sujeitos nulos com esse traço. Estamos, pois, a meio caminho do não-apagamento de pronomes pessoais [-humanos], um traço que as línguas de sujeito nulo “consistente” do grupo românico (Roberts & Holmberg, 2010) não exibem. Em resumo, enquanto o PE se mantém como um sistema estável de sujeitos nulos (apesar de exibir raros pronomes com o traço [-humano], o PB caminha em direção aos sujeitos pronominais expressos em todos os contextos.

2. A perda da inversão livre no PB

2.1. O papel da prosódia na existência da inversão

Conscientes da mudança no PB, no que toca à perda parcial do sujeito nulo, Kato e Tarallo (1989, 2003), levantam a hipótese da perda da inversão “livre” no PB, como parte do mesmo macro-parâmetro. Mas os autores verificam que a inversão livre é ainda possível com verbos inacusativos8:

(14)

a. Chegou o trem.

b. ?Dormiu o bebê.

c. ??Assinou a carta o chefe do departamento.

d. ???Enviou a carta a todos o presidente da empresa.

Kato (2000a), em pesquisa sobre inversão livre nas línguas românicas, identifica o motivo que está por trás da perda da inversão no PB. Estudando as ocorrências da inversão no espanhol e no italiano, a autora verifica um fato empírico interessante. Bentivoglio & D’íntrono (1978), para o espanhol, e Benincá & Salvi (1988), para o italiano, atestam que a inversão livre é mais bem aceita quando os complementos são clíticos e concluem que a inversão livre é propriedade de línguas que têm clíticos.

(15)

a. Lo instaló Esteban.

b. Quería hacerlo Juan.

(16)

a. L' mangiata la mamma.

b.? mangiato la torta la mamma.

Kato conclui que, no PB, a restrição vista para o espanhol e o italiano foi agravada pela perda de parte do paradigma dos clíticos 9, perda essa que fez o lado do complemento mais pesado.

(17)

a. Comprou-lhe uma joia o Pedro. (PE e PB Século XIX)

b. Comprou-lha o Pedro. (PE e PB Século XIX)

c. *Comprou pra ela uma joia o Pedro. (PB Século XX)

d. *Comprou uma joia pra ela o Pedro. (PB século XX)

Zubizarreta (1998) vem ao encontro do achado empírico de Kato, propondo que a inversão livre resulta de uma regra geral de movimento condicionada pela prosódia, que ela denomina P-movement10. A existência de clíticos e sua natureza leve, explicam por que a inversão livre é encontrada em línguas românicas com um sistema robusto de clíticos, enquanto no PB a perda dos clíticos acabou por reduzir a inversão do predicado apenas a verbos inacusatios. Sendo, pois, a impossibilidade de inversão livre relacionada à ausência de clíticos, particularmente os de 3ª pessoa, é possível cogitar que a inversão livre seria um fenômeno independente do licenciamento de sujeitos nulos.

2.2. Elementos leves pré-verbais na inversão livre

Kato (2002a) e Kato & Duarte (2003), em um projeto sobre o PB falado, concluíram que esta variedade do português rejeita estruturas com verbo em posição inicial (V-inicial) na inversão livre, com verbos transitivos e intransitivos, mas que a adição de um elemento leve em posição inicial tornava as sentenças possíveis. Esses elementos podem ser adjuntos, complementos ou até mesmo elementos discursivos. As autoras associaram essa restrição ao novo ritmo prosódico da língua, uma consequência do reassentamento do PSN.

(18)

a. Ali dorme o meu gato.

b. E se impôs essa atitude sua.

c. Depois do diretor, assinou a carta o chefe do departamento.

Em 2006, Pilati propôs que a inversão livre se obtém mais facilmente quando um elemento dêitico ou locativo satisfaz o EPP (18), com a ocupação da posição V-inicial11. Em (16c), a autora mostra que o locativo pode controlar o sujeito da encaixada:

(19)

a.* Dormem aqui as crianças.

b. Aqui dormem as crianças

c. Aquii dormem as crianças porque Øi é mais quentinho.

Mais recentemente, Buthers & Bonfim Duarte (2012) propõem que, à medida que o PB se torna uma língua de sujeito nulo parcial12 - com pronomes referenciais expressos, mas com expletivos nulos – constituintes locativos podem se gramaticalizar como expletivos, tal como o there do inglês. Com isso, o padrão XP V (YP) também a aumenta.

(20)

a. vai o time de futebol.

b. Ali fica a mesa.

c. Na praia tem muita gente.

d. A praia tem muita gente.

2.3. A função da ordem VS/SV com inacusativos

Nas línguas românicas de sujeito nulo as ordens VS/SV coexistem, em geral, para codificar os juízos tético (apresentativo) /categórico (predicacional), independentemente do tipo de verbo13. Com os verbos inacusativos, o PB mantém ainda essa distinção, mas, para muitos falantes, o inacusativo já está seguindo a tendência dos demais verbos, a de codificar juízos téticos com a ordem SV14 como em (21b).

(21)

a. Chegou uns ovos estragados. (tético)

b. Uns ovos que você encomendou chegaram estragados. (tético)

c. A Maria chegou. (tético ou categórico)

d. A Maria, ela chegou. (categórico)

A falta de concordância com o argumento interno dos inacusativos na ordem VS, como ilustrado em (21a), levou Kato (2002b) a propor que essa construção teria sido resultado de reanálise dos inacusativos como um verbo existencial com um sujeito expletivo nulo do tipo dêitico como aqui, , agora. Daí a não concordância entre verbo e argumento interno.

A ordem SV dos inacusativos apresenta, por outro lado, uma novidade no PB: alçamento de um genitivo ou dativo para atender ao EPP15. A construção categórica genitiva como (22b), com a perda do genitivo de 3ª pessoa, passa a exibir, em seu lugar, uma construção que se denominou tópico-sujeito. Por outro lado, com a perda do clítico dativo lhe/lhes de terceira pessoa, perdemos o CLLD (Deslocamento Clítico à Esquerda), como em (23b), e passamos a ter uma construção de tópico-sujeito.

(22)

a Quebrou os ponteiros dos relógios. (tético) PB

b. Os relógios tiveram seus ponteiros quebrados. (categórico) PE

c. Os relógios quebraram o(s) ponteiro(s). (categórico) BP Tópico-sujeito

(23)

a. Faltou sorte aos meus times. (tético) BP PE

b. Aos meus times, faltou-lhes sorte. (categórico) *BP PE CLLD

c. Os meus times faltaram sorte. (categórico) BP *PE Tópico-sujeito

Para Duarte e Kato (2008) essas construções apareceram em função da perda do sujeito nulo referencial no PB e sua passagem de uma língua de proeminência do sujeito para uma língua de prominência de tópico, visão partilhada por outros linguistas brasileiros16. Para Kato & Ordoñez (2019), porém, o aparecimento da construção de tópicos-sujeitos se deve não só ao empobrecimento do paradigma de concordância, mas também às perdas ocorridas no sistema de clíticos dativos do PB e da perda do possessivo de terceira pessoa, que afetou, como consequência, a construção de CLLD (Clitic Left Dislocation) e as construções genitivas com seu/seus/sua/suas para referência à terceira pessoa em construções categóricas do PB, o que não ocorre no PE.

Sentenças locativas constituem outra classe que vem sofrendo mudança semelhante, com alçamento do locativo para formar um padrão de tópico-sujeito. Um jornalista anunciando o tempo pode usar tanto (24a) como (24b) ao começar um noticiário. Mas, se ele acrescentar “Rio” à mesma notícia, deverá usar a variante (24c.)

(24)

a. Chove em São Paulo. (tético)

b. São Paulo chove. (tético ou categórico).

c. Chove em São Paulo; no Rio faz sol. (tético; categórico)

Há, entretanto, uma tendência hoje à preferência por SV para expressar o juízo tético, o que possibilita evitar o padrão linear V117. Nos dados recolhidos de maneira não sistemática, o exemplo que ilustra (24c) foi ouvido no início do noticiário sobre o tempo em São Paulo tal como mostramos em (25d).

(25) d. São Paulo chove; o Rio faz sol.

3. Desencadeador morfológico e consequência prosódica

Até recentemente, assumia-se que a perda parcial dos sujeitos nulos referenciais tinha a ver com a perda da riqueza morfológica do nosso paradigma de flexões de pessoa (DUARTE 1995, e.o.) e a sua substituição por pronomes fracos livres (CARDINALETTI; STARKE, 1999; KATO 1999).

Sem ignorar a perda da riqueza morfológica em virtude da mudança no paradigma pronominal e a proeminência de tópico no PB, aqui propomos que, no nível da Forma Fonética, passamos a ter uma mudança paralela na prosódia sentencial. Da possibilidade de V-inicial das línguas prototípicas de sujeito nulo, passamos a ter preferência pelo padrão linear V2. Também com a inversão livre, há uma rejeição inicial dessa construção V1, sanada parcialmente com a presença de elementos dêiticos iniciais, resultando em construções lineares V2.

3.1. Sujeitos nulos são sujeitos elípticos

Ao invés da clássica análise de sujeito nulo como pro, adotamos o conceito de sujeito nulo como elipse de pronome (cf. PERLMUTTER, 1971; HOLMBERG, 2005; ROBERTS, 2010). Evidência para essa concepção pode ser vista na série de exemplos abaixo.

Embora V2 tenha se tornado o padrão sentencial preferencialmente com sujeito expresso, o apagamento do sujeito pode ocorrer quando ocorrem elementos leves preverbais como a negação, clíticos, locativos em primeira posição (DUARTE, 1995; KATO; DUARTE, 2018a), que preservam o padrão V2.

(26)

a. (Eu) Já trabalhava naquela época.

b. () Nunca ouviu falar nele?

c. (Ele) Não aguentou o tranco.

d. (Eu) Me tornei independente.

Exemplos de Duarte (1995)

Veja ainda o seguinte contraste:

(27)

a. %* como cenouras cruas.

b. Não como cenouras cruas.

c. como cenouras cruas.

d. Eu como cenouras cruas.

Até mesmo a criança citada acima por Simões, com três anos de idade, que distribui os nulos apenas para expletivos (28), apresenta uns poucos exemplos de nulos referenciais quando o verbo é precedido de algum elemento:

(28)

a. Não tô conseguindo. (Andrés, 3,0)

b. Também são assim. (Andrés, 3,0)

4. Conclusão: de “Evite pronome” (Chomsky 1982) para “ Evite V1”

Concluindo, podemos afirmar que uma regra estilística prosódica afeta tanto a inversão livre quanto a sentença com sujeito nulo no PB:

(29) a. vem a Maria. (V2) b.*Vem lá a Maria. (V1)

(30) a. Você é americano? (V2) b.* É americano? (V1)

Logo, embora o sujeito nulo e a inversão sejam independentes quanto ao que motiva a mudança, a perda da riqueza morfológica de pessoa, no primeiro caso, e a perda parcial dos clíticos, no segundo, os dados aqui apresentados permitem concluir que o resultado da mudança é uniformemente atingido pelo ritmo prosódico, que favorece um padrão linear V2.

Nossa proposta é, portanto, que, na interface com PF (Forma Fonológica), as línguas têm filtros em relação ao seu ritmo. Para dar conta da preferência por certas formas nesse estágio da mudança em curso no PB, essa proposta pode ser traduzida numa condição do tipo “Avoid V1”.

A sequência V2 que resulta dessa condição, entretanto, nada tem a ver com o que acontece com a ordem V2 das línguas germânicas, cuja motivação é estrutural, com um XP que se move para Spec, C a fim de satisfazer o EPP. Esse contraste mostra que, no caso do PB, o elemento preverbal pode ser um X (um núcleo) ou um XP (uma projeção máxima). Podemos conjeturar que o padrão rítmico entra como um tipo de Parâmetro, tal qual a morfologia. No estágio atual da mudança em curso, a criança provavelmente seria sensível à prosódia antes da morfologia.

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Como Citar

KATO, M. A.; DUARTE, M. E. L. Determinantes prosódicos em mudança sintática. Cadernos de Linguística, [S. l.], v. 2, n. 1, p. e350, 2021. DOI: 10.25189/2675-4916.2021.v2.n1.id350. Disponível em: https://cadernos.abralin.org/index.php/cadernos/article/view/350. Acesso em: 24 nov. 2024.

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